Eu NÃO Gosto de Você

12. Cinco anos depois.

*Thomas POV*

- oi Perez, boa noite!

- boa noite senhor Moore. As flores de sempre?

- sim, as vermelhas, por favor.

Durante estes cinco anos que passou eu fui o cliente mais assíduo da floricultura ao lado do nosso prédio. Elena adorava flores e tudo o que era cliché, então eu fazia questão de agrada-la. Além do mais, eu não tinha do que reclamar. Morar com a Elena foi a melhor coisa que já me aconteceu. Nos dávamos  bem, nos respeitávamos, tínhamos os nossos momentos como casal e muitos momentos com nossos amigos. Consegui o emprego dos sonhos dois meses depois de ter saído da agência e hoje sou Diretor de Arte. Elena ainda está na agência, como Diretora de Criação. O sexo continuava maravilhosamente bom e além de ótimos parceiros de cama éramos parceiros em tudo. Não faltava nada, mas de repente, Elena começou a ficar estranha.

Talvez fosse o momento. O irmão dela estava noivo e ía se casar em dois meses. Além dele, Jackson e Molly também íam se casar um mês antes e nós seríamos padrinhos nos dois casamentos. Pra mim, se tem uma coisa na vida que é desnecessária é festa de casamento. É uma fortuna para satisfazer outras pessoas que ainda saem reclamando. Eu sempre fui contra e continuava sendo, principalmente por estar vivendo na pele este assunto. A cunhada da Elena e a Molly tinham se transformado em duas víboras. Estavam com os nervos à flor da pele e pra que? Pra atazanar a vida dos noivos e a vida dos padrinhos também. Por isso, todo o estresse da Elena devia ser pelo mesmo motivo que todos estavam estressados.

- Lena?

Abri a porta do apartamento e não a vi.

- estou no quarto!

Parei encostando-me no batente da porta. Ela estava com pilhas de revistas, todas abertas em cima da cama. Folheava tudo com muito desespero e pânico no olhar.

- tenho uma surpresa. - falei

Ela me olhou ainda como se estivesse ocupada, mas sorriu ao ver o buquê de rosas vermelhas.

- são lindas. Obrigada amor.

Ganhei um selinho demorado e a acompanhei para colocar as flores em um vaso.

- porque as revistas? - tive a péssima idéia de perguntar

- falta um mês para o casamento da Molly e eu não escolhi o vestido. E ainda tem o vestido do casamento do meu irmão. Eu vou enlouquecer!

- qualquer coisa que usar ficará lindo.

- você diz isso porque vai usar praticamente a mesma roupa. Para os homens é bem mais fácil.

Eu tinha acabado de lhe fazer um elogio e ela nem sequer agradeceu.

- eu só acho que você não deve se preocupar tanto. Você nem é a noiva.

Porque eu fui dizer isso meu Deus?

Ela me olhou como se fosse me fuzilar. Engoli seco e sorri para acalmar os ânimos.

- não sou a noiva e pelo visto nunca serei.

Ela cuspiu as palavras rispidamente.

- e você deveria dar graças a Deus! Somos felizes como estamos, não precisamos gastar dinheiro com uma festa para os outros e...

- Thomas, já chega. - falou entredentes

- o que deu em você? está muito nervosa ultimamente. É só por causa dos casamentos ou outra coisa incomoda você?

- sim, eu estou nervosa e sim estou incomodada! Eu estou preocupada com esses casamentos e como você mesmo diz eu nem sou a noiva, mas é o meu irmão e a minha melhor amiga que escolheram viver momentos felizes ao lado de pessoas que eles amam, resolveram oficializar um relacionamento que pra eles não é apenas uma festa pros outros. Dá pra você entender isso?