Capítulo 3 - Introversion.

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Voltei!

Espero que estejam bem!

Boa leitura! ^^

x.x.x.x.x.x.

Uma semana havia se passado desde que Dinah se mudou para a minha casa, nossa amizade cresceu de uma forma inexplicável. Nos transformamos em carne e unha sem nem ao menos eu perceber, o que tornava tudo ainda mais natural e verdadeiro. Contei tudo sobre minha vida, meu pai, minha mãe, meus irmãos, meus problemas... não consigo imaginar maneiras de agradecer tudo o que Dinah fez por mim essa semana.

Com toda essa aproximação, ela desenvolveu uma capacidade impressionante de saber o que se passa pela minha cabeça, apenas me olhando nos olhos. Extremamente assustador, eu sei. Entretanto, não seria exatamente esse o conceito de ser amigo? Alguém que consegue interpretar olhares, que te apoia em todos os momentos e que entende seus silêncios. Por mais rápido que tenha sido, Dinah representava tudo isso e mais um pouco para mim.

Ela é meu completo oposto, uma pessoa comunicativa e divertida, alguém que qualquer um adoraria ter ao seu lado. Faz questão de me incluir em todos os seus planos, mesmo sabendo que eu irei recusar. Ao contrário de muitas pessoas, Dinah não me olhou torto por eu ser introvertida, não achou que eu era arrogante ou antissocial, ela entendeu que era um traço da minha personalidade e que não poderia fazer nada a respeito disso.

Peguei ela pesquisando sobre pessoas introvertidas uma vez. Minha reação inicial foi ficar surpresa, depois um sorriso singelo se formou em meus lábios. Ela queria me entender, e isso era mais do que muitos se propuseram a fazer. A página na internet era um blog de uma psicóloga, o título "Introversão não é doença" estava destacado no topo da matéria.

De fato, eu não era doente, só preferia ficar sozinha do que dividir meu tempo com pessoas que eu não me sentia à vontade por perto, fazendo coisas que eu não queria fazer, tudo para me encaixar em uma sociedade onde a necessidade de ser extrovertida era tida como características de pessoas normais, como se eu não fosse normal por não me encaixar nesse padrão ridículo.

Eu nunca me incomodei com o que as pessoas pensavam de mim, desde pequena eu tinha essa ideia formada em minha cabeça que a opinião dos outros pouco me importaria. É um pensamento extremamente saudável e maduro para uma criança, isso me ajudou a não sofrer mais do que eu sofria enquanto crescia.

Ser criada para ser perfeita em algo, fez com que isso se tornasse mais fácil para mim. As pessoas se afastavam sem eu precisar pedir, não porque elas tinham empatia pela minha personalidade, mas porque foi no esporte que eu consegui me tornar arrogante e uma péssima companhia para qualquer um.

Por mais que eu, inconscientemente, não quisesse passar essa imagem, me acostumei com ela. Não pensem que eu nunca tive amigos ou uma vida "normal" a qualquer criança ou adolescente, porque eu tive. Eu vivi tudo isso, mas foi do meu jeito.

No final, afastei todos de mim, inclusive aqueles que imploraram para ficar ao meu lado, porém eu me arrependo por ter sido alguém tão babaca. Eu vim para Miami em busca de um novo começo, me esforçando para construir um círculo de confiança ao meu redor, e eu estou me saindo melhor do que bem.

Depois de tudo isso, Dinah se achou no direito de cuidar de mim, o que é patético, pois não sou criança. Ela argumenta que não me deixará sofrer mais, que é função dela tornar a minha vida confortável, me proteger do meu pai e de tudo que me faz mal. E, acreditem, ela realmente está fazendo isso, principalmente quando o assunto é uma certa morena dos olhos verdes. Dinah fez de nós duas a sua missão pessoal, querendo de qualquer maneira que fiquemos juntas.

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