Anteriormente, em Amor de Carnaval não Vinga:
Augusto é um empresário bem-sucedido no ramo da tecnologia. Conquistador convicto após uma grande desilusão amorosa, ele preza por compromissos casuais sem grandes envolvimentos. Admirador e folião assíduo do carnaval da Bahia, ele é vítima de um golpe e sofre violência sexual por um grupo de cinco amigos, durante a festa de 2015*.
Obstinado, nosso protagonista passou a tramar um plano de vingança, indo atrás de cada um deles e ultrapassando cada vez mais a tênue linha da moral para alcançar seus objetivos. Dois já caíram: César e Júlio. Quer dizer, um e meio, porque o primeiro já deu indícios de que não é tão facilmente derrotado. Cláudio (em investigações cada vez mais avançadas) e Alexandre seguem na mira.
Ocorre que Adriano, o quinto elemento, fomentador de toda a jornada, já se mostrou uma figura muito controversa. Aos poucos, Augusto começa a colher evidências que o inocentam cada vez mais. Inexperiente, ele também foi estuprado e se infiltrou no grupo para tentar incrimina-los, levando-o ao olho do furacão.
Não bastasse a natural desconfiança intempestiva do nosso herói, um agravante piora o contexto de um possível "algo mais" aflorando entre eles: o seu teimoso coração de pedra, que não parece tão disposto a abrir mão de convicções arcaicas. Se por um lado a cautela excessiva é vista com irritação por conhecidos, por outro, a incomum permissividade já causou estremecimentos com amigos próximos, como Gustavo.
Num embate com a participação de familiares e até desconhecidos, Augusto admitiu que está realmente cogitando se dar uma chance. Os últimos acontecimentos revelaram que há sim um sentimento, culminando numa declaração carinhosa e o início de algo mais substancial. O que ele não imagina é que Adriano ainda guarda muitos segredos, como o fato de ter sido adotado por um casal de homens.
Que outras cartas esse alvo renegado tem escondidas? O que vai prevalecer agora: o coração se abrindo para algo novo ou o desejo de vingança? Dá pra conciliar os dois?
*Para quem está perdido com a linha temporal, atualmente a história está em Abril de 2015.
...
Queridos leitores,
Poderia apenas anunciar que estou de volta, ou que não gosto de tratar da minha vida pessoal, mas convenhamos: vocês já tiveram acesso a momentos muito mais sórdidos da minha vida.
Não preciso, mas me sinto na obrigação de situar vocês da minha longa ausência. Digo isso porque sei o que é acompanhar uma obra que é atualizada periodicamente e compartilho da mesma ansiedade com muitas outras histórias também. Além disso, acho gratificante esse canal de comunicação que mantemos, sempre com todos opinando, torcendo, dando o seu parecer.
Então, vamos lá. Vou tentar resumir o assunto. Ninguém morreu, nem estou solteiro, nem rolou nada grave no campo amoroso. Como vocês sabem, sou publicitário, e gosto de escrever nas horas vagas. Assim como diversas outras áreas de atuação (imagino eu), existe uma cultura sobre a quantidade de horas que você trabalha por dia. Nunca me queixei disso (e também nunca me considerei um workaholic), mas na metade final de 2016, essa questão começou a mexer comigo.
Chegar em casa costumeiramente às 20h, 20h30, estava passando a ser uma raridade; sair do trabalho às 21h, 22h estava se tornando uma regra. Para piorar, eu tomei conhecimento sobre a gravidade da questão da pior forma possível: um belo dia, eu travei. Estava olhando para uma tela de computador, sem saber o que fazer. Não conseguia mais raciocinar, entender o que estava fazendo, onde queria chegar... Simplesmente travei.
Para mim, é algo complicado de assumir ou debater aqui porque sempre tive muito orgulho do que faço. Se por um lado sabia que estava puxado, por outro também sabia que a situação do país não vai nada bem (e sei que todos nós temos conhecimento disso). Não podia me dar ao luxo de perder o emprego ou sequer reclamar, sabendo que qualquer outro poderia ocupar o meu cargo. E quando falo sobre "cultura de carga horária", eu tenho essa impressão sobre o mercado publicitário: você é bem sucedido se você trabalha mais, se vira a noite, se dá o sangue; Se você trabalha oito horas por dia, deixa a impressão de que poderia fazer mais.
Bom... Por motivos óbvios, eu precisei me afastar e infelizmente não consegui voltar tão cedo. Comecei a ter crises de ansiedade e momentos de pânico quando o assunto era trabalho. Estava estafado e envergonhado. A única solução foi me dar um tempo. Voltei a frequentar um psicólogo, tive total apoio do ruivo e de familiares, precisei me estudar para entender o que estava acontecendo e onde queria chegar e, aos poucos, comecei a colocar tudo nos trilhos novamente.
Como disse, falar sobre isso é complicado pra mim porque para qualquer um que está de fora pode parecer simplório ou banal demais. Acho que cada um tem o seu pensamento e não vou julgar. O que pretendo deixar explicitado aqui é: olhe para você. Seu bem-estar, sua saúde e sua vida pessoal valem muito, mas muito mais do que qualquer emprego.
Quando decidi que voltaria a escrever, comecei a reler alguns capítulos e vi uma profusão de mensagens, cheias de preocupação. Peço desculpas por essa demora. Não foi descaso ou falta de interesse. Considerem que foi um período necessário para que eu voltasse a fazer isso por prazer.
Obrigado por todas as palavras de carinho e – para quem ainda tem interesse na história – espero que curtam o andamento. Semana que vem tem mais! <3
Pedro.
P.S: Agora sim, vou responder os comentários, um a um :)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor de Carnaval não Vinga
RomanceFazer justiça ou tramar a melhor das vinganças? Esperar sentado ou agir com as próprias mãos? Moral e impulsividade lutam entre si na mente de Augusto, um jovem e bem-sucedido empresário que percebe que o "incidente" do último carnaval pode leva-lo...