Diga-Me Quem És, Eu Te Direi Quem Sou

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    O estacionamento estava vazio, com sorte o pessoal teria preferido ficar em casa hoje. Não que eu não gostasse de pessoas... É só que meu senso reservado preferia um lance sem plateia.
Eu andava rápido, ao me aproximar da esquina que daria na entrada principal me perguntei quem teria chegado primeiro, porém logo que avistei Daniel eu tive minha resposta. Ele estava distraído, olhando para a direção de um menino que brincava com um cão ao chão. Logo que entrei em seu campo de visão ele me observou rapidamente, como que voltando à realidade, então pude ver um sorriso amigável em seu rosto enquanto me aproximava.

- Então você chegou antes? - perguntei sorridente.

- Bom, é o que parece!  - ele sorriu de leve, gesticulando um aceno de mão.

- Se me atrasei me desculpe, o trânsito estava daqueles hoje - comecei a me explicar.

- O que é isso, eu não ligo de esperar, eu sei bem como é, passo por isso todos os dias, Emily!

- Ah sendo assim tudo bem! - ri.

- Vamos entrar? - o ouvi.

- Claro, vamos sim! - comecei a andar.

    Andávamos devagar, então eu comecei a falar.

- Daniel, eu pensei que você se importaria em vir, como um médico imagino o quão ocupado deva ser e...

- É que eu tirei o dia hoje, achei melhor descansar, tirar a cabeça de algumas coisas. - ele falava em tom tão pensativo e com ar de cansaço, até diria que tinha um problema que ele queria esquecer. Pensei em perguntar, mas quem era eu para isso?

- Ah, que sorte ter sido justo hoje, não é? - o observei de canto.

- Pois é, foi o dia certo... Mas e então, você gosta de comer o que, estamos frente a todos os restaurantes...

    Me dei conta de que já estávamos na praça de alimentação.

- Bem, eu estava pensando em comida italiana, você gosta?

- Gostar é pouco, eu simplesmente amo, reproduzo algumas receitas, sou um amante incontestável, já te contei que meu avô era italiano? - ele disse empolgado.

- Então você vai gostar em optar por esse restaurante - apontei para um típico no qual costumava comer quando ia ali.

- Então está decidido! Creio que um bom vinho acompanhe bem a refeição, que tal? - sua expressão era convidativa.

- Maravilhosa ideia! - sorri.

- Então se sente que eu peço, okay? Tenho algo em mente - a empolgação transparecia em sua voz.

- Estou curiosa, confio na sua intuição - respondi.

    Daniel adentrou o restaurante e saiu depois de alguns minutos me dizendo que eu não iria me arrepender de ter pago minha confiança em sua prestação em fazer o pedido. Ficamos nos olhando por alguns segundos até que ele resolveu voltar à conversa.

- Então, como você me contou trabalha no escritório de advocacia do seu pai, acredito que vocês devam se dar bem.

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