Poisonous Love// Scorbus (Em Edição)

Lily e Rose*

[Editado]
[todos os títulos marcados com * foram editados]

Scorpius era uma pessoa sensata. Ele não esperava, nem em mil anos, que o seu segundo beijo acontecesse com Albus. Simplesmente porque não fazia o menor sentido e as chances eram mínimas. Ele já tinha tido um sonho onde isso acontecia, e ele não era burro para não reconhecer que seu coração estava um pouco magoado com Clary por causa dele, não era qualquer outra coisa. Só que, como uma pessoa sensata, ele não queria abrir mão de Albus assim tão fácil. Se admitisse ter sentimentos por ele, seria o mesmo de perdê-lo para sempre. Sua lógica era que ter Rose por perto abafaria esses sentimentos, e achou que estivesse funcionando até poucas horas atrás, antes de Clary ser atacada por um monstro e ele ter sentido a raiva e o ciúme rasgando seu peito enquanto Albus o acusava de não tê-la protegido.

Ele sabia que estava com ciúme. Sabia que aquele sentimento era descabido. Que Albus não tinha a mínima ideia que esses sentimentos existiam e que seria melhor que ele nunca soubesse.

Mas então...

Albus tinha o beijado. De repente. Com lábios macios e mãos firmes. Scorpius não estava esperando. Quando seus lábios se encontraram, ele achou que tinha sido um erro de cálculo, mas quando as mãos de Albus seguiram para a sua cintura e o apertaram contra uma das colunas do Corujal, ele soube que aquele era o plano. E era um plano dele.

O que estava passando na cabeça de Albus para fazer isso?

Tinha enlouquecido enquanto descia a escada?

Repentinamente, toda raiva dentro de Scorpius evaporou. Todas as ideias distorcidas sobre Clary, toda a confusão da manhã, os gritos de mais cedo. Tudo. Ele tinha esquecido. Ou melhor, Albus tinha apagado.

Sem perceber, Scorpius fincou os dedos nos ombros de Albus. Não para afastá-lo, mas como se quisesse ter certeza que ele não se afastaria. Albus permaneceu onde estava.

Se afastando alguns centímetros insignificantes, pois todo o resto do corpo estava pressionado um contra o outro, Albus o encarou bem de perto. Scorpius o devolveu o olhar, lívido. Ainda conseguia sentir a pressão dos lábios de Albus contra os seus, por mais que eles nao estivessem mais lá. Como se ele nunca tivesse se afastado.

-O que... -Scorpius começou, mas sua voz sumiu no meio do caminho, afogada pelas batidas rápidas do coração. Por um instante ele ficou apenas esboçando que precisava dizer alguma coisa, mas nada saia. Até que ele encontrou a única forma que ele conseguia para lidar com isso no momento. -Não ache que por causa disso eu vou me esquecer que você não confiou em mim.

Em um segundo, milhares de emoções foram esboçadas no rosto de Albus. As mãos na cintura de Scorpius abriram e se contraíram uma vez. Albus estava tão pálido que Scorpius tinha medo que ele fosse desmaiar ou algo assim.

-Al... -antes que Scorpius pudesse o chamar, tentando o tirar do choque, Albus o soltou e deu um passo para trás. Ele piscava rápido e várias vezes.

  -Me desculpe. Eh... por antes, não por agora. Não por isso.

  Scorpius assentiu lentamente, desviando os olhos para o chão.

Se afastando, Albus virou as costas e desceu a escada. Scorpius não tinha forças para pará-lo. Parecia que Albus tinha sugado dele toda atitude que tivera mais cedo.

Scorpius se virou para o parapeito, arfando desesperadamente por ar frio que resfriasse tudo aquilo que estava queimando dentro dele. Albus só podia estar maluco. Que ideia tinha sido aquela? Como conseguiriam se encarar novamente sem lembrar que, naquela tarde, depois daquela discussão, eles tinham simplesmente se beijado no Corujal? Scorpius sentiu um aperto no peito, uma falta de ar que o deixava entre as lágrimas e o riso. Mas ele não conseguia evitar. Quando voltou a ter ciência dos seus lábios, da sensação que ainda tinha das mãos de Albus, do seu coração acelerado, tudo que ele conseguiu fazer foi rir.