Fate or Chance [J.B.]

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Duas semanas haviam se passado desde então. As coisas corriam lentamente, Caitlin me dava notícias de Daniel de vez em quando, o plano até agora corria bem. Hoje, os Thugz Dadz teriam um assalto a fazer, claro que Daniel já sabia e iria cuidar de tudo para que a polícia soubesse, por uma inocente denúncia anônima, que eram eles a fazer o assalto. Após duas semanas aqui, eu soube muitas coisas sobre Justin Bieber e todos ali: eles não tinham passagem alguma na polícia; Danielle era uma ex agente da Cia e especialista em computadores, obviamente ela hackearia o sistema e deixaria a ficha de todos limpa. Caitlin ainda me intrigava: ela traía o próprio irmão, sangue de seu sangue. Eu jamais abandonaria Daniel por amor ao inimigo.
A máfia era um jogo de poder, e infelizmente, eu estava nele, e já sabia bem como jogar.
Era de noite e eu estava muito cansada, o que era estranho, já que eu não fazia nada o dia inteiro. Mas eu estaria de olhos bem abertos e atenta quando visse que nem todos voltariam do assalto. Meus olhos brilhariam em vitória. O jogo estava apenas começando.
Desci para a sala e fiquei vendo uma série qualquer. De repente, algo pulou em cima de mim, que estava deitada, e começou a lamber minha cara. Levantei-me e sorri. Era um lindo bulldog! Seus pelos eram amarronzados, focinho preto e uma língua vermelhinha; era pequeninho e aparentava ser filhote. O acariciei. Seu pêlo era tão macio, ele era tão hiperativo! Aconcheguei-o em meu colo e ficamos vendo a série até que todos os meninos e Danielle e Catlin desceram.

— Você vai ficar aqui, se tentar alguma gracinha com Caitlin, que te vigiará, já sabe. - Justin estava lindo. Estava todo de preto, apenas com um par de Supras dourado, era sua marca registrada. O sorriso cafajeste era presente em seu rosto. Seu corpo deixavam meu pêlos ouriçados. Ele era tão lindo, pena que inalcançável.
Caitlin me lançou um olhar peverso e um sorrisinho de lado. O plano aconteceria hoje.

— E eu teria outra escolha a não ser morrer de tédio neste lugar? - Pisquei para Bieber e me joguei entre as almofadas. O bulldog, no qual eu apelidei de Stark, correu até meu encontro, balançando seu rabo sem parar.

— Odeio animais. - Danielle semicerrou os olhos.

— Acho que eu vi na internet alguma vez, que piranhas não gostam de competição com outros animais, deve ser por isso. - Pisquei e me levantei, com Stark em meu colo.

Os meninos começaram a rir sem parar. Chaz, Chris e Ryan eram legais e extremamente fiéis, nesse tempo que estou aqui, troquei algumas palavras com eles e são incríveis. Acho que quando acabar com o Bieber, irei recrutá-los.
Eles saíram, todos em uma grande van e um carro de polícia logo atrás. Eles eram muito inteligentes, isso era notável, mas eles deixavam pequenas brechas, como minha falsa inimizade com Caitlin, deixando assim, eu colocar meu plano em prática.

— Arrume suas coisas, daqui 10 minutos, quando eu tiver certeza que eles já estão bem longe daqui, iremos até o Daniel. Ele está parado em frente a um café há quatro ruas daqui.  - Caitlin avisou, rapidamente.

Subi as escadas e arrumei as únicas coisas que eu tinha e que eram de higiene pessoal. Desci pelos fundos e fui até uma pequena construção de vidro no quintal, arrumei suas roupinhas, seu brinquedo favorito - uma bola de futebol americano, e peguei sua coleira. Eu havia me apegado, e muito, à Stark, eu não o deixaria aqui. Ele merecia meu amor e carinho.

20 minutos haviam se passado, era a troca de guardas. Qualquer passo errado, Bieber me levaria para conhecer o Diabo mais cedo Coloquei a fucinheira em Stark, para evitar que latisse e estragasse todo o plano. Eu e Caitlin andamos devagar pela parte da frente da casa, a pior parte havia passado assim que passamos a primeira esquina. Soltei o ar que segurava e corri mais ainda quando vi  sua Ferrari Enzo branca parada em frente à uma cafeteria com os faróis ligados. Corri para a porta do passageiro, a abrindo e abraçando meu melhor amigo; Stark fazia a festa no meio de nós dois.

— Eu senti tanto a sua falta! - O agarrei mais.

— Jamais te deixarei sozinha de novo. - Ele beijou minha bochecha.

Logo, Caitlin entrou no banco de trás com uma cara totalmente fechada. Era engraçado vê-la assim, mas se fosse eu em seu lugar, estaria da mesma forma.

— Que tal irmos apreciar nossa vitória? - Daniel deu a partida no carro, com um sorriso de lado no rosto.

Ele estava muito feliz, isso era notável. Seu maior inimigo a essa hora, provavelmente, estava indo para a prisão e sua melhor amiga estava em seus braços novamente.
Passamos pelo banco central e estava lotado de policiais. Comecei a ficar preocupada; ninguém estava algemado e muito menos o rosto conhecido de meu inimigo estava entre aquelas faces estranhas. Meu plano não parecia ter dado certo.

— Porra, Daniel! Eu falei que isso ia dar errado! Eu odeio você! - Catlin, de repente, começou a gritar e esmurrar o peito de Daniel. Mas que diabos era aquilo?!

Foi então que eu vi. Uma viatura estava saindo em alta velocidade, diferente de todas e Christian estava saindo algemado por um policial de meia idade e cabelos grisalhos. Seus cabelos estavam jogados na cara, o rosto vermelho e sua blusa rasgada. Seu semblante não demonstrava medo, e sim fúria. Seus olhos demonstravam confiança. Claro, revirei os olhos, até porque com metade da polícia de Atlanta corrupta ao lado de Thugz Dadz, medo seria a última coisa que teria.

— Eu entreguei meu irmão por sua amiga, e nem seu amor eu recebi. - Ela soluçava escandalosamente, estava fora de si. Seu rosto estava vermelho e suas unhas, pintadas de vermelho escuro, estavam cravadas no ombro de Daniel. Eu até poderia sentir dó, mas eu não nutria nenhum sentimento por aquela mulher.

— Is-Isso não fazia parte do plano - Daniel a abraçou, tal afeto não foi retribuído - Eu sinto muito mesmo, Caitlin. Eu não faria isso.

— Você não pode, como fez! - Ela gritou. Me deixando irritada. Abri a porta do carro, saí e bati com força.

Ela havia ido contra o próprio irmão, por amor, e agora que Christian se fode, ela acha que tem o direito de colocar a culpa em Daniel! As pessoas são hipócritas, chega a dar nojo.

Eu caminhava calmamente, não planejava ir para casa, Caitlin e Daniel, provavelmente, ainda estariam brigando; e a vontade de dar um tiro nela só aumentava.
Avistei um grande fogaréu perto de um matagal, decidi ir para longe dali, poderiam ser apenas amigos curtindo sua noite, ou algo mais macabro. Eu era muito medrosa em relação à andar sozinha na noite, quando se é mulher, nunca se sabe se essa pode ser a última vez a voltar para casa depois de ser assediada.
Uma SUV preta parou ao meu lado, pressionei a arma em minha perna, segurada pela cinta-liga e acelerei meus passos. Os vidros se abaixaram e a voz rouca, melodiosa e agradável aos meus ouvidos, foram ouvidas por mim.

— Eaí, docinho. Achou que ia escapar de mim esta noite?

Eu, sinceramente, preferia que fosse o Diabo à Justin Bieber.