Um Olhar Diferente

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Senti algo tocar minhas costas, devia ser Max com graça de novo, era quente, agitava cada célula do meu corpo por dentro. Eu estava cansada demais, só me virei para o outro lado e apaguei. Depois de um tempo senti algo novamente, dessa vez era diferente, eu estava sonhando ou poderia jurar que o cachorro estava respirando perto de mim, aquilo era estranho, eu sentia percorrer todo meu rosto, até que chegou num ponto que me tirou todas as dúvidas sobre minha sanidade, abri os olhos devagar e vi alguém próximo de mim, muito próximo mesmo.

- Está bem? - ouvi a voz falar devagar.

- Sim, tem alguém aqui? Quem é você? - levantei desesperada e toquei o braço do dono daquela voz.

- Pode me ver agora? - disse ao ligar uma lanterna, ao que parecia de um celular.

Me espantei ao dar de cara com um homem alto, pálido e de olhos castanhos um tanto quanto peculiares.

- Posso, eu posso sim... - falei desconcertada.

- Que bom - eu estava procurando meu cachorro e achei ele aqui no seu carro moça, como vi que estava aberto resolvi incomodar - ele falou sem graça .

- Na verdade você está me ajudando, me desculpe, mas você sabe onde estamos? - perguntei desesperada.

- Olha, aqui é São Paulo, mais especificamente você está no Brasil.

- Que bom! - comecei a rir. - Você deve me achar maluca, mas estou há 2 dias perdida sem achar sinal de civilização, fui a um bar, bebi um pouco e quando acordei eu estava no meio do nada.

- Ah não acredito! - Ele me encarou com ar de pensativo - Eu não sei o que dizer, bom... Se você seguir a estrada por mais 25 minutos chegará ao centro da cidade.

- Só isso? - eu encarei ele com ar de surpresa.

- Sim, se importa se eu levar o cachorro? - falou ele.

- Não, ele é seu, foi meu fiel companheiro por esses dias, ele me ajudou a chegar até aqui - ri.

- Verdade rapaz? -perguntou o jovem ao cão

Max parecia feliz em vê-lo, seu rabo balançava.

- Obrigada por tudo moço, inclusive por ter me "incomodado" como disse - sorri de leve enquanto analisava para descobrir o que me era tão peculiar naqueles olhos.

- Não precisa agradecer, aliás você me parece um pouco pálida.

- Ah sim, hoje mais cedo passei um pouco mal, como eu estava sem comida comi bananas até agora. - me senti uma idiota, ele devia me achar retardada.

- Eu sou médico, acho que você deveria comer algo e descansar - disse ele em tom repreensivo. - moro a uns dez minutos daqui, se quiser pode fazer uma parada lá em casa, com todo respeito é claro.

- Acho que vou aceitar, estou literalmente morrendo de fome.

- Você segue meu carro, tudo bem? - ele exibiu um sorriso leve.

Após minutos avistei a casa do rapaz, era bonita, tinha um visual clássico mas também inovador, alguns detalhes eram modernos, porém aparentemente a arquitetura também havia mantido muita tradição por ali. Estacionei em frente à porta da garagem e desci.

- Bela casa - disse em voz alta.

- Obrigada senhora.

- Emily Lamartine - falei rapidamente.

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