Capítulo 11

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Senhoras e senhores... é hoje! 

Yanis

No dia seguinte tinha um compromisso logo cedo, meu motorista fez o que pode para chegar a tempo, porém já bem próximo a uma reunião importante.

Detesto isso!

Chegar em cima da hora me deixa ansioso e preocupado, gosto de me preparar com antecedência para fisgar o investidor.

Estou no elevador no sub-solo e meu celular toca, dou as costas para a porta a fim de conseguir um mínimo de privacidade. Várias pessoas sobem no térreo e fica lotado. Volto a ficar de frente a porta encerrando a ligação. O elevador retorna a sua lenta subida por mais cinco andares, e para novamente.

Colada a porta, um cabelo sedoso me chama a atenção. Não consigo visualizar o rosto que se mantém voltado para o chão, mas me parece ser a mesma mulher que me chamou a atenção dias atrás. Ela se mexe bastante e parece nervosa com alguma coisa, talvez também esteja atrasada. Humm adoraria puni-la por esse lapso.

Não sei porque mas não consigo tirar os olhos dela, talvez porque eu não consiga vê-la por inteiro.

O elevador para novamente, a medida que saem pessoas, dois homens carregados com materiais de escritório se atrapalham agitando o nosso pequeno confinamento. Entre cotoveladas acabaram empurrando grosseiramente a pequena loira bem na minha direção.

Porque eu não peguei o outro elevador?

Pra piorar a situação, eu não contava que ela estava segurando um copo de café.

Já imaginaram não é? Pois é!

Acabei envolto a uma poça de café melado e quente. Apesar do aperto no elevador todos se afastam, com receio de sobrarem para eles.

Bufando de raiva por todos esses idiotas desajeitados eu acabo gritando.

- Mas que porra!

- Ai meu Deus, me desculpe! – Ouço a típica voz chorosa e desesperada. Ela se abaixa a minha frente aflita, tentando amenizar os danos. Eu estou pronto para mandar essa infeliz a merda, e bem longe de mim! Cego e irritado ao extremo, seguro seu braço com força obrigando-a se levantar, quando ela olha pra mim.

- Ah meu Deus... po por favor me des desculpe...

- VOCÊ! – Gritamos juntos

Imediatamente meu corpo congela e esqueço de respirar, sinto um furor dentro de mim e eu a seguro mais firme.

O elevador para novamente e quase todos descem, talvez por receio que a minha ira se voltem pra eles.

Ela está visivelmente atônita e chocada, apoia suas mãos no meu abdômen. Imediatamente sinto minha pele querer gritar e não é pelo liquido quente que escorre. Caralho não acredito! Até me esqueci que estou encharcado de café!

- Alex? – Ela suspira ofegante, sua voz apenas um sopro. Ela olha pra mim sem acreditar que estamos frente a frente. Não sei quanto tempo se passa.

Ela corta o olhar percorrendo minha roupa.

- Ai meu Deus Alex, me desculpe por favor.

Eu nem respondo, chocado, simplesmente não consigo tirar os olhos dela.

O elevador segue seu rumo e finalmente chega ao meu andar. O "plin" me desperta, indicando que chegamos. Nem percebi que estávamos a sós.

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