Alvin três dias depois da carta
Existem poucas coisas no mundo que podem corromper um ninfa. Mas isso não quer dizer que seja impossível, a escuridão sempre está a porta, um vacilo nosso, e nosso coração vira carvão.
Amanda não quer me ver. Mas eu sei que ela fez o que tinha de ser feito, e acredite em mim, eu realmente sinto muito por Eleven. Ela é uma pessoa boa, mas tudo terminará como devido. Combinei com Eleven no rio de Arandell, é hora de começar, Eleven precisa ficar mais forte, ela precisa despertar suas habilidades, e quem melhor do que um ninfa que domina todos os elementos para ajuda-la?
Sinto-me culpado por fazer algo desse nível. Nunca me imaginei lançando alguém de um precipício, mas estou disposto a ir até o fim com isso. Eu não tenho escolha.
O lugar onde o rio fica é lindo. É um rio imenso que parte toda a Arandell, não há um local ou uma cidade que esse rio não passe, em algumas partes ele é tão raso, mas em outras ele pode ser profundo. Profundo a ponto de matar alguém. Suas águas são cristalinas, de tal forma que se pode ver os peixes nadando e nadando pela nascente.
Há pássaros verdes e rosas voando acima do rio, alguns cantos de pássaros são quase hipnotizantes, um pássaro roxo pousa em cima de um galho de uma árvore de maça. Ela começa a bicar a fruta e quase posso sentir o quão grata ela está por ter o que comer. Quando vejo algo assim, é quase impossível não pensar nos humanos, eles são egoístas e desconhecem o que é altruísmo. Eles veem seu próximo morrer de fome, ou morrer em uma esquina por causa do frio e quando veem esse tipo de coisa, eles torcem o nariz e dizem "não é comigo", "a culpa não é minha", alguns até dizem, "alguém deveria fazer algo", mas essa é a questão, por que não ser esse alguém?
Eleven chega e pousa na beirada do rio, ela mal nota minha presença.
— Eleven? — sorrio para ela.
— Alvin. — ela sorri doce.
— Você gosta de ficar perto da água? — ela pula e bate palmas como criança.
— Eu não gostava, mas agora me sinto próxima. — ela balança a cabeça. — é quase como se fosse uma parte minha. Eu sei que é bobeira, mas deve ter a ver com eu ser uma fada da terra.
Você não faz nem ideia do tipo de fada que é. Talvez a mais perigosa da história, embora seu coração seja puro, o poder pode corromper.
— Vamos entrar? — ela me olha como se tivesse sugerido a coisa mais ridícula do mundo.
— Não. — ela responde como se fosse obvio. — eu posso me afogar ou sei lá.
— Você lembra do dia após que te conheci? — ela parece pensar.
— É como um branco. Tenho medo disso. — ela olha as águas se acalmarem, como se estivessem prontas para ela.
— A água desse rio, pode trazer memórias, você sabia? — ela parece pensar. — vamos, se você se afogar, eu te salvo. — eu rio de lado a lado.
— Eu topo. — ela me devolve o sorriso.
Ela me dá sua mão e em seguida andamos em direção ao rio, nossos pés é a primeira parte do nosso corpo a ter contato com a água fria e ao mesmo tempo relaxante. Logo a água sobe até nossos joelhos, eu não sinto o frio, mas Eleven parece sentir, um calafrio toma conta de seu corpo, ela quase recua, mas seguro firme sua mão, não cheguei até aqui para desistir por uma birra. A água está batendo em nosso pescoço, Eleven parece desesperada.
— Alvin. — ela grita. — estou com medo. — ela parece querer chorar.
— Está tudo bem. — eu solto sua mão. Sua cabeça imerge na água e ela começa a se debater
— Socorro. — a água começa a entrar em sua boca.
Permaneço imóvel, observando ela se afogar, ela está chorando, seus gritos se ouvem a distância, meu coração se aperta, é cruel demais ter que fazer isso. Mas preciso seguir as instruções. Afundo a cabeça de Eleven na água e ela começa a se debater, e eu a chorar, meu coração se parte em mil pedaços, várias e várias vezes, não penso em mais nada além de que eu quero salva-la, mas não devo. E não salvarei. Eleven para de se debater e seu corpo afunda, cada vez mais, saio da água e fico observando. Ela não se mexe, várias lágrimas descem por meu rosto e começo a esmurrar a árvore grande e totalmente negra, sua raízes estão expostas, parece bastante velha.
— Ah. — começo a soluçar, puxo meus cabelos e arranco alguns fios. — Eleven. — eu grito.— eu sinto tanto. — meu coração está esmagado, sinto minha luz enfraquecer cada vez mais.
Eu tento gritar, esmurrar, entro em desespero, não era para ser assim, Eleven. Eu sento no chão e abraço meu joelho. É quando um ponto dourado pousa do meu lado, é Amanda ela está com um vestido dourado.
— Alvin, eu ouvi seus gritos, você está bem? — eu grito e abraço meus joelhos com força.— Alvin me responde.
— Eu a matei.— eu grito e dizer isso só torna tudo mais real e doloroso para mim.
— Alvin, onde ela está? — eu aponto para o rio.
— Você seguiu instruções, você sabe que haveria riscos. — ela tenta controlar o choro mais falha.
Uma explosão chama nossa atenção,as águas do rio se agitam severamente, a água sai do rio para fora como em tsunamis, eu me protejo junto com Amanda. Olhamos para o rio e uma grande bola d'água flutua para fora, Eleven está dentro dela, seus cabelos estão mais claros que o normal, seus olhos verdes estão com uma tonalidade azul, temporária, acho. Ela começa a flutuar dentro da bola d'água, até que ela se explode no chão e Eleven começa a andar em terra firme em minha direção, ela não parece ela, está com algo estranho nos olhos, uma faísca de algo ruim.
— Você falhou comigo.— essa não parece a voz de Eleven.
Ela cai no chão de joelhos e começa a chorar desesperada, como se estivesse com medo, como se algo terrível tivesse acontecido com ela.
— Por que? — ela me pergunta chorando.
— Um dia você vai me entender. — ela olha para Amanda.
— Você sabia disso? — Amanda se cala, e é o suficiente para que Eleven entenda que ela sempre soube. — eu acreditei em vocês, eu amei vocês. — ela se levanta e então limpa sua lágrimas.
— Eleven. — ela me olha com mágoa.
— Não haverá um pedido de desculpas. — ela olha para Amanda.— vocês criaram uma criatura totalmente nova dentro de mim.
Então ela se levanta e vai embora. Amanda me abraça em prantos. Cumprimos nossa parte.
— Funcionou?— perguntei a Amanda.
— Acho que sim, não dá para saber.
Eu não menti quando disse que as águas tinha uma propriedade de recuperação de memória, só não disse que seria imediato. E também não disse que seriam apenas as memórias dela que voltariam. Se deu realmente certo, de alguma forma Elevem estava conectada as antigas memórias de Lúcia.
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Eleven
FantasyEu sou uma fada. Meu nome é Eleven, justamente porque sou uma fada onze. As fadas são separadas por números, minha geração é a número onze. Desde que houve fadas, somos responsáveis pela proteção da ger...