Natal parte 1

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Como assim gente?!
Mil visualizações?! Tô me sentindo a famosinha? Tô. Kkkkkk
Valeu ai gente, nunca falo muito aqui, mas obrigado ae, e... já estou pensando em 2° temporada.
-X-

  Ao acordar na manhã seguinte, Scorpius sentiu a alegria invadi-lo de uma forma que não esperava. Após tantos anos de amor incorrespondido, acordava de frente para Albus, no quarto dele, na casa dele. Não podia descrever em simples palavras como sentia-se bem. Ele estendeu o braço e tocou os cabelos do namorado, estavam bagunçados como sempre, e guardava em seus lábios um leve sorriso de quem estava sonhando algo bom. Scorpius não tinha ideia do que era, mas sorriu. Lembrava-se de quando decidiram ficar na escola pelo natal do segundo ano, de pijamas o dia inteiro, só eles dois na Sonserina e pouquíssimas pessoas das outras casas, levaram comida para a sala comunal e brincaram com um livro de feitiços idiotas, que ensinava feitiços para chover pétalas de rosa, que fazia surgir pompons no chão, trocava a cor do cabelo, tudo que duas crianças trouxas teriam muito trabalho para fazer. Lembrava-se de como riam com aquilo, como supria um leve sentimento pelo amigo, mas ainda não tinha ideia do que fosse e como um sonho já havia lhe perturbado durante aquele segundo ano inteiro, quando sonhou o beijando pela primeira vez e acordou assustado e com vergonha. Agora parecia algo banal sentir-se envergonhado com isso, se ele pudesse, voltaria no passado para dizer ao Scorpius pequeno que estava tudo bem se apaixonar pelo seu melhor amigo, que não tivesse medo. Talvez tivesse sido mais fácil assim, ou não. Com um suspiro, Scorpius se inclinou e o beijou antes de se levantar. A porta do banheiro ficava ao lado da estante de livros e nela havia alguns desenhos e coisas escritas numa letra terrível. Ele entrou no banheiro e fechou a porta, não queria surpresas, depois foi só se despir e entrar debaixo do chuveiro.

  Já saindo do banheiro, ele deu de cara com um Albus sonolento, ele estava sentado na cama, olhando como se fosse crime o Sol estar brilhando lá fora. Scorpius riu e ficou observando-o encostado na porta, queria ver até onde o sono de Albus ia, mas esse não demorou muito para o achar pelo quarto.

  -Por que saiu daqui? -perguntou com a voz rouca e arrastada de sono. -Me abandonou aqui, sozinho, no Natal.

  -Quanto drama. -Scorpius riu e voltou para lá, sendo agarrado como um ursinho. -E ainda não é Natal.

  -Me abandonou na véspera de Natal. -disse com ênfase. -Eu sonhei que estávamos na escola e vários passarinhos me atacavam. -ele riu e olhou para o teto pensativo. -Briguei com James ontem.
  Scorpius se apoiou no cotovelo e ergueu a cabeça para vê-lo.
  -Você o que? -perguntou vendo que Albus realmente parecia chateado com isso. -Pensei que tivesse dormido a noite toda.
  -Acordei e fui na cozinha de noite, ele estava lá e começamos a conversar, só que não seguimos um caminho saudável. -Albus suspirou e se sentou, Scorpius o seguiu segundos depois, ficando na sua frente. -Ele disse que ainda não aceita nós dois juntos muito bem, que queria que eu tivesse contado a ele antes, então chegamos a quando ele tentou te acertar o balaço, e...
  -E que isso é assunto meu e dele. -Scorpius o interrompeu. -Eu sei que ele é seu irmão, mas o assunto é meu e dele, Al, não precisa se meter nisso.
  -Você namora comigo e ele é meu irmão,  se não fosse por minha causa aquele balaço não teria nem chegado perto de você. -resmungou Albus olhando para as próprias mãos sobre as pernas.
  -Termine de contar.
  -Meu pai chegou e eu subi. Não quis mais conversar. -Al jogou os ombros e continuou a evitar o olhar do outro. -Desculpa, mas sabe que... eu tento te proteger, não importa do que seja, é natural.
  -Eu sei, mas eu sou humano e não tem como me proteger de absolutamente tudo. -ele segurou o queixo de Albus e levantou seu rosto. -Pare com isso de me proteger de tudo, não quero ninguém se jogando na minha frente por nada.
  -Vou tentar. -ele sorriu e inclinou a cabeça beijando a mão de Scorpius. -Me espera tomar banho?
  -Claro. -Scorpius riu e o observou se levantar e seguir para o banheiro. Seu coração pesava de preocupação,  não queria Albus preocupado em lhe proteger, conhecia ele e sabia que ele esqueceria até de si mesmo por isso. -Teimoso, teimoso, teimoso. -sussurrou enquanto se levantava para ir até a janela, lá fora o Sol aparecia e desaparecia atrás de nuvens cinza. O natal então deveria ser o mesmo em quase todos os lugares.
  Na sua casa, no Natal, Scorpius recebia seus avós,  tanto maternos como paternos e alguns amigos que o pai havia colecionado ao longo dos anos.Durante conversas e conversas sobre assuntos cansativos para um adolescente comum, Scorpius ficava perto da janela, vendo a neve e desejando ir para lá, mas sua imunidade sempre fora baixa, logo adoecia e seu pai não tinha tempo para cuidar dele devidamente,  então só podia evitar ao máximo a doença. A pouca imunidade que tinha havia sido de sua mãe,  que também não era lá saudável, e por isso um parto tirara suas forças e mais tarde deixara Scorpius órfão de mãe e de pai, pois esse o culpou por muitos anos a morte dela e se afastou.
  Com um suspiro, Scorpius desenhou seu nome no vidro e viu uma coruja passar rente a janela, era branca e muito bonita,  como sempre era retrada a antiga ave de Harry Potter em livros de história. Pelo jeito ele não havia perdido o gosto pela cor. A porta do banheiro abriu e Albus saiu vestido num sweatter tricotado com um "A" enorme na frente, todo verde e com desenhos de árvores vermelhas.
  -Vovó fez para mim, tenho que usar todo natal ou ela fica com raiva. -disse puxando as mangas até os cotovelos.
  -Achei fofo. -Scorpius riu e se apoiou na parede. -Você não usava quando passamos o Natal na escola.
  -Ela não teria como provar se eu estava usando ou não. Vamos? -ele lhe esticou a mão e Scorpius a segurou.
  Eles saíram do quarto e já ouviram algumas reclamações e conversas agitadas. Albus segurou firme a mão de Scorpius para deixar claro que não o fingiria nada e desceram a escada. Realmente haviam muitas pessoas na sala, incluindo James, que Scorpius notou Albus ficar tenso ao vê-lo. Estar em casa ou na escola era quase o mesmo quando se tratava da sala, pois normalmente nem todos cabiam nos sofás então alguns ocupavam o chão encarpetado. Quando eles chegaram na base da escada,  Clary que ocupava o sofá com Lily e Victoire, exclamou:
  -Finalmente,  pensei que tinham entrado em coma! -todos viraram para eles e aparentemente todos pareciam saber ou ainda analisar a situação.
  -Isso é exagero. -disse Scorpius se sentando no chão perto a lareira, Albus do seu lado. Era estranho ver o fogo na cor natural e não verde.
  -Eu lembro de você, mas não lembro bem. -disse a garota sentada no chão e encostada no sofá de Clary. -Sai ano passado, mas de qualquer forma, acho que não me conhece,  sou Roxanne.
  -Aliás, tem quatro pessoas que o Scorpius ainda nao conhece. -disse Lily -Dominique, Louis, Molly e Lucy. -ela disse apontando para as três meninas, mas procurando o menino.  -Lou não está aqui.
  -Ha! -Alguém gritou perto da porta e logo a sala foi invadida por pequenas bolinhas peludas que Scorpius reconheceu imediatamente.
  Em um minuto, mini-pufes estavam por todo canto, tentando pegar as fadinhas nas árvores e correndo com seus gritinhos.
  - Pai! -gritou Fred II em busca de ajuda. Na porta estava um menininho que Scorpius chutou ser Louis.
  Scorpius e Albus se levantaram naquele mar de bolinhas de pelo,  já bastavam os seus.
  -Como controla essas coisinhas? -perguntou Clary a Albus em meio aos gritos.
  -Não sei, eles só transam debaixo da minha cama.
  -Pare de dizer isso! -reclamou Scorpius. A porta se abriu e George parou na entrada abismado com aquilo.
  Ele ergueu a varinha e num movimento os mini-pufes voltaram a caixa nas mãos  de Louis que parecia envergonhado pelo caos. Haviam fadinhas assustadas,  um leao de ouro rugindo inconformado e várias marcas de patinhas no carpete. Todos respiraram aliviados e livres dos gritinhos, dois juntos tudo bem, agora sessenta juntos era um inferno.
  - Tio! -exclamou James. -Nunca fiquei tão feliz em te ver.
- Também te amo. - riu George. -Sorte de vocês,  eu tinha vindo entregar isso. -ele balançou um envelope vermelho.
  - Um berrador, eu nunca vi um mesmo. -disse Molly II animada. - Para quem é?
  -Scorpius Malfoy e Albus Potter.  -ele fez um floreio exagerado e o entregou a Albus. -Eu quero ouvir.
  Albus abriu com cuidado e logo o papel voou se dobrando em lábios.
  - Albus e Scorpius, vocês foram os últimos a sairem do dormitório ontem. -a voz no papel tremia de verdadeira raiva.  -Espero que não tenha sido uma brincadeira de mau gosto,  mas a sala comunal da Sonserina está simplesmente carbonizada!  - todos ficaram tensos na pausa da carta. Scorpius podia ver Mcgonagall indignada.  -Foi tudo queimado,  só percebemos a noite. Não teria necessidade de um berrador se não fosse  urgente, mas para o bem de todos,  necessito de uma resposta rápida! -então ela caiu no chão e se dobrou.
  Todos continuaram calados, nada podia ser comentado, pois todos sabiam sobre Rose e todos tinham noção disso. Scorpius se abaixou e a pegou de volta.
  -Minha vassoura estava lá.  -Albus suspirou.
  -Ainda bem que vocês não estavam. -disse Gina perto da porta,  onde todos que estavam antes na cozinha se agrupavam; tios e avós de Albus.
  -Também chegou essa. -disse George. -Essa é diretamente para o Scorpius, mas não tem quem mandou.
  Scorpius a pegou,  todos estavam mais sérios.  Ele a abriu e pegou a carta,  era de Rose, a letra era a mesma e a melancolia também.
  -Rose. -ele disse. - "Me odeie. A vida me contou que fui idiota e eu não acreditei. Então pus meus pecados no fogo e assim os queimei. Me ache louca. Aqui um coração ainda bate, me salve logo, antes que a culpa me mate.". -a carta se despedaçou e dela uma sombra surgiu, alta e imponente, feita de fumaça escura, rosto a rosto com Scorpius.

Poisonous Love// Scorbus (Em Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora