Louis, capitão do time, tem apenas uma regra: nada de bullying na escola. Quando ele vê uma garota sentada no chão chorando algo desperta dentro dele. Ele só não esperava que essa garota é, na verdade, um menino, Harry.
Harry é um garoto que gosta d...
Estou andando pelos corredores da minha nova escola. Precisei trocar por que fui expulso da outra, não é pra menos já que xinguei o diretor (ele bem que mereceu aquele homofóbico, filho da puta!). Então agora estamos na metade do ano e eu estou aqui. Que ótimo.
Caminho pelos corredores sem me importar muito, não sabia onde era minha sala e nem fazia questão de saber. Fiquei uma hora ouvindo um sermão da minha mãe antes de vir para escola hoje. Não estou com saco para lidar com pessoas hoje.
- Ei, nerd, vai chorar? Não aguenta levar uns socos? - Ouço alguém falar entre risadas quando me aproximo do ginásio.
Acelero o passo e, assim que viro no corredor que leva ao ginásio, me deparo com dois garotos. Um rindo e empurrando o outro garoto na parede, que está chorando abraçado na própria mochila.
- Que covardia. - Falo me aproximando deles com um sorriso ladino no rosto. - Deixe ele ir. - Mando trincando os dentes.
- Ah, o novato quer entrar na festa? - O agressor pede rindo. Ele acha mesmo que vou fazer essa merda com ele? É mais idiota do que achei.
Minha raiva aumenta, não suporto esse tipo de gente. Respiro fundo para tentar me controlar, mas quando percebo ele já está no chão e eu soco o seu rosto várias vezes. Sinto duas mãos me puxando para trás.
- Para com isso! Por favor! - O garoto, que antes estava sendo agredido pede, as lágrimas escorrem por suas bochechas. - Não precisa bater nele, mas obrigado por me defender. - Ele fala dando um pequeno sorriso. Me levanto do chão e arrumo minhas roupas.
- Sou novo aqui. Me chamo Louis e você? - Falo e toco em seu ombro para levá-lo para longe do covarde que continua no chão. Vamos andando pelo corredor.
- Niall, muito obrigado mesmo, ele vem me incomodando há algum tempo. - Ele fala baixo e sorri para mim.
- Por que nunca denunciou ele? - Pergunto franzindo o cenho enquanto entrávamos em um banheiro.
- Eu tenho medo dele. - Ele falou simples e lavou o rosto. Aproveito para lavar minha mão também. - Não devia ter feito isso, você vai se encrencar, a escola toda vai saber disso antes do final do dia. - Ele completa me olhando preocupado.
- Deixa que saibam. Melhor assim, vão saber que não podem mexer comigo e nem com você. - Falo sorrindo ladino e ele sorriu de volta.
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Uma semana de suspensão e eu estou de volta à escola. Todos me olham, alguns se afastam, ouço vários cochichos sobre o que aconteceu na semana passada.
O novato enfrentou o capitão do time, todos estão chocados. Escuto vários cochichos como: "não se meta com ele ou com os amigos dele, ouviu falar da surra que ele deu no capitão?".
Melhor assim, penso enquanto ando até a minha sala com um sorriso no rosto.
•HARRY•
Entro em casa tentando não fazer barulho, não quero que minha mãe saiba que cheguei mais cedo da escola de novo. Subo a escada com o máximo de silêncio e delicadeza que consigo. Chego ao meu quarto, coloco a mochila na cama e vou para o banheiro.
Minha saia está rasgada, meu olho está roxo, meu lábio cortado e meus braços com alguns hematomas. Mais um dia normal na escola quando se é o 'garoto que se veste como garota'.
Suspiro cansado e pego um algodão e água oxigenada para passar no meu lábio que sangra um pouco. Passo a água oxigenada no algodão, em seguida, passo o algodão no lábio, fechando os olhos pelo pequeno ardor.
- Harry? - Escuto minha mãe perguntar e a porta do banheiro é aberta pela mesma. Viro-me para ela, que fica espantada ao ver meu rosto. Ela leva as mãos à boca.
- O que fizeram com você? - Ela pede e seus olhos se enchem de lágrimas. - Meu bebê. - Ela me abraça, me leva até a minha cama e se deita comigo. Começo a chorar, a dor é tão grande.
- Eles são tão maus, mamãe. - Sussurro contra o pescoço da minha mãe. Me agarro as suas roupas.
- Vamos achar um lugar que te aceite, meu bebê, nem que demore, vamos encontrar uma escola que preste, ok? - Ela fala rápido acariciando minhas costas.
- Ok. - Falo e sorrio para ela. A sensação de estar aqui, em seus braços, é tão gostosa, sei que estou seguro aqui.
E mudei de escola mesmo, várias vezes, por quase dois anos, até que...
