Ele posou-me no chão delicadamente enquanto segurava firmemente com a mão esquerda a minha bochecha.
"Porque fazes estas coisas?" Perguntei encarando-o enquanto recuperava o meu fôlego.
"Tu tornas tudo mais complicado.." Disse ele não desviando o olhar.
"Agora a culpa é minha?" Disse quase numa gargalhada.
"Tiras-me o foco no local de trabalho..."
"Tiro?"
"Malia, por favor..." Gargalhei.
"Eu quero odiar-te tanto, tu não tens o direito se fazer este tipo de coisas como se tivesse tudo bem entre nós!" Ele começou-se a rir logo a seguir e disse:
"Eu sei e peço-te desculpa por tudo, tive os meus motivos..."
"Os teus pedidos de desculpa já perderam o significado para mim, porque pedes desculpa mas acabas sempre por voltar a fazer o mesmo vezes sem conta..." Ele suspirou.
"Tu não entendes o quanto eu te quero, mas o teu lugar não é comigo!"
"Sempre a mesma história já enjoa e se tanto achas que o meu lugar não é contigo, porque continuas com o mesmo jogo de sempre?!" Disse quase num grito.
"Porque eu não consigo ter que lidar contigo diariamente sem te poder tocar!" Disse ele finalmente, suspirando em seguida e eu fiquei estática sem conseguir dizer uma palavra.
"Devias voltar para a tua cabine, já é tarde..." Disse ele largando-me e caminhando até à saída, saindo em seguida e deixando-me no vazio na sala.
"Onde te meteste? Procurei-te por tudo quanto é lado, só faltou mandar um alerta de soldado desaparecido ao comandante!" Reclamava a Dawson assim que meti os pés na cabine, mal sabendo que eu havia estado com o comandante momentos antes.
"Precisei de um tempinho para mim.." Disse apenas atirando-me para a cama sem ao menos trocar de roupa.
"Da proxima que decidires desaparecer avisa, sim?"
"Sim maezinha!" Respondi virando-me para a parede.
Naquela noite demorei mais do que o normal a adormecer com ele preso na minha cabeça, a verdade é que o queria, mas não o queria ao mesmo tempo...*****
"Chamas a isso pequeno-almoço?" Perguntava ela na manhã seguinte enquanto acabava o meu chá.
"Não estou com estômago para grandes pequenos-almoços.."
"Malia da ultima vez isto não acabou bem, ao menos come uma peça de fruta." Revirei os olhos e peguei numa maçã.
"Hoje irão continuar o treino de tiro, a diferença é que ao final do dia será afixado um quadro com as melhores e as piores qualificações!!" Soava a ríspida voz daquela tenente oxigenada enquanto nos encontrávamos no campo de tiro exterior.
"Quadro de qualificações?" Perguntou uma voz feminina destemida o suficiente para abrir a boca.
"Como é que te chamas?!" Perguntou a tenente Jonhson fuzilando-a com o seu olhar sufocante.
"Katherine Fairchild." Disse ela sem pestanejar e para ser sincera invejei a sua firmeza perante a tenente mais temida aqui da base militar.
"Bem Katherine, andas com algum problema de audição?!"
"Não que eu saiba... Apenas lhe fiz uma pergunta, qual é o seu problema em responder?" Disse ela quase cuspindo as palavras e automaticamente todos olharam para ela com uma cara de "és uma mulher morta"
"100 abdominais, 200 flexões, 1 hora de fartlek e 2 semanas a limpar as instalações!" Disse a tenente apenas e a Kat apenas se riu dizendo em seguida:
"Com todo o prazer." E dito isto só tivemos tempo de ver a mão da tenente a voar para a face da Katherine e arregalámos os olhos assustados com o sucedido.
"Arruma as tuas coisas e mete-te fora daqui!" Gritou ela e a Katherine sumiu dali num ápice.
"Mais alguém quer acompanhar a vossa excelentíssima colega?" Perguntou ela num tom controlado porém ameaçador.
O dia foi praticamente passado no campo de tiro em baixo de aproximadamente 37° graus, o que foi deveras desgastante.
Mais tarde a tabela foi afixada e de 67 recrutas fiquei em 65° lugar com apenas 12 pontos no total o que me deixou completamente frustrada e revoltada.
"No final desta semana quem se encontrar abaixo da linha vermelha irá direitinho para casa!" Disse a tenente apanhando-nos a todos de surpresa mas principalmente a mim e aos outros 9 restantes que se encontravam abaixo da linha vermelha.
A minha situação não era das melhores e eu tinha a certeza absoluta que no final desta semana iria continuar abaixo da linha e a minha vontade era espancar alguém.
Após ter-mos sido suspensos do treino, fui tomar um longo banho e a minha vontade era estar sozinha e completamente desligada deste mundo, por isso vesti uns calções de treino e uma sweat pois a noite já estava a esfriar e saí para correr durante um tempo indefinido.
Já se havia passado 1 hora e encontrava-me completamente ofegante por isso parei e encostei-me numa árvore e enquanto recuperava o fôlego senti que alguém me encarava, por isso virei-me de repente deparando-me com o Jake.
"Mas agora persegues-me por tudo quanto é lado?" Atirei revirando os olhos.
"Para tua estava a chegar de uma reunião de conselho e este é o caminho que eu sempre faço..."
"Olha que coincidência..." Disse desviando o olhar.
"E tu, o que fazes aqui no meio do mato a estas horas? Já jantaste?"
"Qualquer dia só falta eu começar a chamar-te pai." Disse revirando os olhos.
"Tu és quase como uma filha..."
"Isso quer dizer que se tivesses uma filha, beija-la-ias da mesma forma que me beijas?" Ele apenas gargalhou.
"Tu és tão parva.."
"Tu dizes coisas tão descabidas, que chegas a ser ridículo." Disse começando a alongar os músculos, pois se há coisa que aprendi durante o tempo que aqui estive, é que se não alongar após uma sessão de corrida, no dia seguinte não conseguirei mexer um músculo sequer.
"Podes por favor parar de olhar para mim, gostaria de alongar descansada."
"Deves ser louca se por algum momento pensaste que te iria deixar aqui no meio do nada sozinha a estas horas..." Revirei novamente os olhos tentando ao máximo ignorar a sua desconcentrante presença.
"Reviras-me mais uma vez os olhos e nem sabes o que te faço!" Disse ele e desta vez adquirindo o seu papel de comandante mal humorado.
"É suposto eu ficar intimidada com essa ameaça falhada?" Disse continuando a esticar as pernas.
"É suposto respeitares-me." Corrigiu ele e eu só pude gargalhar.
"Tens noção do quão ridículo estás a soar?"
"Malia..." Começou ele mas eu rapidamente interrompi-o.
"Malia nada! Beijas-me quando bem te apetece e depois ainda me exiges respeito?" Ele suspirou frustrado e quando reparei ele já havia envolvido os meus dois pulsos com ambas as mãos.
"Larga-me!" Disse exaltada.
"É mesmo isso que queres?" Disse ele sussurrando-me no ouvido, o que me arrepiou instantaneamente.
"Sim!" Disse na minha tentativa falhada de soar convincente.
"Não é isso que o teu corpo me diz.."
"Aquilo que o corpo demonstra, não significa ser o que a mente deseja." Disse encarando-o.
"O ditado é mais 'O corpo expõe aquilo que a mente deseja'" Disse ele novamente num sussurro e por mais que me quisesse desenvencilhar das suas mãos, o meu corpo não o permitia.Ps: sem revisão
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A Filha do Presidente
Storie d'amoreJá pararam para pensar como deve ser a vida da filha do presidente dos Estados Unidos? Como é que é ter a vida exposta desde o momento em que vieram ao mundo? Ou mesmo como é que é possível compatibilizar a adolescência com o facto do teu pai ser o...