So if I run, it's not enough. You're still in my head.
- Está tudo pronto lá fora. – Johnny disse entrando na cozinha. – Precisam de ajuda com algo?
Eu e minha nova empregada, Matilda, estávamos preparando comida para a festa da piscina que Anelise decidiu fazer para comemorar a volta de Mia da viagem com a mãe e eu não sabia exatamente como Ane me convenceu a deixar que ela organizasse essa festa para a amiga, mas lá estava eu, Matilda e Johnny, que Ane me apresentou como seu namorado uns dois dias depois que os vi abraçados na festa de aniversário da cidade, preparando tudo do jeito que Anelise queria.
- Não, já estou terminando aqui. - respondi desligando o fogo de uma das panelas. – Pode sentar e relaxar.
- Obrigado. – ele respondeu sorrindo e se sentando a mesa. – Ane me fez ficar correndo de lá pra cá a manhã toda, parece a exagerada da minha mãe com essa coisa de festa. Tudo sempre tem que estar perfeito.
- Anelise puxou isso da avó, minha mãe também é assim. – respondi sorrindo para Johnny que sorriu de volta.
- Mulheres. – Johnny disse suspirando.
Eu e Matilda apenas sorrimos.
Johnny ficou sentado apenas nos olhando "trabalhar" até ouvirmos a campainha tocar e depois ouvirmos pessoas conversando na sala.
- JOHNNY! – Anelise gritou da sala e o rapaz rapidamente se levantou da cadeira.
- Acho que meu descanso acabou. – ele disse antes de correr para a sala.
Eu e Matilda sorrimos.
- Ele é um bom rapaz. – disse ela assim que ele saiu.
- Ele é mesmo. – respondi.
Os amigos de Anelise passaram pela cozinha e cumprimentaram a Matilda e a mim antes de irem para a piscina. Mia não estava entre eles, o que me fez pensar se o voo dela tinha atrasado, pois já era para ter chegado à cidade segundo as informações de Holly.
Assim que terminamos de fazer a comida, Matilda foi embora e Johnny me ajudou a servir os convidados com os comes e bebes.
Eu estava na cozinha pegando mais alguns copos e petiscos quando a campainha tocou, então fui atender.
Assim que abri a porta Mia sorriu para mim, aquele sorriso que deixa qualquer homem tonto.
- Buorgiorno, signore Gilinsky. – disse ela em italiano, me olhando por cima dos óculos escuros.
Eu mal podia acreditar que ela estava parada em frente a minha porta apenas de biquíni, sobretudo aberto e salto alto. Sua pele estava quase tão exposta quando no dia em que me beijou no banheiro.
O seu sorriso foi tomado por pura malicia quando meus olhos se voltaram para o seu rosto. Ela sabia que eu estava de olho nas suas curvas perfeitas, que homem não estaria?
Engoli em seco, porque nos últimos dias ela estava em meus sonhos. Agora que tinha voltado e estava diante de mim, eu estava com vontade descontrolada de fazer o mesmo que em meus sonhos...
- Bom dia, Mia. – respondi. – Desde quando fala italiano?
- Desde os oito anos. – ela deu de ombros colocando o óculos sobre a cabeça. Fiquei um pouco surpreso com essa informação, isso era algo que não esperava.
- Uau! Interessante.
- Eu sei que sou. – ela sorriu.
- Veio assim da sua casa? – perguntei me afastando da porta para que ela entrasse, Mia sorriu mais uma vez enquanto passava por mim.
- Com certeza não me troquei no carro, signore. – ela respondeu me olhando e eu tive que rir. - Não gosto quando fala assim. – confessei enquanto fechava a porta e ela sorria mais ainda. – Como foi a sua viagem?
- Melhor do que pensei, confesso. – ela disse dando de ombros. – Então, acho que obrigada.
- Isso quer dizer que se entendeu com sua mãe? – perguntei cruzando os braços.
- Não. Quer dizer... Mais ou menos. Não brigamos nessa viagem se é isso que quer saber. – disse ela, dando de ombros. – Onde está todo mundo?
- Na piscina.
- Okay, então vou vê-los. – disse ela, se virando.
- Okay. – respondi enquanto a via se afastar.
Ela parecia sempre muito confiante de si, desfilando por ai como se fosse uma das supermodelos da Victoria's Secret.
- Não vai vir? – ela perguntou quando já estava na porta que dava acesso a cozinha.
- Já estou indo. – respondi com um sorriso.
Mia deu de ombros e sumiu do meu campo de visão.Mia's POV
Quando cheguei ao fundo da casa meus amigos vieram me cumprimentar e me encher de perguntas sobre a viagem. Contei como foi tudo para eles, que não briguei nem sequer um dia com Holly, que conheci vários lugares legais em Washington e que conheci um cara gostoso com quem fiquei enquanto estive por lá.
- Não satisfeita em pegar os gatos da nossa cidade a vadia ainda vai pegar os gatos de Washington. – Corey comentou assim que terminei de contar a história. – Por isso que quando terminar a escola vou fazer faculdade no Canadá, lá não tem risco da Mih ter pegado ninguém.
- Quem te disse isso? – perguntei sorrindo.
- Meu Deus, você já foi pro Canadá? Já ficou com alguém de lá? – ele perguntou.
- Não. – respondi sorrindo – Mas quando for te visitar resolvo esse problema.
Corey rolou os olhos.
- Não quero nenhum de vocês me visitando. – ele disse se recostando na espreguiçadeira. – Estou saindo desse país exatamente para me livrar de vocês.
- Que desgraçado. – Barbie disse dando um tapa na perna de Corey. – Damos amor a ele e é assim que ele nos agradece.
- É um ingrato. – concordou Adria.
- Podem falar o que quiser que ainda irei me livrar de vocês. – ele disse com um sorriso.
- Deixa ele. – disse Johnny. – Ele vai se arrepender porque nunca mais vai encontrar gente como a gente.
- Na primeira semana vai nos ligar dizendo o quanto nos ama e sente nossa falta. – concluiu Anelise.
Todos nós rimos, exceto Corey.
- Idiotas. – disse ele nos fazendo rir novamente.
Ele sempre falava essas coisas, mas ele nos amava, sim. Só queria bancar o difícil.
- Mudando de assunto. – eu disse olhando para Anelise. – Seu pai não vai curtir a piscina com a gente?
- Não sei. – ela respondeu com um sorriso cheio de malicia. – Por quê?
- Só pra saber. – dei de ombros.
- Achei que ele fosse um cretino que você odiava por sugerir a viagem com a sua mãe. – disse ela erguendo a sobrancelha.
- E ele é. – concordei sorrindo. – Mas isso não muda o fato de que seria maravilhoso vê-lo de sunga.
- Ele parece ter um corpo bem bonito. – Barbie comentou. – Ele malha?
- Às vezes ele faz alguns abdominais, mas o que gosta mesmo é de correr todas as manhãs.
- Acho que vou começar a correr todas as manhãs. – comentou Andrea sorrindo para mim.
- Acho que vou te fazer companhia. – sorri de volta e fizemos um high five.
- E a escola? – perguntou Ane.
- Quem precisa de escola quando se tem lugares melhores para ir e pessoas melhores para ver. – respondeu Andrea.
- Vocês vão acabar atacando meu pai. Até parece que não tem homem nessa cidade pra apagar o fogo de vocês. – disse Ane se levantando. – Vem, Johnny, vamos nadar antes que decidam te atacar também.
- Não seria ruim. – Johnny disse piscando para mim e Ane se virou para ele com cara de poucos amigos. Eu sorri, porque sabia que ele só disse aquilo para provoca-la.
- Como é? – ela perguntou cruzando os braços em frente ao corpo – Repete, Jonathan Armstrong.
- Repetir o que? – ele perguntou com a cara mais lavada do mundo.
- Não se faça de desentendido, mocinho, vamos pra piscina e conversamos enquanto te afogo.
Johnny sorriu, finalmente se levantando e abraçando Anelise.
- Mas eu não vou conseguir nem respirar, quem dirá conversar com a boca cheia de água.
– Essa é a intenção. – respondeu Ane também sorrindo.
- Maldosa. – disse ele, antes de pega-la no colo e leva-la para piscina enquanto Ane fazia um escândalo.
- Esses dois estão me dando nojo com tanto amor. – comentou Corey e o resto de nós sorriu enquanto víamos Johnny se jogar com Ane na água.
Andrea e Pablo também se jogaram na piscina.
- Alguém pode, por favor, pegar mais refrigerante pra mim? – pediu Adria levantando seu copo vazio. – Não acho que consigo ficar a sós com o pai Ane.
- Falando assim até parece que ele é algum tipo de tarado, amiga. – Comentou Barbie sorrindo.
- Não foi isso que eu quis dizer. – respondeu Adria. – Eu só acho que desmaiaria de amores.
- De qualquer forma, se ele for um pervertido, por favor, me avisem para que eu dê um jeito de ficar a sós com ele só para ser aliciado. – Comentou Corey.
- Ele não é assim. – falei me lembrando da noite da festa - Quem dera ele fosse.
- Ih, Mih. Estou começando a achar que quer mesmo pegar o pai da Ane. – Barbie disse com um sorriso malicioso.
- Nunca disse que era brincadeira. – respondi sorrindo e tomando o resto do meu refrigerante. - Vou pegar mais refrigerante pra gente e vou ao banheiro.
- Hum, já vai... – meus três amigos disseram em uníssono, com uma carinha maliciosa que me fez gargalhar.
- Idiotas. – disse me levantando e indo para cozinha.
Fui até a geladeira e vi algo que era o colírio para os meus olhos, uma tigela com pavê de Nutella. Peguei a garrafa de refrigerante que estava na prateleira de baixo e coloquei sobre a mesa. Voltei à geladeira e tirei a tigela também colocando sobre a mesa. Comecei a vasculhar os armários em busca de uma taça para sobremesa e uma colher, que não demorei a encontrar, coloquei um pouco do pavê na minha taça e devolvi a tigela à geladeira. Aquilo só podia ser obra da Anelise, porque ela sabia que eu era absolutamente louca por Nutella.
Peguei minha taça e levei a primeira colherada à boca.
- Meu Deus, isso é néctar dos deuses. – sussurrei para mim mesma levando outra colherada a boca.
Fechei os olhos me deliciando com o sabor doce...
- Está gostosa? – a voz máscula de Jack era apenas um sussurro sedutor logo atrás de mim. Foi um baita susto que levei, abri os olhos e me virei rapidamente. Ele sorriu, como se minha cara de assustada fosse à coisa mais engraçada do mundo.
- Quer me matar de susto? – perguntei colocando a mão sobre meu peito. Meu coração estava a mil pelo susto e meu corpo estava todo arrepiado por causa da voz grossa dele.
- Não. – ele riu novamente. – Nem sabia que se assustava assim tão fácil, mas é engraçado.
- Não é nada engraçado. – respondi fazendo careta.
- Okay, desculpa. – ele disse levantando as duas mãos apertas a altura dos ombros. – Só perguntei se estava gostosa.
- O que? – perguntei franzindo a testa.
- A sobremesa. – ele explicou apontando pra taça em minha mão.
- Ah! – sorri – Foi você que fez?
- Não, foi a Matilda. – ele respondeu dando de ombros. Franzi a testa confusa.
- E quem é Matilda?
- Nossa nova empregada. – Jack sorriu cruzando os braços.
- Ah! È vero. Ane tinha me contado sobre ela. – sorri – Mas, então, não vai nadar com a gente? – perguntei pegando um pouco de pavê e levando a boca.
- Eu não tenho idade para estar no meio de um monte de adolescentes. – ele respondeu focando seus lindos olhos castanhos em mim.
Eu senti vontade de agarra-lo ali mesmo e acabar com aquele maldito desejo que estava me deixando um pouco obcecada em conseguir mais do que um "beijo roubado" dele. Porque eu sentia aquela forte energia ao nosso redor, aquela atração nos puxando um para o outro e nós dois tentando resistir.
Na verdade, ele estava resistindo e eu estava apenas esperando ele parar de nadar contra a corrente que o levaria até mim.
- Não existe idade para se divertir, senhor Gilinsky. – respondi levando mais sobremesa a boca enquanto Jack olhava com atenção meus movimentos. Aquilo era muito excitante, ter a atenção dele toda sobre mim.
Eu fiz de tudo para parecer o mais sexy possível.
- Para com isso, Mia. – ele sussurrou com uma voz rouca e eu quase me derreti ao ouvir meu nome saindo dos seus lábios.
- Com o que? – perguntei me fazendo de desentendida, olhando para minha taça para pegar o resto de sobremesa, mas Jack segurou meu queixo e ergueu minha cabeça para olha-lo.
- De me seduzir. – disse ele se aproximando um pouco com os olhos fixos em meus lábios. – Você tem que parar.
- Não estou tentando te seduzir. – sussurrei de volta.
Jack sorriu e ergueu seus olhos para os meus.
- Não disse que está tentando, disse que está me seduzindo e que deve parar com isso.
Um arrepio percorreu todo o meu corpo e eu sorri com malicia. Eu estava cada vez mais perto de conseguir o que queria.
Delicadamente levei uma das minhas mãos ao braço dele. Jack sentiu algo com o toque, percebi pelo seu olhar enquanto minhas mãos subiam lentamente até sua mão em meu queijo e entrelacei meus dedos nos dele.
- E se eu não parar? – perguntei.
Jack soltou minha mão e se afastou desviando o olhar para a porta de vidro. Ele não estava com medo de mim ou me rejeitando outra vez, só se afastou porque dava para meus amigos nos verem dali, mas nenhum deles estava olhando na nossa direção, estavam apenas se divertindo na piscina e cuidando de suas vidas.
- Mia, você só tem dezessete anos. É loucura. – respondeu ele por fim, sorrindo e balançando a cabeça enquanto olhava em direção ao chão. – Não acredito que estou me deixando levar.
- Você fica repetindo isso como se eu não soubesse a diferença de idade entre nós dois, mas eu sei. – respondi colocando a louça na pia e voltando a olhar para ele. – Eu só não me importo.
Jack ergueu os olhos para mim e sorriu novamente.
- Conheço seu tipo, Mia.
- Meu tipo? – perguntei confusa.
- Femme Fatale. – respondeu olhando fixamente em meus olhos, percebi que ele ergueu a mão para tocar meu rosto novamente, mas por algum motivo desistiu. – O tipo de garota que faz os homens perder a cabeça e se envolver em encrenca alegremente.
Sorri concordando.
- Talvez seja meu tipo. – respondi. – Mas a questão é... Você vai perder a cabeça e se envolver em encrenca alegremente? – perguntei passando ao lado dele lentamente.
Jack sorriu enquanto eu me afastava dele em direção ao banheiro no segundo andar com a esperança de que ele não resistisse e viesse até mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Your Father - J.G.
Romance- Eu te odeio. - ela disse entredentes passando a mão pelo seu braço, exatamente no lugar onde eu a havia segurado segundos antes. Isso era óbvio. Todo o nosso amor adolescente havia se transformado depois do casamento e, principalmente, depois do...