CAPÍTULO 1

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CLÉO

Era isso.

Eu finalmente havia chego no fundo do poço.

Só podia ser essa a conclusão a se chegar depois do fato de eu ter aceitado a proposta de ir para um outro Estado e aceitado me casar com um homem desconhecido que ainda iria me ajudar a cuidar das minhas dívidas.

Ok, um homem lindo e desconhecido.

Mas ainda assim! Eu só podia estar louca.

Afinal, que homem lindo era aquele que precisava de uma noiva pela internet? E por que ele pagaria as minhas dívidas, quando podia ter uma nova de graça e sem dívidas?

Havia alguma coisa estranha com esse cara.

Ele poderia ser um serial killer ou um tarado com manias estranhas. Meu Deus! Será que ele tinha um quarto vermelho? Ok, eu já estava viajando na maionese total, mas não podia deixar de confabular com os meus botões todos os contras dessa loucura toda.

Infelizmente, foi preciso apenas um pró, para todos os motivos para ser contra, sumissem:

Minhas dívidas.

Minhas enormes dívidas feitas pelo meu ex-noivo, que eu no momento prefiro ver morto e enterrado. Ou talvez, sua cabeça em uma bandeja de prata para que eu possa soca-la a vontade.

Onde eu estava com a cabeça em confiar nele e aceitar a ideia de termos uma conta em conjunto? Uma conta que ele limpou completamente, me deixando a ver navios e uma dívida cada vez mais preocupante.

Eu lembro como se fosse ontem, quando eu entrei no "nosso" apartamento e vi o bilhete dizendo que não dava mais para ele e que ele esperava que eu fosse feliz. Por um momento eu fiquei triste, realmente triste. Depois, as contas começaram a chegar, contas de coisas que eu nunca havia comprado, e foi ai que quando eu fui ao banco, descobri toda a verdade.

Da tristeza, eu fui para a fúria.

Cancelei tudo e comecei a caçar o maldito do meu ex por toda a cidade, mas quem disse que ele estava por lá? Nem seus pais sabiam dele.

Ele havia se mandado.

Me deixando ferrada.

Depois de toda a choradeira de desespero, resolvi sentar e fazer as contas. Talvez eu conseguisse pagar tudo em prestações com o meu salário de professora...

Errado!

Depois, eu comecei a anotar as formas de ganhar dinheiro, e tentei até um segundo emprego, mas infelizmente, o único que pagava bem o suficiente, era o de dançarina de boate. Por isso, essa opção de emprego foi para como última opção de toda a lista.

E quando uma por uma foram dando errado, eu vi por acaso na internet um anúncio de noiva por correspondência, e decidi tentar. Eu estava tentando qualquer coisa!

E foi assim que eu conheci o João Augusto.

Lindo, alto e completamente hilário, pelas conversas que tínhamos. Era um cara tão agradável e ainda me oferecia cem mil para quitar minhas dívidas.

Só poderia ser um sonho, e eu como a boba que fui, aceitei esse sonho.

E era por isso que eu embalei as minhas coisas, peguei minhas últimas economias e parti para a cidadezinha de Esperança, no Sul do Brasil.

Eu tinha um coração quebrado, uma cota arruinada e uma última tentativa louca de acertar a minha errada vida.

Eu tinha um pouco de esperança de que nada poderia piorar.

AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora