VINTE - parte II

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Você será o meu melhor amigo?
Você será o meu último?
Eu preciso de alguém que possa me amar desse jeito.
Miss You, Gabrielle Aplin

— Você tem que parar de ser tão confortável. — murmuro para Noah. Aconchego-me ainda mais em seu peito. Delicio-me com o seu calor, e inalo o seu cheiro prazeroso e inebriante.

Depois de nossa conversa não tão esclarecedora nós ficamos confortáveis em um abraço saudoso. Devo admitir que ainda falta muito pra eu descobrir sobre Noah, mas passar o dia todo conversando e debatendo não é a forma que eu quero que ocorra. Conheci algo crucial sobre ele e acredito que com o tempo terei muito mais a aprender, mas é isso que eu acredito que um relacionamento seja. Podemos passar a vida toda ao lado de alguém, mas aprendendo algo novo sobre a outra pessoa a cada dia que se passa, nem que seja algo que você considere desnecessário, descartável. No fim todo o conhecimento que adquirimos é completamente indispensável.

Noah solta um bufo e eu sinto o movimento de seu peito contra a minha bochecha. Sua mão acaricia o meu cabelo suavemente.

— Se ser confortável permite que eu seja o seu travesseiro habitual, então, eu estou bem assim.

— Não fique convencido sobre isso. Um dia você pode querer se levantar e eu não irei permitir. Então, não reclame no futuro. — brinco, mas afasto-me dele e ele não me impede.

Noah se inclina no sofá, uma mão repousa em sua perna enquanto a outra que estava em meu cabelo vai para a parte traseira do sofá.

Percorro a mão pelo o meu cabelo, tentando organizar as madeixas escuras.

— Não irei reclamar. — Ele afirma convicto.

— Se você diz... Então, você vai aceitar a minha demissão? — questiono.

Noah não responde. Ele pega o seu celular de seu bolso e em instantes ele está com ele pressionado em seu ouvido.

— Comunique ao departamento sobre a demissão da Srta. Johnson. — Noah encontra o meu olhar. — Esqueça a cláusula... Sim... Certo.

Ele termina com a ligação sem um tchau ou obrigado para a pessoa do outro lado. Parece que aí está a minha resposta sobre a posição de Noah em minha demissão.

— Sabe... Essa cláusula foi totalmente coisa sua não é? E Matthew ainda pressionou-me com a possível possibilidade de perda da vaga caso eu não assinasse naquele momento.

Noah sorri para mim. — Sou culpado da primeira acusação, mas Matthew decidiu pressiona-la por conta própria. Acredito que ele achou divertido assusta-la. Isso acabou agindo ao meu favor.

Noah para e analisa a leve distância entre nós. Sua sobrancelha se franze em desagrado, e então, ele põe o braço em meu ombro e me puxa de volta para o seu peito, mas eu saio de seu domínio. Claramente não satisfeito com a minha atitude, Noah segura as minhas pernas e a ergue para descansar em sua coxa. Ele alisa a minha saia, demorando um pouco mais que o necessário quando sua palma percorre a minha pele descoberta. Seu polegar entra levemente por baixo do tecido, apenas uma sugestão de carícia. Sinto o tremor percorrer o meu corpo, mas não me movo. Aparentemente satisfeito, ele descansa uma de suas mãos em minha coxa e a outra na parte de trás do sofá.

— Feliz? — pergunto, arqueando a minha sobrancelha.

Ele não responde, porém dá um ligeiro apertão em minha coxa, eu pulo no sofá e instintivamente solto um grito assustado pelo súbito ataque. — Ei!

— O quê? — Ele sorri. Lindo.

Fecho a cara.

— Nada... — balbucio.

Mr. CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora