Mr. Carter

DEZENOVE

Ponha apenas a sua mão no vidro
Estarei aqui tentando puxar você
Você só tem de ser forte
Porque eu não quero perder você agora
Estou olhando bem para a minha outra metade
O vazio que se instalou em meu coração
É um espaço que agora você guarda.
Mirrors, Justin Timberlake.

Mr. CARTER

Fico estático observando a mulher que eu amo caminhar para a porta do meu escritório. Olho o rebolado suave de seus quadris, sua bunda redonda que faz as minhas mãos coçarem para aperta-la duramente, seu cabelo longo e escuro que me faz querer puxa-los enquanto a fodo por trás, seu andar sexy com esses saltos que me faz imagina-la completamente nua apenas os usando. Melody não é apenas um sonho, é a minha realidade. Seu sorriso é a minha droga, seu beijo o meu vício, seu corpo a minha obsessão, e o seu coração o meu desejo mais estimado. Mel pensa que não pode confiar em mim, e de certa forma, ela está certa. Eu não sou confiável, sou uma bomba com segundos contados. Prometi a mim mesmo manter o controle após a minha bebedeira enlouquecida no dia que joguei o copo na sua frente, espalhando cacos de vidro por toda a sala, causando machucados em sua pele delicada e preciosa.

As pessoas sempre formam opiniões sobre mim e meus irmãos rapidamente, mal elas sabem quão erradas e enganadas elas estão sendo. O modo que eu agi com Mel é uma novidade para mim. Eu nunca dei a mínima para qualquer mulher, nunca me permitir amar e ser amado. Eu nunca me senti sufocado, sem vida, apenas ao ver uma mulher se dirigindo para longe de mim. Denominam o Lucian como frio e inalcançável, não ouso dizer que estão errados. Ele trata o mundo como um jogo de xadrez, todos nós somos uma peça em seu tabuleiro. De certa, foi por causa dele que criei essa obsessão pelas cores, preto e branco. Matthew, o irmão comédia, Playboy e famoso entre as mulheres. Muitos pensam que ele é apenas um homem despreocupado, erro deles. Matthew é um ator e todos são hipnotizados com o seu talento. E eu? Bem, Lucian diz que sou explosivo. Matthew de que sou impulsivo. E porra se eles não estão certos sobre tudo. Minha paciência evapora com facilidade e às vezes acabo fazendo algo que faz com que me arrependa em seguida.

Mel fecha a porta atrás de si, à tensão em seus ombros é perceptível. Espero um olhar. Um sinal. Espero que ela fale. Espero qualquer coisa. Qualquer indicação de que temos uma chance para prosseguir com a nossa relação.  Eu não recebo nada. Foda-se se isso não dói, porra. Lembro-me da primeira vez que a vi. Tão porra bonita naquele vestidinho azul deixando o seu corpo gostoso em exposição. Sua dança era hipnotizante, e eu queria rasgar os olhos fora de todos os homens que estavam a olhando tão fixamente como eu estava.  Bastou um olhar e eu soube.

Ela era minha.

Depois de conhecê-la, não demorou muito para eu cair duro de amor. Era inevitável. Mas agora? Agora ela está lutando contra isso, mesmo que ela não perceba. Sua relutância de estar em minha presença é perceptível, mas o seu corpo se inclina para o meu instintivamente. Seu corpo clama por mim enquanto a sua mente está em uma espécie de batalha interna. A lembrança da noite de sábado, suas palavras doces, meu pau dentro de sua boceta, seu sorriso suave e contente foi contaminado com o que aconteceu no fim da noite. Holly. Até quando aquela porra de garota vai me prejudicar? Eu não vou perder a mulher que eu amo por causa de um erro. Mesmo que eu tenha que apressar as negociações com aqueles bastardos. Vou lutar pela mulher que eu amo. Mesmo que isso me leve para o inferno. Eu vou feliz, contanto que ela esteja no céu.

A memória daquela noite se prende em mim, da noite em que eu quase a perdi. Da noite em que o meu mundo parou e meu coração foi arrancado do meu peito.

— Eu não tenho que ajudá-lo. Não devo nada a você. Já você, e seus fodidos irmãos devem tudo à mim. — Ray fala calmamente. Seu rosto enrugado, diferente do homem maduro que eu conheci muitos anos atrás.