Capítulo 22

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No grave can hold my body down, I'll crawl home to her.

Mia

Eu tinha tentando controlar minhas lágrimas quando entrei no carro do Corey, mas não conseguia.
- Só dirige pra longe daqui – falei e ele obedeceu.
Eu estava em um choro tão profundo que nem vi qual a direção que ele seguiu, o que me importava era ir pra longe do Jack antes que eu acabasse mudando de ideia e estragando tudo.
Depois de um longo caminho Corey estacionou o carro, abriu os vidros para entrar ar puro, me puxou para mais perto e me abraçou.
- Toda essa situação é ridícula. – sussurrei. – Estar chorando desse jeito é ridículo.
- Mas o que mais nós podemos fazer quando estamos atormentados e aos pedaços se não chorar? – Corey perguntou enquanto acariciava os meus cabelos.
- Como dizia a Fergie, grandes garotas não choram. – falei, enquanto me afastava dele para enxugava as lágrimas com as mangas da blusa.
- Você está errada, Fergie estava errada. – Corey sussurrou segurando-me pelos pulsos – Como corrigiu a Sai, em uma de suas maravilhosas músicas, grandes garotas choram quando seus corações estão se partindo.
Eu o olhei por alguns segundos, soltei um suspiro e o abracei com força. Corey ouviu meu choro por um bom tempo sem dizer nada, eu não precisava de palavras, precisava apenas de um ombro amigo.
Depois que me acalmei e respirei fundo percebi onde estávamos, na frente da casa de Jack. Olhei para Corey pronta para perguntar se ele estava tentando me ferrar de vez, mas vi Ane descendo do seu carro e se aproximando do de Corey, vestida em um moletom, o capuz cobrindo um pouco seu rosto, as mãos no bolso e um andar lento.
- Ela queria conversar com você. – Corey sussurrou enquanto abria a porta do motorista. – Eu sei que você não está bem, mas vocês precisam se acertar antes de você ir.
Eu nem respondi, apenas fiquei observando Corey sair do carro, Ane entrar no seu lugar e fechar a porta. Ela suspirou antes de desviar seus olhos do horizonte na minha direção.
- Oi. Depois da nossa discussão de hoje cedo achei que você ficaria pelo menos uma semana sem falar comigo.
- Não pretendia ficar uma semana sem falar com você, Anelise. – respondi. – Desculpa, okay?
- Eu já disse que não precis...
- Preciso sim. – falei, a interrompendo. – Eu não queria que as coisas estivessem assim, nem cheguei a pensar que podiam chegar a esse ponto. Então eu sinto muito, você estava certa em tudo que me disse no hospital. – Ane abriu a boca para me responder, mas levantei a mão pedindo que ela esperasse, pois ainda não tinha terminado. – Eu já falei com a Holly e ela aceitou retirar todas as acusações se eu for embora. Ela está escolhendo o local onde vou terminar o ano letivo e fazer a faculdade. Também já disse pro seu pai... – suspirei profundamente. - Olha Ane, acabou. Eu sei que acabou tudo, tanto com ele quanto com você, eu só... Eu não suporto a ideia de você andando por aí me odiando.
Ane sacudiu a cabeça em negativa e ergueu a mão para tocar meu rosto.
- Mih, eu nunca te odiaria, você é minha melhor amiga, lembra? Minha alma gêmea. Eu só me irrito às vezes com seu jeito, apesar da maior parte do tempo o amar, tem as exceções. – Ela suspirou. – Para onde ela vai te mandar?
- Não sei, talvez Irã ou Paquistão. – respondi dando de ombros e forçando um sorriso. – Tanto faz, o importante é que tudo vai ficar bem pra você e pro seu pai.
- Isso não precisa durar pra sempre, você sabe não é? A partir dos seus 18...
- Holly ainda vai ser minha responsável legal e vai dar um jeito de estragar as coisas.
- Então com 21, você será de maior...
- Até os meus 21 anos muita coisa pode mudar Ane, não vou fazer ele me esperar, se é isso que está sugerindo.
- Sabe que ele esperaria. – ela sussurrou.
- Não quero que ele perca quase quatro anos da vida dele por minha causa. – respondi com um suspiro. – Melhor deixar as coisas como estão. Eu vou embora pela manhã e a tarde ele será liberado.
Ane suspirou pesadamente.
- Me sinto realmente culpada por dar a ideia, mas não tinha alternativa. Eu queria que vocês ficassem juntos, queria mesmo, mas...
- Eu sei. – falei a interrompendo antes que eu começasse a chorar novamente. – Está tudo bem. – falei por fim, antes de abraçá-la fortemente.
Ficamos um tempo abraçadas, nos despedindo, antes que Corey voltasse por carro e Ane fosse embora.
Corey me levou para minha casa e eu entrei escondida em meu quarto do mesmo jeito que tinha saído, pela janela. Deitei em minha cama e dormi mesmo sentindo uma sensação de perda quase me sufocando.

Your Father - J.G.Onde histórias criam vida. Descubra agora