Abri os olhos, piscando algumas vezes. Tudo rodava; uma das consequências das bebidas e das drogas era a tontura, mas talvez valesse a pena por uns minutos de puro êxtase.
Calcei meu chinelos da Gucci e desci, indo até a cozinha, onde todos se encontravam. Assim que eu cheguei, toda a falação parou e se concentraram apenas em seus próprios pratos.
— Não vão nem me dar um bom dia? – Ri sozinho.
— Não tem motivo pra um "bom dia", Bieber. – Chaz rosnou. De todos, ele era o mais próximo de Danielle.
Até entenderia ele estar bravo, se ela não fosse uma vadia.
— Pra mim, sempre é um bom dia. Um bom dia pra roubar, comer alguém, se divertir. Enfim, fazer coisas que jovens fazem, não é mesmo? – Pisquei, pegando algumas torradas e um copo de suco.
— Jovens não roubam, Bieber. Jovens não maltratam amigos. – Foi a vez de Ryan rosnar.
Danielle continuava olhando fixamente para sua caneca de café, com o olhar longe e usando uma blusa de mangas compridas, tudo para esconder o que acontecera ontem.
Sempre é assim, colocamos um sorriso no rosto – no caso de Danielle, uma blusa de mangas compridas, para escondermos nossos piores segredos e medos; demonstrar isso ao mundo é sinal de fraqueza.
— Não eram vocês que estavam a delatando pra mim? Agora vão protegê-la? Não preciso ver essa falsa compaixão.
Segui até o escritório, carregando metade do copo, preenchido com suco de laranja e o depositando na minha mesa.
Todos vieram atrás de mim, menos Danielle, que continuou parada enquanto lágrimas silenciosas pairavam em seus olhos, lutando com as mesmas para que não caíssem, tentando guardar o resto de dignidade que restava em si.
— Isso não se faz, Justin. Que porra! Tô cansado das suas merdas. – Ryan era, de todos, o que tinha a maior consciência do que fazia e o maior bom senso também.
— Ela machucou Katherine! – Bati o punho direito na mesa com força. — Eu só fiz o que é certo.
—Você machucou sua amiga de anos por uma inimiga! – Apontou o dedo na minha cara.
Ah não, ninguém em sã consciência faria isso comigo.
— O trabalho de vocês é fazerem o que mando, não dar palpite no que eu devo ou não fazer. – Levantei da minha cadeira, olhando fundo em seus olhos.
Ryan era o mais próximo de mim, ele sabia de tudo sobre minha vida e presenciou tudo, em uma briga como essas, ninguém era insano o suficiente de dar algum palpite.
— Isso aqui é um gangue, Justin, uma máfia. Nós somos um grupo e nenhum de nós – Apontou para todos os presentes naquela sala. – Somos melhores ou piores que você. Nós somos amigos, cara, qual a dificuldade de entender isso?
— A dificuldade é vocês entederem o porquê eu faço tudo isso. – Eu jamais admitiria meus erros, era orgulhos demais para isso. - Se eu defendi Katherine, eu tive motivos e é só isso que vocês devem entender.
— Só estamos nessa, porque te amamos, Bieber, só não sei até quando. – Disse e saiu, sendo seguido por Charles.
Revirei os olhos e acendi um cigarro, tragando logo em seguida. Abri a primeira gaveta da grande mesa de marfim e retirei todos os documentos e rotas necessários para o carregamento mensal bélico que viria hoje.
Point Of View Katherine Williams
Revirei os olhos, desligando a ligação, era a segunda vez, em menos de dois dias que eu recebia ligações de um cara chamado Cornélio; dizendo sobre a máfia russa e que uma grande guerra estava por vir. Desliguei o celular e o guardei na bolsa, colocando meus óculos escuros aviadores em meus olhos.
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Fate or Chance [J.B.]
FanfictionSua vida sempre foi uma mentira. Jantares com o governador, sorrisos para todos, sempre para esconder a verdadeira identidade dos Williams: os chefes do crime. Inimigos causam terríveis acidentes; uma inexperiente sobe ao trono, mas será que ela...