309- Y no es mi intención hablar de una história de amor si no estás aqui

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Poncho acorda assustado com o barulho vindo do andar de baixo, sente falta de Any na cama e decide levantar para procurá-la. Se veste rapidamente, colocando uma calça de moletom e camiseta e sai do quarto. Ao ver Any caida e desacordada, corre até ela.

Poncho: Any- se ajoelha perto dela, levantando com cuidado sua cabeça- fala comigo, pelo amor de Deus- implorou sem reposta- vai ficar tudo bem meu anjo, vou te levar pro hospital.

Ao pegá-la no colo para colocá-la no carro, percebe que havia sangue entre as pernas dela. Se ele já estava preocupado, sua preocupação cresceu mil vezes. A colocou no banco traseiro, o mais confortável que conseguiu, entrou no carro e acelerou. Usou o bluetooh do carro para ligar pra Carla, a médica de Any, que por sorte estava de plantão.

Carla: Algum problema senhor Herrera?- perguntou ao atender a ligação.

Poncho: A Any, eu não sei ao certo o que aconteceu, acho que ela caiu da escada, ou desmaiou nos pés dela, ela está desacordada.

Carla: Ela está com algum sangramento?

Poncho: Sim.

Carla: Então corre com ela pra cá, o mais rápido que você conseguir, o tempo é nosso inimigo. Ficarei com minha equipe esperando vocês.

Poncho: Obrigado.

Durante o restante do trajeto, tentava se manter calmo, mas as lágrimas eram inevitáveis, tentava não pensar na hipótese que Any já tinha comentado, escolher não parecia justo. Ouviu alguns gemidos de dor de Any.

Poncho: Calma, já estamos chegando no hospital- falou tentando se convencer que tudo ficaria bem.

Any nada respondeu. Poncho estacionou o carro de qualquer jeito próximo a entrada do hospital, onde a equipe de Carla já os esperavam com uma maca. Desceu do carro e pegou Any no colo outra vez, pode perceber que ela estava com os olhos abertos, conhecia os mil olhares que ela tinha e aquele era de dor e preocupação. Com a ajuda dos enfermeiros a acomodou na maca.

Ele segurou na mão dela, enquanto Carla a examinava com a maca em movimento.

Carla: Preparem o bloco cirúrgico 05, vamos fazer uma cesárea de emergência- ordenou aos enfermeiros e auxiliares.

Poncho: Eles ficarão bem?- perguntou ao ver a maca de Any, desaparecer no longo corredor.

Carla: Farei tudo o que estiver ao meu alcance, a respiração dela está fraca e a pressão caindo consideravelmente, sinto lhe informar que será um parto de risco.

Poncho: Não me deixa sem ela, sem meus filhos- pediu não contendo as lágrimas.

Carla: Tenha fé que tudo dará certo. Preciso te fazer uma pergunta antes de ir.

Poncho: Claro.

Carla: Se em algum momento eu precisar optar salvar alguém, quem será?

A pergunta que Poncho tanto temia, não queria pensar em criar seus filhos sem Any, sem a presença dela que seria fundamental para o crescimento deles, sem aquele sorriso que o leva ao céu. Como escolher? Poncho fechou os olhos e respirou fundo, sabia que cada segundo que ficava pensando e repensando a sua escolha eram importantes demais para Any e as crianças.

Poncho: Os bebês- respondeu rapidamente, sentando em uma cadeira e apoiando os braços nos joelhos- ela queria isso, por mim, salve os três, por favor. 

Carla: Farei o possível para que todos se salvem, mas entenda que será arriscado para todos.

Poncho: Eu entendo- levantou tirando seu cordão de proteção, seu amuleto da sorte- você pode deixar perto da Any?- entregou nas mãos da médica- queria estar presente para segurar na mão dela, mas como não poderei, acho que isso vai proteger minha família.

Carla ficou sem palavras diante de tanta dor e ao mesmo tempo preocupação vindos de Alfonso. Pegou o cordão e afimou que colocaria nas mãos de Any. Saiu apressada rumo ao centro cirúrgico.

O que restava a Poncho agora era esperar. Infelizmente o que ele podia fazer, já tinha sido feito. Agora era confiar em Carla e ter fé que tudo ficaria bem.

My favorite song (part.2)Onde histórias criam vida. Descubra agora