Epílogo

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No grave can hold my body down, I'll crawl home to her.

Jack

- ANELISE, TEM COMO SE APRESSAR, PELO AMOR DE DEUS? VAMOS PERDER NOSSO VÔO. – Gritei de dentro do carro.
Minha amada filha estava se despedindo das amigas que fez em Paris, distribuindo abraços e soltando gritos histéricos de despedida. Nós passamos um mês viajando pela Europa e Ane realmente se apegou as amizades que encontrou pelo caminho.
Ela deu mais um abraço em cada uma das cinco amigas que a cercavam, enquanto Johnny se aproximava do carro carregando as malas dele e as dela também, que estavam quase caindo. Decidi descer para ajudar o coitado do rapaz que era explorado pela minha filha, ele ficou aliviado quando peguei algumas malas.
- Obrigado, senh... – ele nem terminou a frase, parou quando viu o olhar insatisfeito que lancei a ele quando ia dizendo "senhor". – Jack.
- Quase quatro anos e você não se acostumou em me chamar pelo nome. – falei, enquanto abria o porta-malas do carro e colocava as malas lá dentro.
- Desculpa. É que você é pai da minha noiva, meu cérebro automaticamente pensa "Senhor Gilinsky". – ele riu, também guardando as malas que carregava.
- Eu entendo. – respondi também com um sorriso quanto fechava o porta-malas. - Mas tente reeducar seu cérebro porque não gosto mesmo de ser chamado de senhor.
- Só quando é em italiano. – disse Anelise enquanto se aproximava com um enorme sorriso.
A referência dela a forma que Mia me chamava, me fez pensar naquela maldita garota problema novamente. Tinham se passado mais de três anos, quase quatro, que ela tinha sumido de vez das nossas vidas e nem mesmo Johnny ou Ane tinham notícias dela. Tudo que eu queria saber era se ela estava bem, se não tinha acontecido nada de errado, se não tinha se metido em algum problema grave ou com pessoas erradas.
- E por uma única pessoa. – Acrescentei com um sorriso pra minha filha que rolou os olhos também sorrindo.
Dei a volta e entrei no carro novamente no banco do motorista enquanto Ane e Johnny sentaram no banco de trás porque não conseguiam se desgrudar. Era incrível como eles conseguiam ser melosos depois de tanto tempo juntos, já que a maioria dos casais com tanto tempo de namoro passavam a ser menos carinhos, principalmente em público.
- Com vocês dois aí atrás, me sinto sempre como um chofer.
- Faltou o uniforme e o quepe. – respondeu Ane sorrindo para mim, ante de se virar e acenar para as amigas pela janela do carro. – Pai, acena também.
- Por que? – perguntei olhando para ela com desconfiança. – Eu nem conheço aquelas meninas.
- Eu sei, mas é porque elas te acham maravilhoso. – ela disse sorrindo ao ver minha cara de desgosto. – Não faça essa cara, não estou pedindo para sair com ninguém, só acena para deixá-las felizes.
- Tudo bem. – respondi, olhando pela janela, abrindo um sorriso e acenando para um bando de menininhas de vinte anos que se derreteram tão rápido quanto sorvete no verão.
Depois dei partida no carro rumo ao aeroporto e chegamos alguns minutos antes de anunciarem nosso vôo. A viagem foi tranquila, teve um pouco de turbulência, mas nada para se preocupar. Chegamos cansados e fomos descansar já que no dia seguinte eu voltaria ao trabalho enquanto Ane e Johnny voltariam às aulas na faculdade.
Acordei cedo para correr antes de ir trabalhar, tomei um banho, vesti o uniforme, fiz e tomei café da manhã junto com Anelise antes de sair rumo à delegacia. Assim que cheguei fui recebido na porta por Meg que estava com alguns papeis em mãos. Ela sorriu enquanto me aproximava, colocou a mão sobre meu ombro e se inclinou para me dar um beijo, mas eu virei o rosto a tempo para impedir que nossos lábios se tocassem.
- Megan... – eu a adverti, me afastando um pouco.
- Tudo bem, desculpa. – ela disse, o sorriso saindo de seu rosto. – Eu só...
- Achei que tinha sido claro sobre o que aconteceu entre nós dois. – falei pegando os papeis das mãos dela.
- Eu sei, desculpe. – respondeu.
- O que é isso? – perguntei, começando a andar em direção a minha sala.
- Um relatório completo que fiz de tudo o que aconteceu por aqui enquanto estava de férias. – respondeu ela, me seguindo. – Achei que gostaria de saber que nós temos dois casos em aberto, mas os nossos rapazes estão trabalhando arduamente nisso.
- Ótimo trabalho. – respondi, parando em frente à minha porta e a abrindo. Virei em direção a minha mesa e quase não acreditei nos meus olhos ao ver grandes olhos cinza me encarando, uma sobrancelha se ergueu, lábios perfeitamente desenhados e dentes brancos e alinhados formaram um sorriso sedutor. Dei passos lentos para dentro da sala enquanto as duas palavras que eu tanto desejei ouvir pareciam uma melodia feita pelo desenrolar de sua língua.
- Olá Signore. – Mia disse, fazendo meu coração disparar.
- Quem é você e como entrou aqui? – ouvi a voz de Megan perguntar logo atrás de mim, mas minha admiração pela figura de Mia era tanta que a voz da outra parecia distante.
- Dei meu jeito. – respondeu Mia dando de ombros. - E quanto quem sou, Jack sabe bem.
- Jack? – Meg chamou meu nome, mas não virei para ela, não queria tirar meus olhos da garota problema com medo de que ela desaparecesse.
- Megan, por favor, pode me deixar a sós com a Mia. – pedi.
- Mia? – ela repetiu em um sussurro, poderia apostar que ela estava encarando a garota problema dos pés à cabeça. Megan gostava de mim e eu já tinha cometido o erro de passar uma noite com ela, mas já tinha deixado claro que não ia me envolver porque amava outra pessoa, amava Mia, minha maldita garota problema.
- Megan. – adverti.
- Tudo bem. – respondeu num sussurro, antes de sair da sala batendo a porta com força.
O sorriso se Mia se alargou enquanto eu me aproximava mais dela.
- Você dormiu com ela, não foi?
- Cometi o erro. – confessei.
- Não é um erro seguir em frente, Jack. – disse ela, suspirando em seguida. – Eu desejava chegar aqui e te encontrar me esperando, mas estava preparada para o caso disso não acontecer.
- Foi só uma vez. – respondi.
- Não estou te julgando, pelo contrário, eu entendo perfeitamente. Foram mais de três anos sem que eu desse nenhuma notícia do meu paradeiro.
- Eu fiquei preocupado. – falei, parando de frente para ela. – Onde estava?
- Itália, estudando. – disse ela com um sorriso, parando a mão sobre meu tórax, deslizando até minha gravata. – Tivemos um desencontro, enquanto você estava indo para Europa, eu estava voltando para a América do norte. Passei por Modesto para fazer uma visita a Holly, despois Canadá para visitar o Corey e depois aqui para ver você, Ane e Johnny.
Ela me olhou e eu a olhei, longos minutos de silencio enquanto minhas mãos tocavam seu belo rosto.
- Eu senti tanto a sua falta. – ela sussurrou enquanto fechava os olhos. – Esses anos pareceram uma eternidade no inferno.
- Eu sei, mas agora acabou. – respondi, tocando os lábios macios dela – Porque agora eu vou tirar a sua roupa e vou te foder pelo resto da minha vida.
Mia sorriu concordando com a cabeça e se aproximou pra selar nossos lábios.
- Eu prometo deixar você usar as algemas em mim.
- Não só as algemas. – Respondi também com um sorriso, enquanto envolvia meus dedos nos cabelos dela. – Mas uma camisa de força e outras coisas mais.
Eu a puxei para perto e a beijei com todo o desejo que tinha, mas sem presa porque naquele momento eu sabia que a teria comigo pelo resto de nossas vidas.
Minha garota problema.

Your Father - J.G.Onde histórias criam vida. Descubra agora