My favorite song (part.2)

310- Y aunque se pase toda mi vida yo te esperaré

u entrada no centro cirúrgico exatamente as 05:45 da manhã, e desde então, Poncho não tinha mais nenhuma notícia dela. Andava de um lado para outro, sentava e era imundado por lembranças.

Elas vinham como uma sucessão de momentos ao lado de Anahi. As primeiras vezes que se viram, ele já sentia que a líder de torcida, dona de olhos azuis cativantes seria parte de sua vida para sempre, a festa em que ficaram e depois foram para a casa dele, as inumeraveis brigas que eles tinham por motivos bestas, os olhares que trocavam, o desejo que cada vez aumentava, o amor que nascia e eles orgulhosos demais negavam. O primeiro dueto, a música que escreveram juntos, o pedido de namoro, as vezes que fizeram amor, as carreiras que os levavam para caminhos opostos, o rompimento e a distância que os impediram que ser felizes antes, o reencontro, as loucuras que ambos faziam para ficarem mais próximos, o friozinho na barriga do pedido do casamento, o casamento, a lua-de-mel eterna no qual ainda viviam, a gravidez tristemente interrompida pelo acidente, a felicidade da vida a dois, a surpresa da nova gravidez alguns anos depois, e a maior surpresa, os gêmeos, que viriam para completar a felicidade do casal. Agora isso parecia tão distante.

Poncho não podia planejar sua vida sem Anahi, não conseguia, ela preenchia todos os vazios, sabia as palavras certas a serem ditas em qualquer hora, sabia ser menina inocente e mulher fatal como ninguém, Any não era perfeita, mas era perfeita em suas imperfeições, amiga, amante, mulher e agora mãe. Lembrou de uma coisa em especial, um dia que viu Any conversando com os bebês no quartinho deles.

***Flashback***

Any não dormia todas as noites, os bebês se mexiam e ela acabava perdendo o sono. Por isso, não gostava de ficar se mexendo de um lado para outro, atrapalhando o sono de Poncho, então saia do quarto, as vezes ia a cozinha buscar algo para comer, outras ficava na sala de tv assistindo a filmes. Nessa madrugada em especial, ela foi ao quartinho das crianças. Usava um shortinho curto de tecido leve e um top preto. Poncho muitas vezes acordava sentindo falta da presença de Any na cama e a procurava pela casa, ouviu uma voz que conhecia muito bem e olhou pela fresta da porta. Any caminhava pelo quartinho, conversando com os bebês.

Any: ... Vocês são o meu presente de Deus, um presente que eu vou cuidar com todo o amor do mundo. Sabem, eu acho que vocês vão gostar do pai de vocês, eu amo ele assim como eu amo vocês, acho que vocês existem por causa do amor que eu sinto por ele- ela tocou nos bercinhos- ele fez esse quartinho como uma surpresa pra vocês, ele não é incrível? Hoje eu posso dizer que sou uma mulher realizada, tenho alguém que eu amo ao meu lado, tenho a chance de formar uma família, faço o que gosto, porque quero e não por obrigação- ela sorriu acariciando a barriga- eu prometo proteger vocês, cuidar das dores físicas e da alma que vocês um dia sentirem, acompanhar os primeiros passos, levar na escola no primeiro dia de aula, cuidar quando sofrerem a primeira desilusão amorosa, enfim, serei a mãe, a amiga e protetora de vocês.

Poncho: Ei- ele chama a atenção dela, encostado na porta- eu estou incluso nesses planos?

Any: Eu não faço mais planos sem você- sorriu indo até ele, erguendo-se um pouco para tocar nos seus lábios- vamos fazer tudo isso juntos.

Poncho: Pode ter certeza, vamos ter muitos momentos de alegrias com nossos filhos.

Any: Amo quando você fala no plural, tipo "vamos" "nossos filhos"- ela sorri.

Poncho: Não se ama no singular- falou antes de beijá-la mais uma vez- vem, vamos pra cama.

Any: Mas eu não consigo dormir- confessou fazendo um biquinho.

Poncho: E quem disse que vamos dormir?- a questionou pegando em sua mão e a olhando com segundas intenções.

Any: Safado- deu um tapinha nas costas dele com a mão livre.

Poncho: Você gosta- falou desligando a luz e fechando a porta do quarto do Miguel e da Melissa.

Any: Não gosto- ele franziu a testa- eu amo- sorriu entrando no quarto com ele.

***Flashback***

Poncho sorriu sozinho, olhou para o relógio da parede e se assustou, as horas passaram rapidamente, já era 10:20 e nenhuma notícia de Any ou de seus filhos. Decidiu ligar para seus pais, contou tudo o que tinha acontecido, dona Ruth ficou muito preocupada e falou que iria pegar o próximo vôo para acompanhar Any e seus netos. Também ligou para Ucker, todos tinham que saber o que estava acontencendo, afinal, família é família. Ele também ficou muito preocupado e iria para Barcelona no final do dia. Até lá, o futuro pertencia apenas a Deus.

Mais uma hora se passou... Mais uma hora em que Poncho estava com o coração mais acelerado que o normal, ao ver Carla sair de uma sala, ainda toda vestida para o parto, seu coração parou. Ela caminhou na direção de Poncho enquanto tirava as luvas e a máscara. Ele levantou, ansioso por notícias.

Carla: Eles são lindos Alfonso, são bebês extremamente saudáveis- ele passou as mãos pelo cabelo emocionado- eles estão indo para o berçário, mais tarde você será liberado para vê-los.

Poncho: Fico um pouco mais aliviado- deu um sorriso fraco- e a Anahi, como está?

Carla: Ela foi muito forte nesse parto, os cuidados que ela teve durante esses meses foi fundamental, realmente ela foi uma guerreira. Depois que eles nasceram, a pressão dela caiu muito mais do que já estava, conseguimos estabilizar o quadro, ela está em coma induzido. Ainda não sabemos o que realmente aconteceu com ela, assim vamos conseguir fazer mais exames e precisar o que aconteceu. Só assim podemos cuidá-la da melhor forma.

Poncho: Mas ela ficará bem, não é?

Carla: A Anahi é uma mulher forte, muitas não sobreviveriam ao parto. Tenho certeza que ela sairá dessa- sorriu de forma confortante para Poncho.

Poncho: Quando ela vai acordar?

Carla: É difícil precisar, aos poucos os sedativos serão diminuídos e assim ela acordará.