Capítulo 2

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I wish that I had known in that first minute we met.


Jack's POV

Entrei na cozinha, coloquei a sacola de compras em cima da bancada. Depois que guardei tudo em seu devido lugar, peguei um copo e a garrafa de refrigerante na geladeira e fui para sala para conhecer melhor a pequena e problemática Mia. Eu já queria muito conhecê-la depois de conversar com algumas pessoas sobre Anelise e sua amizade com Mia, mas quando a vi, algo nela me despertou ainda mais a curiosidade. Se aquela era a Mia que todos me falaram, porque parecia tão diferente? Assim que entrei na sala e dei de cara com ela, Mia me pareceu tímida e fechada.
Se bem que as aparências enganam.
Ela estava sentada no meu sofá, com o pote de pipoca entre suas pernas e não pude deixar de notar que seu short deixava boa parte de suas belas pernas à mostra. Os dois copos, para ela e minha filha, estavam vazios sobre a mesa de centro da sala e na TV passava um dos filmes dos Transformers, no qual ela estava completamente atenta.

- Achei que queria o refrigerante. - disse me aproximando.
Ela ergueu os olhos cinza lentamente para mim e encolheu os ombros. Pareceu-me extremamente frágil naquele momento, tensa e desconfortável com minha presença. Aquela garota era realmente linda e seus olhos cinza eram idênticos aos da mãe.

- Sim, senhor Gilinsky.
- Só Jack, por favor. Sinto-me realmente velho quando me chamam de senhor. – disse educadamente me sentando ao seu lado. - Pareço velho para você?
- Nem um pouco. - ela respondeu com um meio sorriso e mordeu os lábios em seguida.
- Então me chame de Jack. – sorri para ela que pareceu paralisar.
- Tudo bem. - ela disse quase num sussurro sem tirar seus olhos cinza de mim. Franzi a testa confuso, a ideia que tinha dela era diferente. Holly havia me dito que Mia era o tipo de garota nada fácil de controlar, que sempre fazia o que queria, quando queria e Ane havia me dito que Mia era tagarela, engraçada e extrovertida. Nada batia com a garota a minha frente.
- Tudo bem, Mia. - respondi entregando o copo em minha mão para ela. - Pegue.

Ela pegou e por um momento senti seus dedos roçarem nos meus, por tempo suficiente para eu saber que suas mãos eram quentes e macias. Abri a garrafa de refrigerante e coloquei um pouco no copo dela, que sorriu em agradecimento.
Ela tinha um sorriso muito bonito, era daqueles que você nunca se cansaria de admirar, que combinava perfeitamente com seus lábios rosados, pele clara, cabelos negros e com os olhos cinza. Realmente uma menina muito bonita.
Mih voltou a se virar para a TV, tomando um gole de seu copo enquanto eu enchia o meu.

- Você quer pipoca? - perguntou sem me olhar, parecia estar tentando evitar isso ao máximo.
- Sim, obrigado. - respondi.

Mia colocou o pote de pipoca entre nós e voltou a TV.

- Pai, você chegou! – Ane disse completamente animada enquanto descia as escadas. - E vejo que já conheceu a Mih.

Sorri pegando um pouco de pipoca e levando a boca.

- Acabei de chegar – respondi me levantando do sofá com um sorriso. - Estava aqui fazendo companhia a Mia enquanto você não descia.
- A Mih é legal né? – minha filha perguntou se sentando no lugar onde eu estava anteriormente, ao lado de Mia.
- Sim, a Mia é muito legal. – respondi voltando a olhar para Mia que se remexeu inquieta no sofá. Ela estava tentando parecer indiferente, mas não conseguia sabendo que eu a estava olhando.
- Já pediu para ele te adotar? – Ane perguntou se virando para a amiga.

Mia rapidamente olhou para Ane, enquanto eu fiquei confuso as olhando. Será que ela tinha algum problema com a mãe? Mas Holly me pareceu uma mulher ótima.
- Não, eu não tive oportunidade. – ela disse um pouco sem graça, dando de ombros.
- Quer que eu te adote? – perguntei esperando que ela me explicasse, mas Ane foi quem tomou a frente da situação porque Mia parecia não saber o que responder.
- É, porque ela disse que você devia ser um ótimo pai pelo o que contei a ela sobre você. – Ane disse com um sorriso, mas olhava para Mia com uma expressão preocupada.
- Seria um prazer te adotar, Mih. - respondi olhando fixamente para ele que finalmente me olhou nos olhos. Ergui uma das sobrancelhas – Você seria muito bem vinda à nossa casa.
- Obrigado. - respondeu voltando a olhar para qualquer lugar que não fosse para mim e se remexendo no sofá.

Your Father - J.G.Onde histórias criam vida. Descubra agora