[Seventy-one]

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Quatro membros da minha equipa já tinham sido abatidos enquanto que nós apenas tínhamos deitado a baixo três da equipa adversária, olhei para o relógio e tinham passado exatamente 50 minutos desde que partimos do acampamento.
Neste momento encontrávamos-nos à entrada de um prédio abandonado e o nosso objetivo era subir até ao terraço onde se encontravam os restantes terroristas com o refém.
A verdade é que a subida até ao cimo não foi tão simples, pois pelo caminho fomos encontrando uns quantos que acabaram por abater mais dois da minha equipa e devo dizer que por momentos senti que tinha fracassado na missão e a minha vontade era desistir mas o Charlie, o único membro que tinha restado comigo deu-me força e as suas palavras motivaram-me a continuar.
Como éramos apenas dois foi mais fácil sermos sorrateiros e rápidos no contra-ataque e assim que chegámos ao terraço foi bastante mais fácil dar conta de apenas um terrorista que guardava o refém.
Mal chegámos ao acampamento eu tremia só de pensar que poderíamos ter sido a última equipa a finalizar, mas rapidamente fui informada pela Mestre Sargento de Armas que tínhamos sido a quarta equipa a chegar e foi naquele momento que me apercebi que as únicas equipas que ainda não tinham finalizado eram a do Nathan e da Sophie.
Sentia-me inquieta e nervosa pois sabia que na equipa liderada pelo Nathan se encontrava a Dawson e apesar de estar consciente da ótima capacidade que o Nathan tem enquanto líder, temia que não fosse o suficiente pois num campo de guerra tudo aquilo que parece dentro do controlo, torna-se imprevisível.
"Parabéns, aqui tens o emblema de quarto lugar!" Informou o Sargento-Mor entregando-me um dourado emblema com a estampa do número 4.
"Malia!!! Conseguiste!" Gritou a Karlene eufórica e eu não pude evitar de esboçar um sorriso mal a vi.
"Bem na verdade não conseguiria se não fosse pelo Charlie!" Ele olhou para mim com um grande sorriso e disse:
"Tu foste sem dúvida um fator importante eu apenas segui as tuas ordens."
"Não sejas modesto, devo-te imenso!" Ele sorriu novamente e voltou para perto dos seus amigos.
"Huhum..."
"O que foi?" Perguntei olhando incrédula para a Karlene que se encontrava com um olhar suspeito.
"Não conseguiria se não fosse pelo Charlie? E que sorrisinhos foram aqueles que ele te lançou?"
"Karlene!! Eu apenas estava a ser cordial, ele de facto foi um elemento decisivo para nos levar à vitória..."
"Ele é giro, reparaste?" A minha vontade era dizer-lhe que na verdade estava comprometida com o Jake que por acaso era nosso comandante, mas controlei-me e apenas decidi ignorar porque quanto mais importância der, pior será e maiores serão as suas especulações.
"Eu vou tirar este peso de cima, vens?" Perguntei.
"Porque é que sinto que te desvias-te do assunto Malia Obama?"
"Porque o que estavas a insinuar não tem pés nem cabeça."
"Eu não insinuei nada, apenas te perguntei se tinhas reparado no quão giro ele era e caso não te tenhas apercebido ele sorriu para ti e não foi um sorriso qualquer!"
"Ele é giro sim e daí? Eu tenho que estar obrigatoriamente interessada por causa disso? Agradecia que não criasses coisas onde elas não existem!" Passado um tempo reparei que fui bastante rude naquilo que lhe disse, pois acabei por levar aquilo como uma ofensa, mas na verdade não a podia culpar visto que não tinha conhecimento da minha situação amorosa atual.
"Desculpa, fui rude."
"Não, eu é que sou muito fantasista."
"Eu normalmente lido melhor com este tipo de coisas, mas estou mesmo cansada desta noite e acabei por refletir isso." Disse disfarçando, mas em parte acabava por ser verdade.
"Sem problemas, eu entendo perfeitamente, este desafio foi de longe o mais complicado até hoje." Concordei e voltei para os vestiários retirando aquele peso de cima e podendo finalmente respirar.
A minha vontade era ir tomar um longo banho e atirar-me para a minha cama, mas estava nervosa demais pela Dawson.
Meia hora mais tarde avistámos de longe dois homens que traziam um refém atrás, mas por momentos fiquei sem saber a que equipa pertenciam, mas quando o Sargento informou em alto e bom som que a equipa do Nathan estava a salvo suspirei profundamente e passado um tempo os restantes membros abatidos da equipa apareceram e eu corri de encontro à Dawson abraçando-a.
"Conseguiste!" Afirmei entusiasmada.
"Bem na verdade fui logo a primeira a ser abtida, se não fosse pela minha equipa nao se estaria nesta posição."
"É por isso que se chama trabalho de equipa." Ela sorriu e quando finalmente chegou a equipa da Sophie foram logo informados que tinham sido última equipa a completar o desafio.
Assim que olhei para expressão da Sophie, consegui sentir a sua desilusão e raiva, portanto fui incapaz de não deixar de ir falar com ela.
"Lamento imenso, daquilo que pude observar nestes últimos meses, tu és uma soldado nata, por isso não desistas! Sempre podes tentar outra vertente das forças armadas." Ela olhou surpreendida para mim e reparei nas suas lágrimas que demonstravam exatamente a vontade que ela tinha de lá permanecer.
"Obrigada a sério, mas sinto-me desmotivada depois disto. Investi três meses em vão numa coisa que não me reserva um futuro." Apenas a abracei e mais tarde fomos obrigados a despedimo-nos dos 8 eliminados e devo dizer que este sem dúvida foi o momento mais difícil de presenciar até agora.
Entretanto fomos levados até à central, onde diante de nós se encontrava o general Walter e para minha grande surpresa o Jake que se encontrava fardado e era quase como se estivesse completamente bem e sem um arranhão.
"Antes demais boa noite a todos e parabéns por terem chegado até aqui!" Disse ele no seu tipico modo de comandante.
"Como sabem fui recentemente submetido a uma cirurgia devido a complicações durante a missão no Afeganistão e como devem calcular não voltarei tão cedo ao cargo, porém como qualquer comandante senti necessidade de estar presente diante de vós nesta noite tão especial."
"Bem como já é do conhecimento geral, as forças armadas americanas são compostas por cinco ramos, que dizem respeito ao Exército, Marinha, Corpo de Fuzileiros Navais, Força Aérea e Guarda Costeira.
Todos os ramos trabalham juntos durante as operações e missões conjuntas, sob os Comandos Combatentes Unificados, porém quando uma emergência se desenvolve o Corpo de Fuzileiros Navais essencialmente atua como um primeiro recurso, indo e amenizando uma área problemática até que outros ramos das forças armadas americanas possam ser mobilizadas." Continuou ele.
"Uma vez que vocês se encontram no ramo de fuzileiros navais, as missões destinadas a esta vertente abrangem três amplas categorias. A principal inclui a tomada e defesa de bases navais avançadas e a condução das operações em terra.
Além disso, os fuzileiros navais são também solicitados a fornecer destacamentos de segurança para os principais navios de combate da marinha e para as embaixadas americanas.
Fuzileiros navais também protegem a Casa Branca, sendo que o helicóptero do Presidente americano é o Marine One, parte da frota de helicópteros da Base Quântico do Corpo de Fuzileiros Navais. Portanto como podem ver o trabalho de um fuzileiro não é pêra doce." Disse ele, mais tarde foi entregue aos restantes o emblema de primeira classe e finalmente pude tomar um banho descansada.
"Depois desta noite eu só quero a minha cama!!!" Disse a Karlene enquanto passava uma loção corporal nas suas pernas.
"É exatamente para lá que vou depois de secar este cabelo." Disse a Dawson.
"E diz-me lá qual é a sensação de ser uma soldado de primeira classe!" Disse eu dirigindo-me à Dawson.
"Neste momento sinceramente não parece fazer diferença nenhuma." Respondeu ela.
"Espera até o tenente Casey te meter dentro de um navio a ler e a decorar normas e regulamentos internos." Interviu a Karlene e eu não pude evitar de rir ao relembrar aquele dia em que tivemos os seis dentro daquela sala sufocante.
"Bem, eu vou ver se como qualquer coisa, vêm?" Perguntei.
"Eu hoje não como mais nada." Respondeu a Karlene e logo a seguir a Dawson disse:
"Neste momento só quero dormir." Concordei e apenas saí dos balneários.
Deduzi que o Jake se encontrava no seu escritório, portanto foi mesmo para lá que me encaminhei e como já podia prever a sua secretária barrou-me à entrada.
"Eu preciso de falar com o comandante sobre um assunto sério." Repliquei mais uma vez.
"Susan podes deixá-la passar, não tem problema..." Disse o Jake surpreendendo-me com a sua rapidez ao abrir a porta do escritório.
"Que eficiência sr. Ballard." Disse após ele trancar a porta e sentando-me no sofá de centro.
"Bastou ouvir a tua estérica voz..." Respondeu ele sentando-se na outra extremidade do sofá e eu automaticamente deitei-me pondo as minhas pernas no seu colo.
"Devo dizer que odeio esta tua secretária." Disse começando folhear a primeira revista que encontrei.
"Ela apenas está a cumprir ordens."
"Já agora, não devias estar de repouso?"
"Como anteriormente referi, era estritamente necessário a minha presença."
"Como te sentes?"
"Quantas vezes tenho que repetir que estou bem?" Perguntou ele vagueando com os seus dedos pelas minhas pernas que se encontravam expostas, uma vez que me encontrava de calções.
"Eu sei o que estás a fazer..." Disse apenas tentando manter o foco na revista.
"Deduzo que não tenhas vindo ao meu escritório apenas para ler uma revista..." Respondeu ele com um sorriso de canto e quando dei por mim, ele já tinha chegado à minha coxa e por mais que quisesse retirar a sua mão de lá, o meu corpo continuava imóvel.
"Jake..." Disse ameaçadora, mas sinto que a minha voz soou a tudo menos isso pois naquele momento senti o calor da sua mão no interior da minha coxa direita e fui obrigada a retirar violentamente as minhas pernas do seu colo pois sabia exatamente como isto iria acabar.
Porém ao sair daquela posição, fui puxada por ele e de uma forma que nem eu mesma sei explicar, já me encontrava sentada de frente com uma perna de cada lado da sua cintura e agora mais do que nunca era impossível ganhar forças para sair.
"Tenho saudades tuas..." Sussurrou ele mordendo o lóbulo da minha orelha e eu estremeci.
"Eu vou-te magoar..." Respondi de olhos fechados.
"Não vais..." Devo admitir que aquele tom de voz que ele usava nestas situações cortava-me a respiração e punha-me completamente louca.

A Filha do PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora