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Fechei meus olhos e senti um braço tentando me levantar. Com dificuldade, levantei, dando de cara com um dos meus seguranças. Caminhamos, mancando, quando um barulho surgiu e depois fomos lançados ao ar.

A bomba havia explodido, lançando partes do caminhão ao ar e por pouco, não nos matando.

Apoiei as mãos no chão, dando-me forças para levantar e corri, com dificuldade e tossindo – por conta da fumaça, até a SUV.

— Estávamos preocupados com você, senhor Justin. – Um segurança começou, enquanto eu sentava no banco de couro preto e respirava fundo. — Darren foi até o seu encontro, mas só o senhor voltou. – Terminou a frase, cabisbaixo.

Ótimo, menos um na conta.

Revirei os olhos e me aconcheguei no banco. Me sentia imundo; minhas roupas estavam rasgadas e eu estava sujo de terra.

Meu coração apertou e lembrei dela. Uma saudade avassaladora tomou conta de mim; saudade do seu cheiro, do seu jeito sedutor, de sua teimosia.

Mas que porra era aquela?!

Obedecendo ao meu inconsciente, que clamava por ela, e contra à minha vontade, ordenei:

— Quero que me levem à antiga casa dos Williams.

— Tem certeza, senhor? – O mesmo segurança veio me importunar, dessa vez, trazendo o corpo de Darren em seu ombro.

Suas costas estavam em carne viva e o que antigamente era um terno, hoje era só mais um trapo velho. Até gargalharia de prazer se fosse um inimigo, mas ao olhar para um capanga, eu só sentia incapacidade.

Incapaz de ser bom o suficiente;

Incapaz de amar alguém;

Incapaz de ter um pouco de amor ao próximo.

— Se eu estou dizendo, é porquê tenho certeza. – Revirei os olhos e bati a porta de correr com força.

O carro começou a andar logo depois. Encostei minha cabeça no vidro e suspirei, fechando os olhos.

Uma raiva repentina tomou conta do meu corpo. Eu não era incapaz. Eu era Justin Bieber e bom o suficiente para o que eu quisesse ser. Eu era dono do tráfico de todo o Canadá e uma parte dos Estados Unidos e já tinha planos para a Europa. Ninguém, jamais, conseguiria ser superior à mim. Eu cheguei até aqui acreditando nisso, matando pessoas, usando-as e sempre deu certo. Nada daria errado agora.

Um tempo depois, o carro freou. Já era noite e as luzes da enorme mansão estavam acesas; seguranças rondavam o jardim e a área da piscina.

Abri a porta e desci, ordenando para que todos permanecessem na mansão até segunda ordem. O "C" escrito na caçamba do caminhão ainda torturava minha cabeça e não descansaria até saber quem fez isso.

Rondei pela casa, me escondendo entre arbustos, até encontrar uma janela do primeiro andar aberta. Me escorei na parede, andando de lado, até alcançar a janela e entrar dentro da casa.

Entrei no que parecia ser uma biblioteca. Os móveis eram todos brancos e possuíam estantes do chão ao teto, com livros de todos os gêneros possíveis. Seria um fetiche se eu fosse um amante por livros, mas a única coisa que eu adoro ler é meu saldo bancário.

Abri a porta marrom clara, dando de cara com uma sala enorme, também com móveis brancos. Katherine estava deitada no sofá, dormindo. Me aproximei, sentando à sua frente, em um tapete preto felpudo. Passei a mão por seus cabelos loiros, fazendo suas pálpebras abrirem e seus olhos arregalarem.

Fate or Chance [J.B.]Onde histórias criam vida. Descubra agora