CAPÍTULO 19

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JOÃO AUGUSTO

Tínhamos acabado de fazer amor e eu tinha Cléo adormecida em meus braços.

Sim, fizemos amor.

Eu fiz sexo com a mulher que eu amo.

Sorri enquanto enterrava meu rosto em seu cabelo e sentia o seu cheiro, o nosso cheiro mesclado.

Minha.

Um posse sobrenatural me preenchia cada vez que eu lembrava que ela estava marcada agora, que ela não iria nunca me deixar porque eu não permitiria.

Toda vez que eu a encaro, eu fico perplexo com o tamanho do meu sentimento por essa mulher em tão pouco tempo. Eu achava que o que eu sentia pela doida da minha ex, fosse forte o suficiente para que eu guardasse um rancor eterno por qualquer mulher.

Entretanto, eu estava tremendamente enganado.

O amor é uma coisa louca, não é mesmo?

O amor verdadeiro de enlaça de uma maneira que nem o escoteiro mais experiente em cordas poderia te livrar.

Saio dos meus devaneios quando eu sinto ela acordar e aqueles lindos olhos chocolate, me encaram sonolentos.

- Bom dia. – Ela sorri e enterra o rosto no meu pescoço.

- Bom dia, morena. Eu não vou ganhar meu beijo de bom dia? – Sorrio enquanto a abraço com força.

- Não. – Ela sussurra no meus pescoço. – Eu devo estar com um bafo horrível.

Eu solto uma gargalhada, pensando que vai ser ótimo acordar assim todas as manhãs.

*

Eu estava distribuindo a comida do animais com o meu pai, quando eu vejo a Cléo se aproximar com um sorriso apreensivo no rosto. Muito diferente do qual eu a deixei essa manhã.

- Tudo bem, Cléo? – Meu pai perguntou.

- Tudo sim, Seu João, eu só preciso conversar com o João Augusto um pouquinho.

- Claro, querida, eu vou lá olhar os cavalos.

Ele se afasta e eu encaro a Cléo ainda mais nervosa e torcendo os dedos.

Coloco o pote de comida de lado, tiro as luvas e me aproximo dela.

- Ok, o que foi, morena?

- Eu não sei como começar a explicar... – Ela me olha e morde o lábio como um hábito nervoso.

- Fala de uma vez, Cléo, você está começando a me deixar preocupada.

- Ok. – Ela suspira. – Você sabe como eu vim parar aqui?

- Sim ué, você foi contratada pela minha mãe para trabalhar aqui.

- É, eu fui contratada por ela para trabalhar aqui sim, e para achar uma noiva para você.

- O QUE? – Eu levanto a minha voz indignado.

Eu sentia que precisava sentar para o que ela iria me dizer, mas estava tão atordoado, que era melhor continua em pé, mesmo,

- A sua mãe colocou um anúncio na internet procurando uma noiva para você e se fazendo passar por você. Não admito que o que eu fiz era legal, mas eu pensei "porque não?", era isso ou o clube de strip qualquer e... – Ela suspira. – Conversamos por um bom tempo até ela me convencer a vir para cá, dizendo ser você, e só quando eu botei meus pés aqui, eu descobri a verdade e depois de uma conversa sincera, eu fui contratada para trabalhar aqui e conseguir me reerguer e ajudar você a encontrar uma noiva.

- Você foi contratada? Então, tudo aquilo, tudo esse tempo... – Paro por um tempo e lembro. – Meu bom Deus, aquela mulher no bar que se jogou em mim? Aquilo foi obra sua, né?

- De início foi, porque eu pensava que se arrumasse alguém para você, eu esqueceria você, pararia de pensar em você e...

- Deu muito certo, não é? – Resmunguei irônico. – Por que você não me disse isso antes?

- Porque eu não sabia que iria me apaixonar por você! E isso já estava me corroendo por dentro, e as coisas foram acontecendo tão rápido e...

- Isso não tira a sua culpa! Você não passa de uma falsa, outra mentirosa.

- Eu estou me explicando e pedindo desculpas, por que não pode aceitar? Me perdoar?

- Porque eu não aguento mais mentirosas na minha vida. – Tiro o chapéu da cabeça e bagunço o meu cabelo. – Eu preciso de um ar. – E me afasto dela, indo em direção a garagem.

- JOÃO AUGUSTO! POR FAVOR! – Eu podia ouvir os gritos dela ao longe, mas não queria saber, eu só queria dar o fora dali.

*

Acordei com a cabeça doendo e como se tivesse algo morto dentro da boca.

Que merda tinha acontecido?

Eu precisava de uma aspirina e...

Cléo.

Eu precisava conversar com ela. Meu coração doía de tudo o que ela tinha me contado, mas o amor que eu sentia por ela, era grande o suficiente pra que eu pudesse esquecer ou para que pudéssemos trabalhar isso, e ficarmos juntos e...

Por que eu estava pelado?

- Bom dia, meu amor. – Eu ouvi aquela voz odiosamente familiar e senti a mão dela no meu peito.

Oh, Deus.

O que foi que eu fiz?

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Gente, só quero esclarecer uma coisa que já disse em outros livros meus: Eu sinto muito pelos capítulos curtos, mas é que eu escrevo e vou direto ao ponto. Não consigo enrolar ou inventar coisas mirabolantes, por que se eu faço isso, eu me perco.

Enfim, tantas emoções hoje...

E agora, gente?

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AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora