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Arrumei a blusa preta larga em meu corpo e abaixei mais a calça Skinny da mesma cor. Um Air Max 90 laranja com branco calçava meus pés e um Rolex de ouro enfeitava meu pulso.

Ativei o sistema de segurança da casa. Chequei as horas em pulso: 11:15 p.m.

Ótimo, todos os empregados estavam dormindo. Passei um rádio para os caras e para todos os seguranças que me acompanhariam no carregamento. Se Danielle fez alguma merda para os inimigos, eles viriam atrás, me ferrariam de qualquer jeito.

Montei em minha Dodge Tomahawk, essa belezinha alcançava, facilmente, 550 Km/h. O que era ótimo para fugas, usava principalmente em assalta à bancos; que carro de polícia normal iria conseguir alcançar 550 Km/h?

Ri dos meus pensamentos e saquei um cigarro do meu bolso, logo o acendendo e tragando.

A fumaça corria por minhas veias e me dava uma boa sensação. A sensação era de estar livre, de não precisar competir com ninguém, pois eu era o melhor de todos. Eu sou o melhor de todos.

Entrei na avenida principal de Atlanta. As luzes da cidade passavam como raios, letreiros de estabelecimentos não tinham tempo para serem lidos, o vento batia na minha cara. A sensação de liberdade só aumentava, a vontade de abrir os braços e sentir o vento, a liberdade toda sendo sentida pela minha pele era grande, mas a vontade de morrer não era grande.

A verdade é que eu tinha medo da morte.

Nenhum inimigo, nem mesmo Daniel, era capaz de me destruir. Um tiro não me mataria. O que me mataria era Alexia, mas ela estava há muitos metros da superfície para conseguir. O que me preocupava era se Katherine era capaz de me matar.

Sentimentos era a única coisa que conseguia me ferir de verdade. Ferimentos físico não me abalavam, mas ferimentos mentais me desmontavam por inteiro.

Flashback on

— Justin, para! - Alexia tentou gritar, dando gargalhadas altas.

Estávamos deitados em cima de um fino lençol no meio da grama. Tinhamos acabado de comer o piquenique que eu preparei para nós dois.

Meus olhos brilhavam. As borboletas estavam dando reviravoltas em meu estômago. Eu a amava tanto, eu morreria por ela.

Um tiro foi ouvido ao longe. As gargalhadas e sorrisos bobos pararam na hora. Alexia se agarrou à mim. Eu tenho 16 anos e era só um aprendiz no mundo da máfia, meu pai me ensinava tudo. Mas como Jeremy sempre disse: "Nossos inimigos atingem nosso ponto fraco, meu filho. O meu ponto fraco é você e sua mãe, sempre tome cuidado."

Eles vieram em busca de vingança.

— Fique atrás daquela árvore. - Ordenei para Lexi.

— E você, Jus? - Ela começou a chorar. - Eu não vou te deixar aqui para morrer nas mãos deles!

Alexia sabia de tudo. Era filha de um grande aliado do meu pai. Mas não sabia nem como atirar, o que foi um grande erro seu pai não ter ensinado.

— Alexia, só se esconda, por favor. Nós fizemos uma promessa, lembra? - Peguei suas duas mãos e coloquei-as perto do meu coração, ele estava acelerado. - O primeiro que falasse era para ser obedecido, eu falei primeiro, Lexi. - Meus olhos se escureceram. - Me obedeça.

As feições da menina mudaram. Ela havia se esquecido.

A promessa era, basicamente, se algum dos dois estivesse em perigo, um daria a vida pelo outro, o que falasse primeiro seria o que protegeria, o qual morreria pelo outro. Morreria em nome do amor. É uma forma brava e honrosa de se morrer, não?

Fate or Chance [J.B.]Onde histórias criam vida. Descubra agora