Fate or Chance [J.B.]

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Point of View of the Narrator

A dor se alastrava cada vez mais pelo corpo do pobre Christian, perdera até mesmo quantas vezes já tinha vomitado sangue em seu próprio corpo.

O cheiro de podridão, de morte, exalava do cubículo ao qual ele fora levado. Mais de uma semana havia se passado, disso o homem tinha certeza, mas desde então, ninguém havia se apresentado como o autor do sequestro, apenas os capangas apareciam para dar poucos alimentos, água ou alguns socos.

Em uma das poucas vezes em sua vida, Christian sentia medo. Ele sempre soube que haveria altos e baixos na máfia, mas nunca pensaria que demoraria tanto para que seus amigos descobrissem seu paradeiro.

A pequena porta fora aberta, revelando um homem alto, com uma máscara cobrindo seu rosto.

— Ora, ora se não temos aqui Christian Beadles tão indefeso. – Gargalhou.

Christian praguejou a si mesmo, a voz era tão familiar, mas mesmo procurando nas profundezas de sua mente, não conseguira lembrar a quem pertencia.

— Você é tão covarde – Sussurrou, aumentando o tom de sua voz lentamente. Para Christian, era difícil falar depois de tanto sem pronunciar algo, mas jamais deixaria que alguém o zombasse. — Se escondeu por tanto tempo atrás de seus capangas.

Em um segundo, o rosto de Christian virara com o soco que havia recebido, o gosto metálico em sua boca havia voltado, o sangue escorria por seu rosto e o agoniava. A máscara assustadora fora jogada ao lado, junto à poça de sangue. Christian olhou, cabisbaixo e boquiaberto, ele não acreditara que depois de tantos anos ainda veria a tatuagem de víbora marcada no pescoço do homem a sua frente.

— Assustado, "Chris"? – Cornélio gargalhou, claramente divertindo-se da situação. — O Bieber pensou que havia acabado comigo há tempos atrás, mas eu sempre estive aqui, à espreita, esperando o momento que Katherine assumiria o poder.

Cornélio sentara à frente de Christian, olhando seu estado e entretendo-se.

Falar era difícil, o pobre menino tentava mas apenas sangue saía de sua garganta.

— Não se preocupe, não precisa falar nada. A máfia russa sempre esteve ao lado dos pais de Katherine, só esperando o momento certo para derrubar o Bieber, e adivinhe! A hora chegou.

Até então, Christian apenas vegetava na cadeira, mas ao ouvir o amigo ser ameaçado, juntou o resto de força que tinha e cuspiu sangue na face de Cornélio. Não era nada comparado ao que podia fazer, mas só o prazer que isso proporcionava já era suficiente.

Cornélio levantou-se, visivelmente nervoso, mas o sorriso vitorioso sempre estivera presente.

— Você sabe que é verdade, não adianta ficar bravo. O império do Bieber acabou, resta aceitar.

Cornélio virou-se e saiu, passando pela porta e indo para seu escritório, onde encontrara Daniel, o cúmplice de todos os seus planos.

— Tudo está pronto? – O parceiro de Katherine perguntara.

— Tudo indo perfeitamente bem. Seu voo sai a daqui duas horas, esteja pronto. – Cornélio fora até o bar preparando dois copos com bebidas e dando para o amigo.

— Katherine não sabe de nada e quero que continue assim. Gregori sabe da sua vinda e vai ajudar com relação a Katherine.

— Espero que ela não seja coração mole e tenha pena de Bieber, se não terei que cavar duas covas. – Sorriu falsamente, já pensando em como sumiria com a menina.