Um Autômato

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Minerva encontrava-se na sua sala, inclinada sobre três cartas, seus olhos felinos analisando cada palavra que escrevera para aquelas três famílias. Convencida de que estavam suficientemente boas, a diretora se recostou em sua cadeira de espaldar alto, retirou os óculos e os pôs longe dos pergaminhos que tinham a tinta secando. Ela estava cansada, quase não dormira por causa do ataque ao jogo, ou melhor, a Albus Potter. Junto aos professores procurara Rose Weasley em cada sala escura, cada canto poeirento e em cada ponto fora do castelo, e infelizmente não encontraram-na. Sua mente estava uma confusão de ideias e de suposições dos professores, sobre o porquê da garota ter feito isso e a mais aceita entre eles foi que ela devia ter tido um momento de fúria por Albus está crescendo na escola, enquanto ela continuava quieta demais. Minerva massageou as têmporas, respirou fundo contando até cinco e expirou continuando a contagem até dez. Contemplou sua sala, a qual ela ainda negava a chamar de sua, pois nunca se acostumara que Albus Dumbledore não continuasse ali. Em um dos milhares de quadros sob sua cabeça, encontrava-se a imagem do antigo diretor, dormindo em sua cadeira que não aparentava ser nada confortável. Ele, mesmo que sendo a pintura de um quadro, era o único a lhe dá conselhos, os outros apenas dormiam e passeavam pelos outros quadros, conversando e normalmente visitando as Damas do Chá, donzelas pintadas numa sala de jantar que sempre comiam e comentavam a vida dos alunos que observavam, às vezes até aconselhando-os. Voltou a olhar as cartas, já estavam prontas para serem enviadas, alcançando os envelopes presos sob uma pedra de ônix, ela escreveu os nomes dos destinatários; Harry e Gina Potter, Ronald e Hermione Weasley, Draco Malfoy. Depois dobrou as cartas e as colocou em seus respectivos envelopes, os olhando sobre sua mesa não pode evitar de rir, mesmo com as pálpebras pesadas de sono.

-Do que está rindo, Minerva? -perguntou a imagem de Dumbledore num quadro vazio sobre a porta de entrada, o qual ele sempre ocupava quando queria ver a diretora. Ele sorria gentilmente enquanto sentava-se na cadeira de outro ex-diretor. -Algo realmente bom?

-Infelizmente não, diretor. -ela disse derramando cera vermelha para fechar o envelope. -Apenas me surpreendendo de novo com como essa turma, mesmo que indiretamente vivem arranjando problemas.

-Ouvi sua conversa com os professores, soube do ocorrido. -disse assumindo uma expressão séria de repente. -Rony e Hermione ficarão arrasados, a garota sempre tentou seguir o exemplo da mãe, acho que houve uma recaída quanto a isso.

-Os professores acham que... -ela iniciou, porém, Dumbledore limpou a garganta interrompendo-a.

-Desculpe diretora, sei oque disseram e creio que estejam errados. -ele suspirou e passou as mãos em suas vestes azul-marinho como se a desamassasse. -Ando mais por esses corredores do que pensa, Minerva, e... vi coisas que você também não viu.

-Do que está falando Albus?

-Eu sempre disse que o amor é algo complicado e sim, realmente é. Eu mesmo me apaixonei e uma única vez foi o suficiente para me fazer encarar o mundo com outros olhos. Somos todos alvos iminentes para a paixão, e quando nos acertam dói de certa forma, mas nos acostumamos. Algumas vezes a flecha que nos atiraram errou o alvo, e então o seu dono vai lá e a tira de você, só para que logo depois você seja atingido novamente. -ele riu. -Pode ser a certa, ou não, só mais uma que será retirada de você.

-Diz que Rose está apaixonada? -a diretora perguntou surpresa, nunca chegara a conclusão de algo ao menos parecido. -Não faz sentido, ela atacou Albus Potter e você diz que foi por paixão?

-Não por ele, vi quando Scorpius Malfoy a convidou, quando beijou-o na escada, pois eu estava lá para conversar com Sir Cadogan, continua louco como sempre, enfim, também vi quando Potter subiu as escadas estranhamente irritado. -ele sorriu para o anel de prata que adornava seu dedo. Minerva acompanhava a explicação do diretor, com os olhos arregalados e inconscientemente transfigurando-se a uma gata, os bigodes começavam a saltar-lhe no rosto. -Entende Minerva?

Poisonous Love// Scorbus (Em Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora