CAPÍTULO 9

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JOÃO AUGUSTO

Cadê ela?

Será que tinha fugido?

Será que não tinha gostado?

Porque eu me importo com o que ela pensa? Porque eu sou um idiota, só pode.

Eu já tive a minha quota de ser otário com minha ex, mas aparentemente eu ainda não aprendi a minha lição, porque eu continuo pensando no que outra mulher sente antes de mim.

Antes dos meus próprios sentimentos.

E será que eu sinto algo por ela?

Eu sei que eu tenho um tesão danado por aquela morena teimosa, mas caramba, será que eu gosto dela tanto assim?

Não poderia...

Começo a ouvir uma gritaria que me tira dos meus pensamentos e vejo que se concentra na área dos banheiros.

Cléo.

Começo a atravessar a multidão, e quando chego perto, meu sangue gela com a cena diante de mim.

Uma Cléo com a parte do vestido rasgado, está vermelha enquanto berrava com o que só podia ser um homem bêbado com uma marca de tapa no rosto.

Correção, um homem bêbado com uma marca de tapa no rosto morto.

Porque eu mataria o infeliz.

Ele nem me viu chegando, porque continuava a cerca-la. Eu o empurrei e desferi logo um soco certeiro em seu rosto.

A raiva me tomou por completo e eu o ataquei.

Só de pensar dele encostando nela, enquanto ela obviamente não queria, fez meu instinto assassino reagir.

Eu podia ouvir os gritos da Cléo ao fundo, mas nada me importava.

Sou separado do infeliz por um par de braços e eu sei que é o Marcos. Mas não queria, queria que ele me deixasse matar aquele idiota.

- Chega, Augusto! – Ele consegue me levantar do cara e para na minha frente, bloqueando o corpo do sujeitinho da minha visão. – Ele já tá acabado, cara. Olha só. – Ele aponta para detrás dele e eu vejo o corpo caído e o rosto sangrento do idiota.

Bom.

- Bom. – Murmuro ainda cheio de raiva.

- Tira esse olhar assassino do seu rosto e olha lá a Cléo, olha como ela está assustada com o seu comportamento ogro.

Eu fecho os olhos e tento respirar fundo para me acalmar. Eu não queria apavorar a Cléo. Eu queria defende-la. Eu nunca reagi assim, nunca tive esse acesso de raiva e ciúmes violento.

Isso não podia ser bom.

Isso só podia ser péssimo.

Me virei para encontrá-la com o rosto manchado pelas lágrimas e vermelho de raiva.

- Você é um bruto, João Augusto! Um brutamontes, grosseiro, estúpido... – Ela grita enquanto me dava tapas no braço, mas eu ignorei e continuei avançando e a abracei apertado. - ... que quase me matou do coração!

Ela me abraça de volta e eu a aperto, sentindo seu corpo quente e macio contra o meu.

- Vamos, querida, vamos para casa. – A soltei um pouco e coloquei um braço envolta do seu ombro e a apertei contra mim. Não conseguia parar de tocá-la.

Ela apenas balançou a cabeça concordando e eu me senti melhor assim.

Era bom poder tocá-la.

*

O caminho de volta para casa, foi bem silencioso, mas um silêncio bom. Ela estava com a cabeça encostada no meu ombro, enquanto eu dirigia de volta para casa.

Era confortável.

*

Ao chegarmos em casa, ficamos nos encarando por um tempo no espaço fechado do carro.

Eu queria poder voltar a tocá-la e quem sabe, abraça-la de volta, mas era complicado.

Eu podia ver que as coisas entre nós não eram grande coisa ainda, ainda mais que essa foi a primeira noite em que ficamos juntos sem brigar.

Ela me lançou um sorriso agradecido e me deu um beijo na bochecha antes de sair do carro.

Acho que poderia considerar isso uma vitória.

Ou um começo.


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E ai? Gostaram?
Gente, eu tenho que responder todos os comentários de vocês, e quero dizer que leio todos, ta? hahaha

 obs: Eu andava com um bloqueio forte pra escrever algo bom e decente pra vocês, e espero que gostem. 

AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora