CAPÍTULO 4

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JOÃO AUGUSTO

Eu poderia dizer que eu estava puto por ela me chamar de "Gutinho", um apelido idiota. Porém, quando eu vi o seu olhar, e o fogo que parecia queimar dentro dele, eu me vi novamente com tesão por aquela abusada.

Ousada.

Gostosa.

Caralho! Passei a mão pelo rosto já exasperado.

Eu precisava me distrair, isso sim. Em menos de um dia, essa mulher já ficava na minha cabeça desse jeito igual a um carrapato maldito!

Eu precisava sair, ver gente. Talvez transar com alguém, para que eu pudesse tirar isso do meu sistema.

Peguei o meu telefone e mandei uma mensagem para o Marcos, um dos meus amigos mais antigos por aqui, e perguntei qual era boa para se fazer. Ele me respondeu menos de cinco minutos depois, sobre um show que rolaria amanhã a noite no clube. Eu topei na hora, e mesmo que ele tenha estranhado, afinal, eu não saio de casa tem meses, ele marcou comigo lá.

Era isso.

Amanhã eu iria sair e encontrar alguma moça qualquer para me fazer esquecer uma certa morena de curvas perigosas e atitude ousada.

Não iria me envolver com uma empregada, alguém da confiança da minha mãe.

*

A manhã chegou tão rápido, que eu pensei que não tivesse dormido, o que podia muito bem ter acontecido, já que eu passei metade do tempo pensando na maldita da Victória e como ela me arruinou.

Eu não podia continuar com isso...

E ainda tinha essa empregada nova, essa morena respondona e cheia de curvas.

Passei a mão pelo rosto, já me sentindo cansado de tanto pensar sobre o dia a frente.

Eu tinha que enfrenta-lo como todos os outros dias, e deixar essa tormenta passar de vez.

Tomei um banho gelado e me vesti om o meu costumeiro jeans, botas e camiseta branca, pronto para mais um dia na fazenda.

Sai do meu quarto vendo a porta do quarto da Cléo, fechado. Bufei. Devia estar dormindo muito ainda, não devia estar acostumada com o clima da fazenda e sim com a cama quente dela, na cidade.

Estava descendo as escadas tão absorto, que quase trombei nela.

Uma Cléo de jeans e camiseta, de cabelo amarrado em um rabo de cavalo, e fone nos ouvidos. Varrendo de costas para mim.

Que? Como assim ela acordou antes de mim?

Como assim ela já estava aqui?

E caramba, que jeans era aquele? Parecia solto, mas ainda assim, eu notava a curva generosa da sua bunda, que parecia fenomenal em qualquer coisa.

Ela parecia simples e bonita.

Como isso era possível? Victória odiava que eu a visse sem maquiagem, vivia reclamando que uma mulher tinha que sempre estar arrumada e bonita para o namorado.

Cléo parecia nem ai com qualquer coisa, mas também, ela não aparentava querer impressionar ninguém.

Ou será que ela era diferente?

Só a ideia de pensar em ela tentando impressionar alguém, me irrita, me fazendo derrubar bruscamente um porta-retrato perto de onde ela estava.

- Meu Deus! – Ela exclama e põe a mão no peito como se tivesse levado um susto e me encara, ali em pé com os cacos de vidro por perto, e logo ela faz uma carranca. – Você fez isso!

Eu?

Olho a cena a minha volta e percebo que pareço culpado mesmo, mas dessa vez, nem tive culpa.

- Foi sem querer, Cléo.

Ela piscar para mim, parecendo surpresa pelo fato de eu não ter debatido com ela.

Mas não dura muito isso, porque ela logo bufa e abaixa para catar os cacos com a mão, sem uma pá ou alguma coisa que a protegesse.

Abaixei sem pensar direito, porque o meu lado cavalheiro não poderia deixar ela se machucando com aquilo.

Só que eu não vi que ela abaixou quase ao mesmo tempo que eu, e ambos ficamos encarando um ao outro muito de perto.

Perigosamente perto.

- Augusto. – Ela disse o meu nome em forma de sussurro, mas eu podia sentir esse sussurro por todo o meu corpo. Porra.

- Cléo. – Sussurrei o nome dela também, completamente hipnotizado por aqueles olhos cor de chocolate derretido.

Ficamos nos encarando o que pareciam ser horas, ou talvez foram apenas segundos, até a voz da minha mãe quebrar todo o clima.

- Nossa Senhora! João, pega a pá! – Ouvi minha mãe gritando ali perto de nós dois.

Desvio o olhar do dela e pego alguns cacos na minha mão antes de me levantar a sair dali.

Eu não via a hora de sair mais tarde e arranjar alguém para me distrair, porque eu estava prestes de cometer uma loucura.

Como quase beijar a minha nova empregada.


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E agora? Parece que as coisas estão esquentando né? hahaha.

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AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora