CAPÍTULO 22 - ÚLTIMO

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1 MÊS DEPOIS

JOÃO AUGUSTO

A Saudade me corroía.

Na primeira semana, eu liguei todos os dias e mandava mensagem esperando uma resposta dela, mas depois de uma insistência e dela nunca me respondendo, resolvi então dar o tempo que ela queria.

Porém, quem disse que era fácil?

Quem disse que era fácil ficar sem ouvir a voz dela ou ver o sorriso dela?

Quem disse que eu conseguia esquecer a sensação do corpo dela enrolado no meu? Os beijos? Os abraços?

Ela era minha tormenta.

E eu todo dia me chutava pela minha idiotice.

A maluca da Vitória ainda me procurava, alegando que nosso amor era pra valer e várias outras baboseiras e eu tinha que me controlar para não esganar aquela doida.

Toda vez que eu lembrava que ela era a culpada da Cléo não estar mais comigo, eu queria matá-la. Porém, eu lembro que a culpa também foi minha.

Eu, idiota total/

Eu estava olhando os cavalos, tentando me distrair, tirar a Cléo pelo meno um minuto da minha cabeça, mas parecer que é impossível.

Fico divagando mais um pouco,  quando eu vejo o Marcos caminhando em minha direção, com aquele olhar zombeteiro dele.

- O que te trás aqui, Marcos?  Veio tripudiar em cima de mim também? Dizer que eu sou idiota?

- Ah, mas idiota eu já sabia que você era a muito tempo atrás. Não preciso dizer nada não. - Ele sorri.

- Então, o que veio fazer aqui?

- Vim garantir meu lugar como padrinho do seu casamento com aquela belezinha da Cléo.

Bufei.

- Que casamento se ela me deixou? Você ta ficando louco, e mais delirante do que eu.

- Nem louco e nem delirante meu amigo, eu vim aqui salvar o dia.

- E como pretende fazer isso? Fazer algo que nem eu fui capaz de fazer?

- Com isso. 

Ele me lança um sorriso maroto e levanta o celular.

E pelos próximos dez minutos, ele me mostra um vídeo da odiosa da Vitória contando para uma amiga, ambas bêbadas por sinal, e ela confidenciando como tinha me drogado e arrastado para um quarto de hotel.

- Eu vou matar aquela maldita! – Eu disse assim que terminei de ver o vídeo. Tentando controlar a minha raiva para não ir atrás dela e esganá-la.– Como ela ousa?

- Obviamente ela pensou que você voltaria para ela se ela conseguisse afastar você da Cléo.

- Mulher maluca! Eu não queria nada com ela antes da Cléo, por que em sã consciência eu ia querer algo com ela depois da Cléo?

- Não sei, cara. - Ele pega o celular de volta e guarda no bolso. - E agora? O que você pensa em fazer?

- Eu iria atrás da Cléo agora mesmo, mas ela não atende meus telefonemas, não responde as minhas mensagens e isso anda me deixando louco! – Suspiro. – E se ela estiver com outro? E se ela seguiu em frente?

Marcos começa a rir, mas logo para quando vê minha expressão.

- Ok, eu não deveria rir, mas foi engraçado ver a sua lamentação. Parecendo uma menininha se lamentando.

- Você não achar graça se tivesse sido a mulher que você ama, imbecil.

- Ok, ok. Eu vou te ajudar a achar a sua mulher e com isso, eu tenho que pelo menos ter meu nome no seu primeiro filho, vou merecer essa homenagem. – Ele diz sorrindo o que me anima um pouco.

Meu melhor amigo era um idiota, mas me ajudava e me animava quando eu mais precisava.

E quando ele me explicou a ideia dele do que fazer com a Vitória, eu não podia concordar mais.

*

Demorou mais do que eu esperava, e graças a Deus eu tinha o apoio dos meus pais com isso, que viram o quanto eu estava sofrendo e me ajudaram a achar a Cléo.

E descobri que ela ainda estava de volta a cidade dela, mas não vai no hotel, e sim na sua antiga casa. Eu peguei o avião no mesmo dia.

Quando eu finalmente estava na sua porta, eu suava frio.

E se ela me dispensasse pra sempre dessa vez?

E se ela estivesse com alguém? Estivesse mais feliz com esse cara novo? Esse cara que não foi um idiota com ela, como eu fui?

Eu estava agindo como uma mulherzinha!

Eu precisava acreditar na gente, no amor que eu sentia por ela como um louco, que ela não iria nos trocar assim.

Suspirei e endireitei meus ombros e toquei a campainha.

Esperei mais uns segundos que pareciam anos até que ela abrisse a porta.

Ela arregala os olhos como se estivesse surpresa em me ver.

- João Augusto? E-u eu estava... – Ela suspira e abre mais um pouco a porta, me permitindo ver as malas em sua sala de estar. Eu volto meu olhar chocado para ela. – Eu estava voltando para você.

Ela nem tinha terminado de falar antes que eu a abraçasse com toda força e saudade que eu tinha.

  Palavras não precisavam mais ser ditas naquele instante.  

O alívio que eu senti cobriu o medo que eu guardava todo esse tempo.

Deus, como era bom poder sentir seu cheiro novamente, poder ter a liberdade de poder beijar seus lábios e saber que ela era toda minha.

Que nosso amor era mais forte que qualquer tramoia.

Ela e eu íamos nos encontrar como estava previsto, de um jeito ou de outro.

Ela ia voltar para mim e eu ia buscar ela de qualquer jeito.

Ela me amarrou com ela, para sempre.

E eu nunca desataria esse laço.




AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora