"Eu fico assim querendo o seu prazer, Eu não consigo um minuto sem te ver, Sua presença alegra meu coração, E é pra você que eu canto essa canção..." (Vem meu Amor, Olodum).
...
- Pensei que não ia se lembrar de mim.
- Velho... Você tá diferente pra caramba!
Segui para lhe dar um abraço, e os tapas nas minhas costas denotavam uma intensidade física gritante desde a última vez que o tinha visto:
- Fazendo academia? - perguntei curioso.
- Que nada, mas segui seus conselhos e resolvi entrar na natação também. Pela sua cara, acho que está fazendo efeito! - ele riu.
"E como!", pensei:
- Sei lá, acho que você tá mais... Atlético - prossegui tentando encontrar a palavra adequada - Essa barba também parece que te deixou mais adulto. Naquele natal lá na sua casa te achei bem magrinho. Tá tirando onda, hein? - brinquei.
Gustavo pareceu sem jeito, apesar do elogio não ter indícios de qualquer outra intenção.
- Eu continuo nadando, em uma escola perto de casa - descontraí - Vamos lá amanhã de noite, a gente aposta umas corridas.
- Opa, vamos sim. Não sei se trouxe roupa de banho, mas vou dar uma olhada.
- Manda seu cunhado deixar de ser pão duro e te dar uma de presente! Pode dizer que fui eu que falei.
A risada foi interrompida com a entrada de sua irmã na minha sala:
- Aleluia, estava te procurando! - alardeou ao ver o familiar - Poxa, nem me esperou pra entregar o presente! - recriminando-o em seguida.
- Não entreguei, eu juro! Deixei em cima da cadeira e saí para te procurar, mas aí percebi que ele já tinha visto - apontou para o quadro em minha mão.
- Gostou Guto? Foi ideia do Guga, ele me lembrou do seu vício.
- Nossa... Demais! Nem sei o que dizer, valeu mesmo gente! - respondi, admirando a obra outra vez.
- Ah, deixe disso! A gente sempre faz questão de te dar algo legal, você é da família - Gustavo insistiu.
Agradeci novamente e prometi colocar em um lugar de destaque no apartamento.
- Irmão querido - minha sócia mudou de assunto - Marquinhos já está lá embaixo esperando pra te levar na universidade! - alertou.
- Beleza, melhor adiantar então. Guto, a gente se vê! - ele me cumprimentou apressado, em tom de despedida.
- Claro, aparece lá hoje de noite! Sua irmã torrou a minha paciência pra eu fazer um jantar, mas não aguento mais escutar o casal vinte falando sobre ter filhos...
Juliana me deu um empurrão, arrancando risos de nós dois, enquanto observava Gustavo se afastar.
- Vou te destituir do posto de padrinho! - ela sentou-se na poltrona em frente à minha mesa - Anda logo, temos uma pilha de coisas pra repassar...
Guardei o presente e resolvi focar no trabalho, ainda surpreso com a evolução do visitante.
...
Estávamos animados colocando o papo em dia, quando escutei a campainha tocar. Não esperava mais ninguém e levei um grande susto ao abrir a porta:
- Primo! - Marcela gritou ainda no hall de entrada, atraindo os olhares dos meus convidados - Feliz Aniversário! - e pulou no meu ombro para me dar um abraço apertado.
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Amor de Carnaval não Vinga
RomanceFazer justiça ou tramar a melhor das vinganças? Esperar sentado ou agir com as próprias mãos? Moral e impulsividade lutam entre si na mente de Augusto, um jovem e bem-sucedido empresário que percebe que o "incidente" do último carnaval pode leva-lo...