[Sixty-six]

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Tal como era de prever, a fantástica tenente Jonhson não pegou leve connosco e claro que pude ver através do seu frio e oprimido olhar o ódio que nutria por mim, sinceramente já desisti de tentar perceber o porquê de tudo isto pois sei que qualquer que seja a minha teoria nunca irei chegar a nenhuma conclusão plausível.
Ao final do dia foi nos dada a oportunidade de passar 12H com as nossas famílias e apesar da minha restrição no que diz respeito ás saídas ao exterior, consegui de algum modo que o tenente Casey me liberasse, em contrapartida apenas podia desfrutar de 6H, o que me deixou no mínimo frustrada, mas a verdade é que não podia reclamar pois era preferível 6H passadas no exterior do que um dia inteiro aqui dentro.
Antes de sair precisava mais do que tudo de ver a Dawson por isso desloquei-me novamente à bendita ala médica e assim que a avistei na recepção a assinar algo, atirei-me para cima dela envolvendo-a nos meus braços.
"Desculpa, desculpa, desculpa!" Disse apenas inalando o seu típico cheiro a lavanda.
"Desculpa porquê? Não tiveste culpa de nada."
"Aí é que te enganas! Eu podia ter muito bem evitado toda aquela situação se tivesse intervido falando com o comandante sobre a tua condição."
"Acredita que isso seria a pior coisa que podias fazer, pois iria ficar extremamente insatisfeita. Eu precisava de tentar e perceber se de facto era capaz de ultrapassar o meu medo e além disso, tinha a equipa de nadadores logo ali ao lado." Disse ela encarando-me seriamente e eu só a pude abraçar.
"Eu fiquei tão preocupada, por favor não me pregues mais sustos destes!"
"Eu estou bem, não te preocupes!"
Após ter-lhe informado que havíamos sido dispensados ela sorriu de alegria pois imagino que tal como qualquer um de nós deve estar desejosa de ver a sua família.
"Portem-se bem crianças!" Dizia o Nathaniel entrando no autocarro assim que chegámos à paragem central.
"Desfrutem bem que daqui a 12H já terão que levar comigo." Disse a Karlene gargalhando e entrando no mesmo autocarro seguida da Amanda e do Kurt.
"Esta é a minha deixa, até depois!" Disse o Klaus deslocando-se para o carro que acabara de chegar.
"Bem, a minha boleia chegou! Juizinho vocês os dois!" Disse fuzilando o Jeffrey e a Dawson que iam passar estas 12H juntos e não pude evitar de sentir uma pontada de ciúme por saber que enquanto ambos desfrutavam um do outro, o Jake se encontrava a milhares de kilometros de mim e pensar naquilo deu-me um aperto.
Encaminhei-me até ao Range Rouver blindado onde o Taylor e mais uma equipa de seguranças se encontrava e não pude evitar de o abraçar e ele retribuiu com um grande sorriso.
"Também tinha saudades tuas." Disse ele abrindo-me a porta do carro e caso se estejam a perguntar, a minha relação com o Taylor mudou bastante no sentido em que atualmente nutrimos um puro sentimento amigável de carinho e afeto e sei que mesmo sem lhe dizer, ele tem noção de que eu e o Jake estamos a ter algo.
A verdade é que não consegui estar calada o resto da viagem a encher-lhe os ouvidos de experiências vivenciadas na base e a única coisa que ele conseguia fazer era gargalhar com a maioria das parvoíces que dizia.
"Malia Ann Obama!!!!!" Gritou o Chris mal saí do carro que fora estacionado no parque subterrâneo.
"Christopher James Dornan!!!!" Gritei dizendo o seu nome todo, uma private joke nossa.
Abracei-o fortemente e era estranho admitir mas até me tinha esquecido do quão bom era sentir os braços do meu melhor amigo ao meu redor.
"Como está a mais prestigiada fuzileira naval dos Estados Unidos?" Gargalhei e ele meteu o seu braço esquerdo à volta do meu pescoço enquanto nos dirigíamos ao elevador.
"Completamente arrasada depois do último treino." Disse revirando os olhos.
"O teu pai contou-me que ganhaste a tua primeira insígnia!!" E após ele tê-lo dito retirei logo o meu distintivo de soldado de primeira classe da mala, entendendo-o.
"Verdade seja dita, este distintivo poderia ser melhor a nível estético."
"Para ti nada é suficiente, até a forma como me visto críticas." Ele gargalhou.
"Mas tens que admitir que eu tenho um ótimo gosto no que toca roupa feminina, nunca disse que te vestias mal, apenas acho que optas muito pelo seguro e tentas sempre de alguma forma camuflar as tuas curvas, resumindo considero-te conservadora." Eu apenas me desmanchei a rir sem poder acreditar naquelas palavras.
"Eu sou conservadora desde quando? Lá por não usar vestidos que mais parecem tubos de 5 centímetros e não usar saltos de 20 metros não quer dizer seja conservadora."
"Só acho que podias estar mais à vontade com o belo corpo que tens e optar por uma coisa ou outra mais ousada."
"Desculpa se ousadia não combina comigo.."
"Quem perde és tu..." Revirei os olhos e assim que cheguei à ala oeste corri atropelando qualquer um até chegar à famosa sala oval e atirei-me literalmente aos braços do meu pai e pude sentir que derramou umas lagrimas assim que me alcançou.
"Oh minha pequena! Olha só para ti e para o quão em forma estás!" Sorri encarando-o.
"Tive tantas saudades pai!!!" Disse não conseguindo reprimir um grito.
"Como têm corrido as coisas? Sei que a nossa conversa ficou por terminar, mas..." Interrompi-o logo dizendo apenas:
"Pai, eu só tenho 6H para usufruir e prefiro não as desperdiçar a falar sobre isto, pode ser?" Ele concordou e como podem imaginar ficámos perdidos na conversa durante um longo tempo, até que a porta se abriu violentamente e de lá surgiu a Beh e mais uma vez, as minhas emoções vieram ao rubro.
"Ouvi dizer que uma menina que agora é soldado de primeira classe se encontrava na casa branca." Disse ela correndo a meu encontro e eu só pude abrir os meus braços.
"Que saudades que eu tinha de ti, Beh!!!" Ela sorriu e o meu pai interviu:
"Bem, estou a ver que vocês vão precisar de um bom tempinho para meter a fofoca em dia, por isso desloquem-se para o teu quarto e daqui a 2 horas eu chamo-vos para jantar-mos fora.
Concordámos e assim que rodei a maçaneta do meu quarto fui atingida por uma nostalgia que me arrepiou.
"Quem diria que ia sentir tantas saudades deste quarto." Disse entrando e reparando que cada canto estava exatamente da mesma forma como o deixei desde a última vez que cá estive.
"E quem diria que iria ter tantas saudades de te ter que acordar todas as manhãs." Ambas sentámos-nos na cama e ela disse logo sem demoras:
"Conta-me tudo!!!!"
"Bem, não sei por onde queres que comece..." Disse.
"Começa pelo mais importante!"
"Primeiro que tudo, preciso de te dizer que já não sou virgem." E dito isto, os seus olhos dilataram de uma forma que por momentos pensei que fosse ter um ataque cardíaco.

Ps: sem revisão

A Filha do PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora