39-Sangue

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Sugestão Musical: BEAUTYFROM PAIN / SUPERCHIK  

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Eu sei que estou vivo

Mas eu sinto como se estivesse morto

E tudo que restou é para aceitar que acabou

Meus sonhos correram como areia por entre meus dedos

Eu tentei ser quente mas, Eu cresci frio

Eu sinto como se tivesse escapulindo 

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O barulho da minha bota contra o asfalto parecia uma canção triste, eu estava despedaçada. Agora já não precisava fingir, ele não conseguiria ver meu rosto. Eu sentia a dor, era cruel o que eu estava fazendo.

Era contra todos os meus princípios, mas acho que assim as coisas voltariam para os trilhos!

Alicia seria sua parceira e nada mais fugiria do meu controle. Eu acho que estava ficando louca mas sentia ciúmes dela sem nem ao menos conhecê-la, ele a queria!

Eu estaria em segundo plano com sua chegada. Minha vontade era desistir de tudo.

Mas do que adiantaria? Eu precisava tentar mudar as coisas! Eu precisava tentar algo novo. Quem sabe esse era o plano traçado pelo destino para que meu sofrimento tivesse um fim!

Eu não sabia mais o que sentia, tudo era diferente em mim.

Subi lentamente a escada de incêndio. Cheguei à mesma janela que há horas atrás a observei dormir. Estava aberta, o que parecia um convite.

Pulei para dentro num único movimento. Inspirei o ar contaminado de meus pulmões e respirei a fragrância do apartamento somente o rastro dela estava ali.

Senti o cheiro de Patrick, segui o destino e vi uma caixa dentro do armário. Ali continham alguns objetos pessoais dele escondido aos olhos.

Escutei o barulho do chuveiro sendo ligado. Resolvi esperar, ela merecia seus últimos minutos de privacidade. Vi uma foto em sua cabeceira. Era uma foto dos dois. A foto tinha alguns anos, já estava meio desbotada.

Mas havia felicidade, eles seriam felizes...O que restaria para mim??

Sorri ao ver que ela era aparentemente uma garota normal como todas as outras, não havia nada de especial em seus traços!

Seus cabelos tinham uma leve ondulação seu tom chocolate caia pela altura do ombro. Seus olhos também castanhos não havia nada de sobrenatural. Seu corpo era magro e esguio, ela não era encorpada estava mais para uma classificação miúda. Seus traços eram de uma beleza simples. Tentei imaginá-la depois da transformação mas acho que ela não mudará muita coisa.

Sentei em sua cama para esperar. O cheiro de Patrick ainda era fresco entre as roupas de cama! Ela deve ter mantido os mesmos móveis após a mudança.

Sentir seu rastro ali me enjoou e milhões de imagens vieram em minha mente e em todas elas era uma prévia do que eles faziam ali. Respirar começou a me trazer dificuldade, Eu levantei irritada impedindo meu olfato de prosseguir com aquela tortura. Aquilo me abalou de uma maneira que nunca imaginei.

Keen- Lamentações Fúnebres Onde histórias criam vida. Descubra agora