Vamos Beber?

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Levantei correndo ao sentir o calor do sol que entrava pela janela em mim, será que eu estava atrasada? Corri e encontrei meu celular no sofá, rapidamente me lembrei de como a tarde passada havia sido. No celular marcavam 7:42 da manhã, sim eu tinha que correr.

Escovei os dentes e penteei o cabelo o mais rápido que pude, vesti um jeans preto com uma camisa branca social, calcei um par de salto alto, peguei minha bolsa com alguns papéis de canto, a chave do carro, o celular e saí tropeçando.

Quando cheguei no escritório eram 8:12, nem era um atraso enorme, mas o meu primeiro no ano. Catarina me olhava curiosa junto aos demais profissionais ali.

- Temos muito para hoje? - sorri para todos e entrei na minha sala.

Minha mesa estava com pouca papelada, ao que parecia era um caso simples, uma moça e um rapaz pretendiam se divorciar. Comecei a ler e aparentemente o motivo era simples, traição.

- Com licença senhorita Lamartine. - disse Catarina ao abrir a porta devagar.

- Diga! - falei enquanto me afundava na pilha de relatórios sobre o caso anterior que trouxera de casa.

- A senhora Moreira está aqui, está exigindo falar com você agora. - ele disse baixo em expressão de vergonha.

- O que ela quer? - analisei o teto.

- Ela está insatisfeita com a data da audiência.

- Ótimo, peça para ela entrar por favor.

- Sim, com licença.

Depois de 2 minutos ouvi passos altos, pareciam de salto alto, até que avisto a senhora Moreira adentrar minha sala em extrema revolta, sem ao menos pedir minha licença.

- Oi, então você é Emily Lamar... - ela parecia ter esquecido o resto, pois fazia cara de ué misturada com impaciência e raiva.

- Sim, sou a senhorita Lamartine. Você é a senhora Moreira, certo? - me levantei e fiz sinal para que ela se sentasse. - Você aceita uma água gelada ou um café?

- Não, quero resolver isso rápido, o porco do meu marido acha que tem o direito de me seguir, e se meter na minha vida, diz que ainda somos casados, quando vou à delegacia nada se resolve, eles dizem que eu devo fazer um boletim, e aí só tenho dor de cabeça , minha vida é corrida, não tenho tempo pra esperar, quero antecipar essa audiência e me livrar desse traste agora. - a mulher gritou.

- Acalme-se, a audiência não pode ser antecipada senhora, muitos clientes estão agendados na sua frente, siga as recomendações do setor 3 e abra um processo. Eu realmente não posso fazer mais do que auxilia-la.

- É sempre assim, ninguém resolve nada. - ela deixou a sala bufando.

Comecei a ouvir ruídos e gritos lá fora, quando abri a porta meu lado sensitivo se deparou com o que minha intuição já me avisara, Ana Moreira estava descontrolada, jogando computadores no chão.

- O que vocês estão esperando ? Cadê os seguranças ? - gritei.

Pedro, um dos secretários do prédio, chamava os seguranças do andar inferior, Catarina e Mariana tentavam acalmar a mulher, mas estavam prestes a levar bifas.
Dois homens altos chegaram depressa e agarraram Ana pelo braço.

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