Dia das Bruxas

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Mesmo na masmorra da Sonserina, no dia das Bruxas todos os cantos do castelo eram decorados, assim como no Natal. Albus acordou com o barulhinho de milhares de bruxinhas como as da Gemialidades Weasley voando pelo dormitório e o cheiro dos doces que os alunos compraram no dia anterior. Naquele ano o Dia das Bruxas havia sido adiado um dia por causa de Clary aparentemente, e agora que já estava boa podia comemorar com os outros. Na noite anterior, ela só o deixara dormir depois que ele insistiu muito, a curiosidade da menina era algo incrível, perguntava coisas que até fizeram o rosto de Albus corar extremamente.
Olhou ao redor e viu que os colegas já haviam saído, provavelmente esperando o café da manhã de dia das Bruxas que era simplesmente ótimo, não mais do que o do Natal na opinião de Albus.
Mas a cama de Scorpius não estava vazia, ele dormia encolhido em seus lençóis, uma expressão profunda e doce que até o deixava inocente. Coisa que era óbvio que não era. Até ali Albus sempre vira Scorpius como uma pessoa boa demais para qualquer coisa, tanto que quase não acreditou na história do Explosivin, não acreditava que ninguém era bom pra ele, a não ser a si próprio, era a conclusão que tirava ali olhando para ele. Depois da tarde anterior, ele sabia que oque sentiram era completamente recíproco, um queria o outro da mesma maneira, na mesma intensidade, com as mesmas intenções. Oque preocupava Albus era as medidas que seriam tomadas se a diretora soubesse, deixaria que eles continuassem pelo menos no mesmo quarto? Tudo em Hogwarts era antiquado, e se as ideias também fossem?
Afastando os pensamentos ruins, ele decidiu apenas viver oque estava acontecendo no momento, se esticou para pegar a varinha na mesinha de cabeceira, depois verificou de realmente todos estavam fora. Sem querer acordar o outro, ele se deitou ao lado de Scorpius e com um movimento de varinha as cortinas se fecharam ao redor deles. Albus o abraçou por trás, seus corpos se encaixando perfeitamente, Scorpius se mexeu de repente e suspirou. Estava escuro por causa das cortinas e porque ali em baixo sempre parecia noite, mas Scorpius não notou nada, continuou dormindo. Provavelmente os professores cancelariam as aulas naquele dia, então tanto fazia passar mais ou menos tempo ali. 
Quando Albus ia começar a dormir, Scorpius segurou seu braço com tanta força que ele quase pulou da cama.
-Calma. -sussurrou. -Sou eu.
-Não me de um susto assim. -reclamou com a voz rouca. -Já está de manhã?
-Já. -Albus o puxou-o mais contra si e o beijou no pescoço. -Todos já foram embora, então eu pensei... por que não?
Scorpius riu e se virou para ficar de frente com ele, oque não adiantou muito.
-Então apenas resolveu invadir a minha cama.
-Sim, eu tenho esse direito. -Albus se inclinou mais para frente, já soube que no escuro lábios tinham alguma conexão e se achavam sozinhos. Então se inclinou mais para o beijar, rezando para que fosse verdade. E para sua sorte, logo encontrou os lábios dele, mordendo o inferior e soltando devagar. Scorpius gemeu baixo, era um truque baixo. -Eu devia matar Victoire e Jane por ter nos interrompido ontem.
-Se não fossem elas, teríamos ido longe demais, não acha?
Albus pousou a mão na cintura dele, a desceu até as pernas dele e voltou a subi-la quando o sentiu estremecer.
-Como posso suportar se você fica me provocando?
-Provocando? -perguntou em tom ofendido.
-Sim. Eu te toco e você treme, eu te beijo e você geme, sabe o quanto isso é tentador? -disse aquilo com plena noção que Scorpius pareceria um pimentão na luz.
-Sei, Potter, mas não me culpe se você não consegue se controlar.
-Desculpa. -ele se suspendeu num braço e ficou de quatro sobre Scorpius, encontrando a curva o pescoço dele e afundando o rosto lá. 
-Não pense que está me ganhando com isso.
Albus riu e voltou a morde-lo, sugando a pele, Scorpius bateu nele dizendo que parasse. Mesmo com Potter sabendo que no fundo ele estava gostando.
-Idiota. -resmungou Malfoy quando o outro se afastou.
-Eu queria ver seu rosto agora. -Admitiu Albus deitando-se novamente ao seu lado.
-Por que?
-Porque ultimamente você fica com muita vergonha de mim. -disse com tristeza, queria mesmo amolecer o coração de Scorpius. -Não te entendo.
-Do nada eu estou agarrando meu melhor amigo, eu Ainda estou processando isso.
Albus riu e voltou a o abraçar, encostou o rosto no peito dele e suspirou. Não gostava mais de como o título soava, "melhor amigo", não parecia adequado.
-Vamos tomar café. -disse Scorpius beijando o rosto de Albus.
-Está mesmo com fome? -perguntou tentando o manter deitado.
-Claro que estou. -Scorpius respondeu girando de repente e assustando Albus, agora de novo ele se encontrava sobre o outro. -Acha que estou tentando fugir?
-Não faça isso, por que eu tenho ideias erradas. -Albus admitiu se sentando, oque forçou Malfoy a ficar nas suas pernas. -Você sozinho já me dá ideias erradas.
-E Ainda pergunta porque tenho vergonha. -Scorpius riu e jogou os braços nos ombros dele. -Podemos ir para o corujal depois do café.
-É, é uma boa ideia. Você sai primeiro, caso tenha alguém.
-Se tiver já nos ouviu, então... -Scorpius alcançou a varinha perto da cama e sussurrou alguma coisa, logo as cortinas se abriram e ele saiu de cima de Albus. -Acho que ninguém veio. Vamos logo, não quero perder o sorvete.

-X-
O café da manhã ultrapassou as suas expectativas, Albus comeu tanto que no final mal tinha coragem de sair da mesa. Scorpius terminava a taça de sorvete ao seu lado, e isso estava deixando Albus louco. Claro que antes não notava tanto quanto agora, mas sentia a provocação de Scorpius, proposital ou não, com aquela colher. Se sentia um viciado e a sua droga era Scorpius, podia olha-lo o dia inteiro, ou beija-lo, e não se sentiria satisfeito. Tentou parar de o olhar por um tempo, apesar de ser muito difícil.
Finalmente ele terminou aquela taça e então puderam sair do salão principal. Porém quando iam passando pela mesa da Grifinoria, James os chamou e eles tiveram que parar para da atenção ao irmão mais velho de Albus. Vindo ele e Fred não era coisa boa, mas agora ele vinha sozinho e Albus continuava a desconfiar do irmão.
-Meus colegas favoritos. -disse James sorrindo. -Queria conversar com vocês. Na verdade eu queria saber se você já desistiu de ir com a Clary. -apontou para Albus e sorriu.
-Não James, se eu a convidei não posso dizer que não de uma hora para outra. -ele não podia deixar escapar como se não fosse nada, Clary sabia de Scorpius, tanto quando Rose, então tinha que continuar a fingir que estava interessado nela. -Não é legal, James.
-Soube que Jane Courcy quer ir com você.
-Me desculpe.
James pareceu furioso, o rosto ficou vermelho e parecia se segurar para não pular em Albus, mas então ele sorriu, olhou para Scorpius e disse enquanto tirava de dentro das vestes alguma coisa que não deu tempo deles poderem ver direito.
-Pensa rápido! -atirou algo para Scorpius e se abaixou, Albus olhou para as mãos do amigo e viu um bastão, um barulho conhecido veio pelo corredor entre as duas mesas, Albus se abaixou também, podia ter puxado Scorpius, mas de nada adiantaria. E impressionado a todos, Malfoy conseguiu rebater o balaço que devia tê-lo acertado. A bola de quadribol voou e atingiu uma janela quebrando-a. O salão inteiro ficou silencioso, a Professora Minerva se ergueu da sua cadeira na mesa dos professores.
-Os quatro, venham comigo, agora!
Albus entendeu depois o porque dos quatro, Fred Weasley estava abaixado segurando a caixa das bolas de quadribol, ele fazia parte do time, devia ter arrumado alguma desculpa. Ele e o irmão se levantaram, como James pode ter coragem de tentar atacar Scorpius? Se não fosse Minerva eles estariam brigando novamente.
Eles a seguiram para fora do salão, sentindo os olhares dos outros colegas curiosos por não terem visto oque aconteceu. Os quatro prosseguiram silenciosos, mas Albus não pôde evitar de se deixar para trás para poder saber se Scorpius estava bem.
Malfoy Ainda segurava o taco e quando Albus o tocou soube que ele estava se controlando muito, mas mesmo assim ele tremia pelo susto. James merecia uns socos.
Primeiro ela os levou todos para a sua sala, deu um sermão e pediu explicações de todos, depois ela pediu que Fred e James saíssem e disse que os avisaria sobre seus castigos depois. Ficando só Albus e Scorpius ela os analisou, olhos felinos e sem expressão. Então sorriu e se levantou, os quadros dos diretores novamente os olhando curiosos.
-Sem duvidas são complicados.
Eles ficaram confusos, mas a deixaram continuar a falar.
-Parece que os Potter tem realmente alguma coisa que mesmo inconscientemente fazem jus aos seus nomes. James é idêntico ao avô, Lily é doce como a avó, e você tem uma rixa com seu irmão como Severus Snape tinha com James. Já você Malfoy, não entendo como pode ser tão diferente do seu pai.
-Por que diz isso?
-Seu pai pagou para entrar no time de quadribol como apanhador, apenas para competir com Harry. E agora você entra por talento próprio.
Eles ficaram chocados, Scorpius principalmente, Albus já sorria. Realmente Potter nunca havia sido interessado por esportes como o irmão, então nunca ligou, pelo menos a isso, quando era comparado ao pai. Estava tão feliz por Malfoy.
-E-Eu estou no time.
-Sempre me senti responsável por escalar talentos, apesar de ter quebrado a janela, rebateu perfeitamente. Fale com o capitão da Sonserina amanhã.
-C-Claro. -Scorpius a olhava Ainda surpreso com a ideia.
-Podem ir.
Para Scorpius se mexer, Albus teve que praticamente o puxar da cadeira. Ele o guiou até fora da sala e dali até um corredor vazio, onde o empurrou numa parede, verificando se ali não haviam quadros e o beijou como queria desde o café.
-Parabéns. -disse Albus sorrindo.
-Estou no time de quadribol.
-Saia do choque! -ele o sacudiu pelas vestes. -Você vai ficar lindo no uniforme.
-Albus, você está me entendendo? Estou no time! -Scorpius arregalou os olhos, o peito subindo e descendo rápido. -Seu irmão está no time também, ele tentou me acertar agora, imagina num campo!
-Está com medo do James? -Albus perguntou franzindo a testa e o soltando. -Você da uma surra nele.
-Desde quando é tão otimista?
-Desde que você vai ficar bonito no uniforme! -explicou abrindo os braços, o outro riu e exalou tudo que podia. -Temos que comemorar!
-O que sugere? -Malfoy perguntou passando as mãos o rosto.
-Não me peça para sugerir nada. -eles riram e Scorpius o puxou para um beijo.
Albus o empurrou bastante na parede, sentindo cada parte do corpo dele.

Poisonous Love// Scorbus (Em Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora