Capítulo 06

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CAPÍTULO 06

No avião a caminho de casa, pensava sem parar em Alex.

Queria ter me despedido dele droga, mas pensando bem, acho que foi melhor assim, sei lá. Vou sentir saudades dele, mas no fundo sabia que dificilmente o veria novamente. Infelizmente.

Cheguei até derramar algumas lágrimas por ele. Mas quem sabe ele não me procura. Como boba? Ai droga...

Me obriguei a pensar em casa. Mamãe havia sido internada as pressas, ainda não sabia muito bem o seu estado mas já imaginava o tamanho do estresse que meu querido pai a fez passar.

Meu irmão pra variar não ajudava muito, pelo contrário.

Em momentos como esse, ele apela para alguma coisa que venha a lhe dar alguma força, o que a anta não percebe, é que ficamos mais preocupadas com ele, com receio que ele venha aprontar alguma, nos dando mais trabalho ainda.

Isso que aconteceu era inevitável. Só não esperava que acontecesse justamente agora, quando estou tão longe.

Já estava fazendo alguns meses que meus pais estavam tentando a todo custo salvar o casamento, mas eu e o Evan sabiamos que seria uma questão de tempo, e pelo jeito aconteceu da pior forma possivel.

Quando cheguei em casa, larguei minhas malas e fui correndo para o hospital.

Encontrei Evan é claro, chapado, e com uma cara amassada de não dormir e por puro desgosto.

Quando o vi não me aguentei.

Corri abraçá-lo, e ele a mim. Chorou me pedindo desculpas, por ter que me chamar e por não conseguir ser mais forte.

Ah Evan... tadinho do meu irmão, ele é um amor, mas principalmente nesses momentos ele não suporta, e procura fugir da realidade. Não estou sendo conivente, pois sei o quanto ele tenta, e se esforça, porém acaba ficando totalmente confuso, e se entrega ao que lhe dá um pouco de conforto imediato.

Como disse não sou conivente com suas fugas, não aceito que ele tenha essa atitude, mas no momento a última coisa que eu quero fazer, é chamar sua atenção. Sei o quanto ele está sofrendo também. Agora só posso ser compreensiva e tolerante, mas na hora certa vou tomar as medidas necessárias.

Quanto a mamãe acho que por eu ser mulher, entendo um pouco mais a dor que ela deve estar sentindo.

Mamãe sempre foi muito apaixonada pelo papai, e pra piorar, totalmente dependente dele.

Evan me contou que papai havia arrumado as malas e saído de casa, deixando minha mãe desolada.

Quando ela se viu sozinha, surtou e acabou tomando todos os tranquilizantes que havia em casa, por isso nós estamos aqui.

Desabei na poltrona ao seu lado e fiz com que Evan me prometesse que se comportaria, então o mandei embora, sei o quanto hospital o aflige.

Olhei para o quarto na penumbra ao meu redor, e depois pra figura deitada na cama. Ela estava tão magra e pálida. O soro descia gotejando lentamente então me dei conta de que sua recuperação seria vagarosa.

Fechei meus olhos segurando a mão fria de minha mãezinha, tentando de alguma forma aquecê-la. Respirei fundo evitando pensar na minha maravilhosa e encantadora viajem que havia sido interrompida. Droga, não tive tempo nem me despedir daquele maravilhoso gato selvagem.

Espero que ele veja o bilhete e que a Beth o avise também. Não tivemos tempo nem pra trocamos os numeros de telefones, isto é, se ele quisesse né.

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