Mr. Carter

VINTE E QUATRO

Você entrou na sala
E agora meu coração foi roubado
Você me levou de volta no tempo para quando eu era inteiro
Agora você é tudo que eu quero
E eu soube isso desde o primeiro momento
Can I Be Him?, James Arthur

Caio de volta na cama e coloco o travesseiro de Noah na minha cara, inalando o seu cheiro persistente. Na mesma hora eu ouço a porta do quarto se abrir, mas não me incomodo em olhar para ele. Segundos depois a cama ao meu lado afunda e então o travesseiro some de minha face, pisco algumas vezes e a cara de Noah surge na minha frente, um sorriso doce estampado em seus lindos lábios, seus longos cílios parecem ainda mais escuros desse ângulo e seus olhos de um tom azul profundo. Eu choramingo um pouco tentando buscar o travesseiro de volta, mas Noah me impede erguendo as minhas mãos acima da minha cabeça e salpicando beijos suaves em meus lábios.

Eu me entrego completamente ao seu doce toque.

Noah tem o meu corpo na palma de sua mão. Eu anseio o seu toque até mesmo quando estamos juntos, é como se eu nunca pudesse ter o suficiente dele. O que eu sinto por ele é algo novo e intenso. Com nenhum outro eu me desfazia com o som profundo de sua voz. Eu nunca me entreguei a alguém como eu me entrego a ele. Pode parecer bobo, mas a intimidade que compartilhamos juntos me faz imaginar que já nos conhecemos há anos. Nossos corpos são ligados um ao outro como imãs. Meus pensamentos são sobre ele e o meu coração também.

Eu sou completamente de Noah Carter. Cada pedacinho.

— Bom dia, meu amor. — Noah murmura contra os meus lábios e se afasta.

Seu brilhante sorriso está em pleno funcionamento. Ele parece tão feliz, tão animado como uma criança numa manhã de natal.

— Bom dia. — resmungo.

— Eu trouxe o café. — ele se abaixa e beija meu nariz antes de se levantar.

Eu me sento na cama, ainda um pouco grogue de sono e observo Noah enquanto ele pega a xícara que ele deixou na mesinha ao lado da cama e espera eu sentar e me acomodar para poder segurar a xícara. O cheiro de café fresco penetra minhas narinas, me fazendo ansiar pelo liquido quente. Noah me oferece a xicara e eu a pego com cuidado e murmurando um obrigado a ele antes de tomar um gole. Enquanto bebo mais um pouco para me despertar completamente eu noto Noah me olhando atentamente. Seu lábio inferior está sendo mordido implacavelmente pelos seus dentes. Olho para ele com a testa franzida, mas ele não desviar o olhar. Abaixo a xicara e o coloco toda a minha atenção sobre ele.

— Está tudo bem?

Noah concorda com a cabeça, mas continua a me olhar. Volto a tomar o meu café, mas também o encaro. Quanto mais segundos se passam e ele não diz nada eu começo a ficar frustrada e preocupada. Meus pensamentos começam a rodar sobre o que pode estar ocupando a sua mente. Será que aconteceu algo e ele está procurando um modo de me contar? Se acontecer algo com Liz, eu não posso nem...

— Vamos sair. — anuncia.

A voz de Noah me tira do meu foco, eu percebo que continuava encarando-o, mas estava perdida em meus pensamentos. Demoro um pouco para assimilar o que ele diz.

— Sair com você? — não sei por que essas palavras saem da minha boca se é obvio o que ele perguntou, ou melhor, falou. Acho que ainda estou dormindo no fim de tudo.

Noah acena. — Isso. Saia comigo. Esta tarde. — ele fala.

— Você me fez o café da manhã para me pedir para sair?

— Não. Eu fiz o café por que eu a amo e pretendo mimá-la até o fim das nossas vidas. Eu estou te pedindo para sair simplesmente porque eu a amo e gosto de tê-la comigo sempre. — ele fala de forma franca, praticamente posso sentir a honestidade em cada palavra dita.