VINTE E UM - parte II

2.2K 240 133
                                    

Quando o meu mundo está desmoronando
Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão
É aí quando eu
Eu... eu olho para você
Quando as ondas inundam a costa
E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa
É aí quando eu
Eu... eu olho para você.
When I Look At You, Miley Cyrus

Estou tremendo da cabeça aos pés quando Noah me segura gentilmente em seus braços fortes, mas eu o aperto com força contra mim, ignorando cada pontada de dor existente em meu corpo. Meus braços pressionam as suas costelas e enterro a minha cabeça na curva de seu pescoço, inalo o seu cheiro, bebendo do seu conforto. Ouço passos pesados ao nosso redor, como botas grandes contra o piso. Cedo demais Noah se afasta de mim, mas eu seguro as lapelas de seu paletó querendo-o de volta contra mim. Noah me mantém no comprimento do braço. Uma de suas mãos vai para o meu ombro e a outra para o meu maxilar, seu polegar sobre o meu queixo, erguendo o meu olhar para ele.

— Melhor? — ele pergunta, preocupado.

Eu fungo e aceno fracamente. — Sim.

Um ponto preto chama a minha atenção e olho para Justice que para ao nosso lado com uma distância notável. Há outros homens pelo cômodo, alguns parados e outros o percorrendo. Ouço o barulho de passos no piso de cima e vejo que Ryan está na porta observando tudo atentamente. Os seus olhos não deixam nada passar. Ele não se foca na nossa direção, mas sei que ele tem cada detalhe em sua mente.

— Está tudo limpo aqui dentro. — Justice, Ice informa. — Estão procurando ao redor caso alguém esteja por perto vigiando.

Volto a encostar-me à parede, já cansada de tudo. Fechos os meus olhos com força, mas os reabro assim que Noah fala, sua voz áspera, sombria.

— Algum dano?

— Uma mesa no corredor e o quarto da outra garota, Elizabeth, estão destruídos.

Noah o dispensa com um aceno e Justice imediatamente se afasta ao seu comando. Noah agora tem sua atenção toda voltada a mim, com a distância criada por mim, eu vejo o seu olhar me percorrer inteira. Sei na hora exata em que ele nota a formação do hematoma em meu braço, pois o seu olhar escurece de uma forma perigosa. Os pontos azuis quase inexistentes. Vejo sua mandibular apertar e ele engole em seco antes de perguntar. — Diga-me o que aconteceu.

E eu falo, descrevo tudo o que aconteceu após eu abrir a porta, com cada palavra que sai de meus lábios eu sinto a tensão de Noah aumentar, quando chego à parte que Brad me segura com força e me joga contra a porta um som quase como um rosnado sai de sua garganta, seus olhos estreitam e suas narinas se alargam com as respirações pesadas que saem dele. Mal termino de falar que Brad me imobilizou contra a parede e se pressionou contra mim e Noah já está de pé, falando, gritando com Ice.

Arregalo os meus olhos, assustada com o seu tom.

— Eu o quero morto, porra! — esbraveja. — Encontre-o. Não me importa como. Vasculhe cada buraco dessa cidade se necessário. Só volte quando ele estiver amarrado na porra de uma cadeira, está me ouvindo?

Noah continua a ladrar ordens para Ice e os homens, mas tudo se perde na minha mente. Ice concorda com tudo que Noah diz, nem um pouco abalado com a sua explosão. Ele chama os homens dentro da casa para acompanha-lo e assisto com horror quando mais de quinze homens passam pela porta da minha casa. Homens de vários tamanhos, mas todos com corpo atlético, alguns extremamente musculosos, como se a blusa escura que estão vestindo poderiam se rasgar facilmente, outros são magros, mas com alguns músculos preenchendo as suas camisas muito bem. Todos estão de preto e usando botas pesadas de combate. O que mais me assusta são as armas que vejo com eles, seus coldres segurando firmemente o objeto perigoso. Alguns usam uma espécie de coldre axilar e outros na perna, há aqueles que usam até mesmo os dois.

Mr. CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora