CAPÍTULO 5

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CLÉO

Aquele idiota!

Ele pensa que me enganava! Era claro que ele tinha derrubado aquilo para que eu limpasse.

Como se me curvar e limpar aquilo fosse me ofender de alguma forma...

Idiota pomposo.

Agora eu entendia como ele estava sozinho tanto tempo.

O que tinha de gostoso e lindo, tinha de idiota e ogro.

Sério, ele lembrava o Erick, o canalha do meu ex.

Bonito – mas não com aquela beleza rústica toda do João Augusto -, cheio de pose e tinha essa confiança que exalava naturalmente.

E eu aqui, igual a uma patinha, cai na dele e depois me ferrei bonito. E agora, eu estava aqui, endividada por conta dele e tendo que aguentar outro idiota.

Mas pelo menos eu iria receber por trabalhar aqui e conheci pessoas boas como a Dona Lúcia e o Seu João. Mesmo que o filho deles fosse um grosso, eles eram pessoas ótimas e ainda estavam me ajudando muito.

Eu tinha apenas meu diploma em Letras. Que eu dei duro pra conseguir. Ser professora não era fácil. E até chegar lá, tinha feito de tudo na vida, até faxina, então não tinha medo de trabalho.

Sempre fui também muito cética em relação a homens, e mesmo assim, dei uma chance ao canalha do Erick, depois de muita insistência dele. E agora aqui eu estava, tendo que ajudar um outro idiota a se dar bem.

Isso seria um trabalho difícil.

- Minha filha, não fica triste com o meu filho. – Dona Lu disse enquanto se aproximava de mim com um copo de limonada. – Ele foi um idiota e tem esse comportamento arisco desde aquela safada...

Eu arregalei meus olhos surpresa, não só pelo modo como a Dona Lu falava, como sobre o fato do João Augusto ter se relacionado com uma mulher que ela desaprovava.

Ela era tão boazinha e parecia gostar de todo mundo.

Tanto que ela gostou de mim mesmo sem me conhecer pessoalmente.

- Safada? – Perguntei, mas depois balancei a cabeça. – Esquece, não quero me meter nisso, já tenho as minhas mãos cheias com o João Augusto sozinho sem bagagem, imagina descobrir que ele tem um passado então...

Ela sorri para mim.

- Não é problema nenhum para mim contar o que aconteceu, mas entendo o seu lado. Ainda acho que você daria uma noiva para ele.

Quase engasguei com a limonada.

- Eu? Noiva dele? Nunca.

Ela me da um sorriso sacana, o que eu achava bem estranho para uma senhora de mais de sessenta anos fazer.

- Mas você veio para cá, sendo contratada como noiva dele, lembra?

- Mas isso foi quando ele era a senhora, agora que ele é ele mesmo, teria que ter mais do que um corpo bonito para isso.

- Então, você acha que o meu filho tem um corpo bonito? – Ela volta a usar o sorriso sacana.

Deus.

Essa senhora me metia em cada sinuca de bico!

- Dona Lu, eu acho que tenho que varrer ainda outro canto e.. – comecei a desconversar, quando o dono do corpo bonito voltou a aparecer no meu campo de visão, se aproximando da mãe e dessa vez, sem a camisa.

Caramba.

- Mãe, eu acabei de botar comida para os animais, e dei banho nos cavalos, eu vim só para tomar banho e avisar que vou sair com o Marcos, hoje a noite. – Estranhamente, ele disse isso olhando para mim.

Como se eu tivesse alguma coisa com isso.

Era até melhor que ele saísse, assim, eu não teria que aturar esse rosto bonito e idiota dele.

- Sair? Ótimo, você pode levar a Cléo que precisava meio sair e conhecer os arredores, se enturmar e tudo mais.

Acho que ambos encaramos a Dona Lu completamente incrédulos.

Eu saindo com o João Augusto? O mesmo que já tinha tentado me insultar e derrubar coisas só para me irritar e humilhar?

De repente, encarando seu olhar que se voltou para mim e piscou, eu lembrei do motivo dela ter feito isso.

Eu tinha que arranjar uma noiva para ele.

Era para isso que eu estava ali.

Suspirei e disse a próxima frase que me arrependeria mais tarde.

- Eu quero muito ir a cidade e conhecer as pessoas. – E forcei um sorriso enquanto encarava o olhar ainda mais espantado do João Augusto.

Isso vai ser difícil.


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AMARRANDO O COWBOY (COWBOYS #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora