Mêsversário

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-Onde estou? - Pergunto.

-Você está no hospital, amor. - Vejo que o Théo está chorando, então seco suas lágrimas e ele pega minha mão.

-Porque estamos aqui?

-Do que se lembra? - Ele pergunta ao invés de me responder.

-Nós saímos da sorveteria e fomos com meu pai para fazer a mudança e ai eu olhei pro lado e... - De repente me lembro de uma luz forte no meu rosto e de ter gritado. Me sinto sufocada e escuto o barulho da máquina que aponta que meus batimentos estão aumentando.

-Amor, calma. - Théo me faz olhar pra ele. - Olha nos meus olhos e agora respira devagar. - Eu faço isso e seus olhos claros me acalmam instantaneamente.

-Quanto tempo estou aqui? - Pergunto e ele parece não saber responder ou não querer, pois foge da minha pergunta.

-Senti sua falta. - Ele passa o dedo na minha bochecha o que me faz instantaneamente querer beija-lo. Seu toque tem um controle absurdo sobre mim, por menor que for, seja ele um abraço ou um aperto de mão ou até o simples fato de seus dedos roçarem no meu rosto. Ele parece que entende o recado, pois se aproxima de mim e me beija. Sua língua invade minha boca e me lembra de que senti falta disso, não sei por quanto tempo estou aqui, mas parece um ano desde que nos beijamos. Ele tem gosto de menta, o que me agrada muito, suas mãos me exploram na mesma rapidez que sua língua me invade, com o tempo certo. Ele também parece que sentiu minha falta. O beijo para por um segundo e tentamos buscar o máximo de ar antes de voltar novamente, mas o barulho que subiu do meu coração na máquina nos afasta.

-Desculpa. - Murmuro ofegante.

-Senti tanta falta disso. - Ele diz com os olhos fechados e no mesmo estado que eu. - Seu coração me diz que você também. - Ele ri. - Agora preciso chamar os médicos já devia tê-lo feito, mas você me desconcentra.-Ele me acusa e finjo entrar no seu jogo.

-Como assim eu? Estava aqui tão quieta na minha. Você que me agarra, chama o médico porque tem um tarado aqui. - Rimos.

-Olha ai, já me distraiu novamente! - Ele se levanta e me da um selinho antes de chamar o médico.

Sou examinada para ver se está tudo bem e o doutor me diz que precisarei ficar em observação, ou seja, ficar aqui no hospital. Descobri que fiquei dias aqui e que logo chegará o nosso mês de aniversário, meu e do Théo. Espero que saia daqui amanhã ou depois, preciso decidir o que dar para ele e tenho certeza que tem uma pilha de dever de casa para fazer. Recebi algumas visitas que comemoraram minha volta, minha mãe em especial se emocionou muito e eu claro me juntei a ela. Hoje meu pai vai vir me ver e amanhã ele sai daqui de vez. Agora já é tarde e minha mãe me disse que sempre alguém fica dormindo aqui no quarto comigo, normalmente ela e o Théo fica lá fora ou vai pra casa, entretanto não dorme bem, mas hoje ela cedeu e deixou ele ficar aqui comigo. No momento ele está em casa, foi para tomar banho. Ele e seu sorriso brilham meu mundo, sorriso esse que não vai embora nunca, me sinto feliz por isso, pois o meu também não vai.

-Oi Lindinha, vim te trazer sua janta. - Uma enfermeira educada me diz.

-Olá. Nós conhecemos? - Pergunto em dúvidas.

-Eu te conheço. - Ela ri. - Fico feliz que tenha acordado, rezei muito por você.

-Obrigada. - Agradeço e sorrio por sua gentileza. - O que é? - Pergunto me referindo a comida.

-Uma comida leve, é até gostosa.

Começo a comer e o gosto realmente não é tão ruim, apenas não tem muito tempero.

-Obrigada. - Digo entregando o prato para ela.

-Quer tomar um banho agora? - Ela pergunta e digo que sim.

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