Anjinho*

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MAX

O silêncio que corria na sala de espera, logo foi preenchido quando vi um dos guardas trazer meu pai. Ele tinha pegado muitos anos de prisão para os crimes cometidos no passado e principalmente no presente, eu não tinha pena, ele poderia ter sido um homem digno mais escolheu o lado errado na vida. Mesmo estando preso, ele ainda era meu pai, e eu jamais o abandonaria, nem ele nem minha mãe que agora estava começando a viver uma vida totalmente diferente da que um dia teve, um dia chega o momento que todos têm que aprender. Pagamos por nossas próprias escolhas, sendo elas boas ou ruins.

-Cheguei a pensar que você me deixaria de lado, acho que me enganei.

-Você não foi um grande pai para mim, mais continua sendo o homem que me deu a vida e isso eu não vou esquecer, trouxe as coisas da semana e um recado de mamãe.

-Não quero saber de sua mãe, já basta está aqui nesse inferno por conta daquele verme maldito.

-Não culpe meu irmão por seus erros pai, ele sim foi uma vítima sua e por muito pouco você não desgraçou a vida dele de novo. Será que nem mesmo estando onde estar você não percebe o que fez? Tente aprender com seus erros.

-Se veio me dar sermão der meia volta, estou sofrendo um inferno naquela cela imunda o suficiente Max, se é só isso pode ir embora. Vá viver a vida encantada junto com aquele traste. -Meu pai não tinha jeito e minha visita pelo dia já tinha acabado eu precisava está em outro lugar bem mais importante do que aquele. Meus conselhos para o mesmo pareciam não servir. Levantei e seus olhos permaneceram em mim em cada movimento que eu fazia.

-Eu realmente confio na sua mudança, agora se me der licença, preciso dar boas vindas a minha sobrinha, ela deve está a caminho já. Até mais pai. -E eu fui com o coração sem nenhum peso, segui em frente e não olhei para trás.

DIMITRI

Cinco horas, era o tempo que esperávamos por nossa menina enquanto eu caminhava tentando manter toda minha calma, ao lado de sua mãe. Suas dores já tinham começado há muito tempo, mais isso não significava que o momento era aquele, e eu estava subindo pelas paredes de tão nervoso. Seus olhos estavam fixos na janela enquanto eu a via mudar de peso com os pés tentando ficar tranquila, e ela estava... Muito mais que eu até.

-Você não quer deitar? Ficar em pé pode não está ajudando muito querida. -Falei esfregando seu quadril quando a vi sussurrar sentindo mais uma pontada, aquilo estava acabando comigo mesmo sendo por uma boa causa.

-Não, estou bem... mais ou menos. Será que o médico não pode vir dar uma olhada? Talvez seja melhor deitar mesmo, esta mais forte. -Rapidamente eu a carreguei e a ajudei a subir na cama, para minha sorte, o médico estava entrando para mais uma verificação e por um lado me acalmou o coração. O homem parecia à solução para tudo diante dos meus olhos.

-Ela está sentindo muita dor, estou começando a ficar com medo doutor. -Ele sorriu como se meu desespero não fosse visível e seguiu para a cama onde Luiza começou a realmente gritar. Corri para seu lado e segurei sua mão, eu queria ser forte por ela e nossa pequena Laís, mais estava a ponto de ter um bendito colapso.

-Vejamos... Cheguei na hora certa querida, você está mais que pronta agora. Vamos começar!

-Não me deixa Dimitri, por favor, não me deixa sozinha. -Passei minhas mãos por seu rosto molhado pelas lágrimas e tentei não chorar na sua frente. Eu poderia está cagando de medo, mais do seu lado eu não sairia jamais.

-Eu vou está ao seu lado em cada minuto meu amor, ninguém vai me tirar de perto de você, eu juro. Eu amo você.

-Eu também te amo. -Enfermeiras entraram no quarto e eu escondi o medo que sentia, estava na hora de darmos boas vindas ao nosso bebê.

** ** ** **

-Cabeça e ombros fora, vamos lá, só mais um pouco. -O suor escorria não só de Luiza mais em mim também, meus olhos estavam marejados olhando para todo aquele cabelo preto da minha menina, ela estava ali... bem perto de nós.

-Vamos, estamos juntos. -Luiza apertou minha mão com força e de uma vez, todo o resto do corpinho de Laís saiu. Lágrimas escorriam dos meus olhos quando eu vi a cena mais linda da minha vida acontecer diante dos meus olhos.... Eu era um pai agora e não poderia está mais feliz.

-Vamos mamãe, segure sua menina um pouco. -Sorrindo o médico, a pôs sobre o peito da minha esposa, nossa pequena, que chorava baixinho ao sentir o calor da mãe.

-Esperei tanto por você... Tanto tempo meu amor, eu amo você. -Tremendo eu me aproximei cada vez mais segurando seus dedinhos, ela era linda, e minha...

-Filha. -Mesmo tentando eu não tinha mais conseguido segurar as lágrimas, chorei em alegria, vendo minha família bem ali, unida em nossa bolha. Em um felicidade que jamais imaginei possuir.

Luiza

Depois de anos chorando a perda de meu filho, eu finalmente estava chorando mais por um motivo completamente diferente, um motivo alegre que transbordasse de amor, eu finalmente tinha me tornando uma mãe. Sentir minha filha nos braços tirou de mim toda a angústia que um dia existiu, agora eu só sabia sorrir para a pequena menina que enchia meus olhos de puro amor e meu coração com a maior alegria existente no mundo.

-Ela se parece muito com você, olha esse cabelo?! -Laís estava animada enquanto mamava rapidamente, devagar meus dedos tocavam sua penugem negra igual às de seu pai que parecia uma criança vendo tudo que ela fazia.

-Você acha? Ela é tão pequenininha, tem certeza que é normal esse tamanho amor. -Sorri ouvindo aquela mesma pergunta uma terceira vez, ele estava tão perdido que parecia engraçado. Seus olhos e suas mãos estavam em nossa filha a supervisionando a cada minuto, ele era um babão.

-Fique calmo, eu já disse que é meu amor. -Dimitri sorriu beijando devagar meus lábios para não atrapalhar nossa filha.

-Estou tão feliz, eu mal consigo me conter e também não quero falar muito... Se não vou acabar chorando de novo. - Sussurrou limpando as lágrimas que já desciam, sorriso eu passei uma das mãos por seu rosto. Ele merecia tudo aquilo.

-Está feliz?

-E você ainda pergunta? Claro que estou! Não vejo a hora de estarmos em casa, na nossa casa. -Laís soltou o peito satisfeita e começou a chupar os próprios dedos. Dimitri sorriu e a pegou delicadamente de meus braços.

-Meu amorzinho, você é tão cheirosa. -Ele a beijava devagar enquanto andava com ela no quarto para que ela arrotasse. Era uma das visões mais lindas, que já tive o prazer de ter. Minha família.

-Não a quero dormindo no quarto sozinha, acho melhor pormos o berço dela em nosso quarto, o que me diz amor?

-Não, ela vai dormir com a gente em nossa cama. Não a quero sozinha naquele berço enorme, vai que ela tem medo do escuro, Nem pensar nisso.

-Medo do escuro? -Ri alto com aquilo, eu teria um longo trabalho com esse papai.

-Pode rir mais isso pode acontecer. -Ele sorriu se aproximando e me entregando nossa filha.

-Você precisa descansar, foi uma guerreira hoje, e está com os olhos pesados de sono. Eu te amo, você me deu minha família de volta, e minha vida Luiza.

-Eu também amo você. Obrigado por tudo. -Dimitri sentou ao meu lado na cama e juntos ficamos abraçamos, sentindo todas as bênçãos que nossa vida tinha ganhado naquele dia. Tudo era perfeito e eu não via a hora de estarmos finalmente completando o nosso lar.

TRAÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora