TRAÍDA

Dias de Pai*

DIMITRI

Sentir-se realmente amado, é tudo que sempre queremos na vida, Por anos eu não soube como era essa sensação mais agora, eu provava cada detalhe disso. Ganhei muito mais do que apenas felicidade, ganhei uma mãe que estava fazendo tudo que não pôde fazer na minha infância e eu amava, ganhei uma esposa que era minha direção pra tudo e estava sempre ao meu lado, ganhei um irmão que até então meu coração não aceitava mais que agora não se via, mas sem ele e o mais forte de todos. Ganhei uma filha que me tinha completamente na palma da mão todas as vezes que olhava para ela. Eu não tinha como ter mais felicidade, estava completo.

-Aqui, coma eu vou segurar ela, não quero ela chorando e se sentindo sozinha e você vai comer tudo porque precisa se alimentar bem. -Coloquei o prato em sua frente a forçando comer, minha esposa estava cansada, mais em compensação tão feliz, que tudo era uma recompensa.

-O que eu faria se não tivesse você hein?

-Me procuraria com toda certeza. -Pisquei o olho para ela a fazendo sorrir, eu a amava mais que tudo nessa vida.

-Convencido hein você? Mas tudo bem porque eu amo demais.

-Eu sei, eu sinto a mesma coisa, só que dez vezes mais forte. -Aos poucos Laís abria seus olhos para nos encarar, ela era uma chorona assumida que odiava com toda certeza seu berço, mais uma vez eu estava certo em relação a isso. Limpei seu rosto molhado, ela estava fazendo bico zangado e eu a peguei rapidamente para sua alegria.

-Não chore amor, você está com seu papai, eu não vou deixar você sozinha. -Ela estava com o rosto colado em meu peito, depois que ela nasceu eu seriamente cheguei a ter medo de segurá-la, passei uma noite inteira chorando por isso, que tipo de pai tinha medo de segurar os filhos? Depois de não aguentar mais, falei com Luiza que em frente ao meu desespero começou a rir me deixando sem graça. Ela me explicou que nada aconteceria e que eu a protegeria muito bem, ela me entregou nossa filha e depois desse momento tudo saiu perfeito.

-Amanhã vou levar ela para tomar um pouco de sol. Seu primeiro passeio fora de "casa." - Luiza sorriu animada, olhei para ela sorrindo vendo que ela tinha comido tudo.

-Vamos cedinho, o sol não está tão quente para vocês duas, será muito bom. -Ela assentiu sorrindo.

-Estou com sono, mais ela precisa mamar agora, me dê ela aqui, assim ela come e depois tira um cochilo comigo. -Tirei minha pequena do peito onde ela já estava se chateando de novo, ela já conquistou muito dos seus jeitos e isso com pouco tempo, Laís não gostava de tomar banho e nem de luz apagada, ela simplesmente odiava ser deixada sozinha e isso incluía seu berço. Mais muito além do que ela não gostava eu aprendi o que ela mais amava, Laís adorava ouvir nossas vozes, porque dessa forma nossa menina sabia que não estava só, ela ama a dormir em nossa cama junto com seus pais. Nunca imaginei que essa pequena pudesse mudar tanto minha vida, eu prometi a mim mesmo que eu sempre a amaria e ensinaria tudo de bom que nunca tive na minha vida, seria o melhor pai do mundo.

-Aqui, descanse meus amores, eu vou tirar a roupa da lavanderia pra passar. -Beijei as duas sentindo os olhos felizes da minha esposa.

-Eu amo você querida, durma.

** ** ** **

Em nenhuma situação eu tinha visto ou feito isso, mais eu queria passar por tudo enquanto estava cuidado dos meus filhos, então aqui estava eu, passando roupas e dobrando assim como minha mãe e Luiza me ensinaram, e modéstia a parte, estava saindo perfeito. O cheiro de bebê estava por todos os cantos e isso me fazia sorrir. Desliguei o ferro de passar quando ouvi a companhia tocar, eu não fazia ideia de quem seria já que Max estava na faculdade e Minha mãe mobilhava sua nova casa. Assim que minhas mãos chegaram à maçaneta, eu vi quem menos esperava ali, parado com um grande buquê e um urso, Marcelo.

-Como vai Dimitri? Sei que não sou bem vindo por aqui, mais mesmo assim eu queria felicitar Luiza pelo bebê, eu sei o quanto ela deve está feliz. -Não dava para não estressar com esse cara, Luiza poderia o ter perdoado mais eu continuava não gostando dele.

-Olha, não me leve a mal, mais eu não quero você rondando minha mulher. Luiza é minha, só minha e ninguém a tomara de mim na vida entendeu? Sua chance com ela já passou há anos.

-Eu sei, e mesmo que eu tentasse não adiantaria nada, ela tem tudo que eu não pude dar, é você que ela ama.

-Que bom que você sabe, bom se me der licença eu preciso terminar de passar as roupas da minha filha.

-Quem diria que você estaria assim, não estou esnobando não pense isso, é bom ver que vocês tiveram uma chance de ter a felicidade, eu mais do que ninguém sei que vocês dois passaram por muito.

-O amor muda as pessoas, Luiza assim como minha filha me tem na palma das mãos, eu sou muito feliz.

-Amor? -Paramos a conversa quando me virei e vi Luiza com nossa filha no peito, ela não tinha dormindo muito e nossa menina continuava a se alimentar.

-Marcelo? O que faz aqui. -O prego usou isso para entrar de uma vez dentro da nossa casa. Seus olhos estavam admirados em nossa filha e um sorriso atravessou seu rosto. Seguindo rapidamente, eu logo estava com os braços em volta do Luiza, a protegendo de qual fosse suas intenções.

-Ela é linda. Tão pequena.

-Sim ela é.

-Eu só queria te felicitar por ela, parabéns eu sei o quanto ser mãe sempre foi um sonho pra você. Aqui, as flores são pra você e o ursinho para ela. -Peguei os presentes e segurei já que minha esposa segurava nossa filha. Ela não estava incomodada com ele e pra falar a verdade nem eu.

-Obrigada, ela gosta ursinhos, e as flores são lindas.

-Ela se parece mais com Dimitri do que você.

-Eu sei, Dimitri caprichou, ela é praticamente toda ele, até mesmo em suas pequenas atitudes, eu não poderia está mais feliz com isso.

-Posso imaginar bom, eu preciso ir, vou trabalhar ainda hoje, parabéns.

-Obrigada, obrigada pelos presentes. Depois de uma longa despedida o cara finalmente tinha ido embora, pesei a porta e logo puxei minhas garotas no braço.

-Não conseguimos dormir, acho que ela sente falta de você já que dorme no seu peito.

-Vamos lá, tanto você como ela precisa descansar, vamos tirar os três um cochilo merecido. -Beijei sua boca e juntos os três, fomos para o quarto. Mais um capítulo da nossa história, estava sendo escrita ali.

MARCELO

Descendo do prédio de Dimitri e Luiza eu sorrir, eles estavam felizes e isso era tudo que importava. Minha vida estava seguindo bem apesar de tudo, uma nova história estava sendo escrita por mim mesmo.

-Ai! Desculpe-me.

-Perdão, eu que não te vi. -Olhando para frente eu pude ver uma baixinha grávida a minha frente, ela parecia perdida.

-Está tudo bem? Você parece nervosa.

-E eu estou, não nervosa, mais sim desesperada. Dê-me licença. -Ela tentou passar por mim e mesmo eu tentei segui-la e entender o que se passava.

-Posso ajudar? Fiquei preocupado agora.

-Preocupado? Somos estranhos porque você se preocuparia com isso?

-Isso não importa, ajudar alguém vem de dentro do coração, não é algo que precise de uma explicação, posso ajudar?

-Desculpe, fui uma grossa, é que realmente está um pouco difícil pra mim, não tenho ninguém moço, fui despejada hoje e eu não sei o que vou fazer, estou grávida e isso é claro, não tenho nada na bolsa já que não consegui mais trabalhar... Estou tentando ser forte e continuar tentando, eu não tenho outra opção, mais eu estou esgotada, e com medo de falhar por meu filho. -Vi quando ela limpou as lágrimas rapidamente, era apenas uma jovem, que precisava de uma mão. Meu peito apertava em olhar para ela e eu não podia a deixar assim.

-Minha casa tem um quarto vago, eu vivo com meus pais, me chamo Marcelo...

A história dele começava bem ali, final feliz ou não, logo todas vocês saberão. Logo chegaremos ao final de cada um deles, ainda temos pouquíssimos capítulos, fiquem de olho.