[Seventy-eight]

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Mensagem: 21:38
"Vem ter ao meu escritório dentro de 20min"

Olhei para o visor e automaticamente prendi a minha respiração e fiz uma lista mental dos motivos que o levariam a chamar-me a estas horas da noite ao seu escritório, excluindo logo a possibilidade de ele querer voltar atrás na sua decisão.
"Entre!" Soou ele assumindo aquela maldita postura monótona.
"Senta-te por favor!" Disse ele mais frio que o normal.
"Passa-se algo de errado?"
"Vais me ouvir até ao final sem interrupções se faz favor." E automaticamente um clima pesado instalou-se naquele escritório.
"Fui hoje avisado que o Rowan escapou da prisão onde estava há duas semanas, o que me leva a pensar que ele tinha conexões com alguém tanto do interior como do exterior, portanto neste momento ninguém sabe do seu paradeiro. Ele já pode estar em solo americano e devo dizer que se escondeu num sítio que nem o FBI será capaz de rastrear, por todos estes motivos, eu e o teu pai tivemos uma séria reunião e achámos por bem que interrompas a tua carreira militar pela tua segurança e bem estar."
"Interromper!? Desculpa, será que ouvi bem?! Quem é que vocês pensam que são para tomar decisões por mim como se fosse uma criança de 5 anos?!" Gritei não controlando o meu tom de voz.
"Malia nesta situação foi necessário tomarmos estas medidas por ti e peço-te que não dês luta."
"Sabes o que me enerva nisto tudo? É que sempre que algo de grave acontece vocês fazem questão de esconder de mim e só me contam quando tomam uma decisão a respeito da situação. Eu já disse e volto a repetir: Eu não sou uma criança, eu cresci caso não tenham reparado e agradecia que tivessem a mínima noção que consigo lidar com este tipo de situações!"
"Isto aconteceu muito rápido e eu não tive oportunidade de te informar antes."
"É que nem me venhas com essas desculpas de merda, ainda hoje à tarde passaste por mim!"
"Malia não tornes isto mais complicado do que já é!" Disse ele levantando-se e debruçando-se na mesa como sinal de exaustão.
"Eu acho que até nem me importaria de interromper a minha carreira caso vocês tivessem tido a decência de me informar, mas acredita que me deixaste chateada."
"Peço desculpas por isso, mas por favor faz o que eu te digo e não me obrigues a forçar-te." Revirei os olhos e e levantei-me indo em direção à porta.
Assim que rodei a maçaneta senti o seu corpo contra o meu e a sua mão a fechar a porta com brutidão, encurralando-me entre os seus tonificados braços.
"Pára!" Sussurrei e não recebi absolutamente resposta nenhuma, tudo o que senti foi a sua fraca respiração contra o meu pescoço, arrepiando-me instantaneamente.
"Eu preciso que voltes para casa, nunca me perdoaria se algo te acontecesse por minha causa." Disse ele num sussurro.
"É por isso que te vais assegurar que eu me mantenho viva." Disse virando-me e já não me lembro da última vez que o olhei nos olhos e encontrei aquele medo evidente.
"Malia, por favor." Era quase impossível negar-lhe o que quer que fosse quando ele metia aquela sua cara de dar pena.
"Eu não sei..." Disse e sem reparar os seus lábios já estavam no meus e não sei dizer se fui eu quem o puxou ou se foi ele que se aproximou, a única coisa que tinha a certeza é que nunca sentira tantas saudades daqueles lábios onde tantas vezes me perdi.
Ele subia as suas mãos pelas minhas laterais por baixo na t-shirt e não pude evitar de gemer quando as suas gélidas mãos entraram em contacto com o meu corpo.
O beijo que começou lento e delicado ás tantas tornou-se feroz e urgente, eu entretanto já tinha perdido completamente os sentidos e as minhas mãos passeavam pelo seu tronco que se encontrava totalmente exposto.
Num movimento hábil ele prendeu as minhas mãos em cima da minha cabeça e passou a sua língua pelo meu pescoço e gemi o seu nome.
Eu sabia que não devíamos avançar mais antes que perdêssemos o controlo da situação, mas também sabia que não teria forças para negar o seu toque hipnotizante.
De repente ele afastou-se de mim passando os dedos pelos seus lábios como se tal ato fosse manter a marca dos meus lábios nos seus e eu só pude olhar confusa, não evitando passar o meu olhar pelo seu abdominal que agora se encontrava totalmente sarado adquirindo a sua antiga forma esbelta e delineada.
Eu precisava dele, precisava do seu toque, de me perder no seu corpo o resto da noite e automaticamente repreendi-me mentalmente pelos pensamentos que me atacavam.
"Precisas de ter uma boa noite de sono, porque amanhã de manhã os seguranças do teu pai vêm-te buscar." Disse ele vestindo a sua camisa num movimento rápido, o que retirou a minha atenção daquele corpo e levou-me a foca-la por sua vez no seu rosto cansado.
"Como queiras." Foi tudo o que disse pois não me sentia capaz de continuar a lutar por causa desta estúpida situação.
Saí daquele sufocante escritório com o coração ainda aos pulos e pretendia distrair a minha mente dos acontecimentos passados nos últimos minutos, portanto dirigi-me ás piscinas interiores e não sei dizer ao certo lá fiquei mas de facto foi ótimo e relaxou-me de certa forma.
Não consegui pregar olho o resto da noite por isso apenas fiz as minhas malas e deixei um bilhete para a Dawson uma vez que ela provavelmente iria passar a noite com o Jeff.
Mandei uma mensagem ao meu pai a pedir que me viesse buscar mais cedo e enquanto esperava pelo carro que chegaria em aproximadamente 1H, dirigi-me ás traseiras do seu quarto e num movimento delicado e silencioso abri a porta e para minha surpresa ele ainda se encontrava acordado deitado na sua cama apenas de boxers a ler um artigo qualquer no jornal.
Ele olhou-me com surpresa e eu engoli em seco.
"Não devias estar aqui." Atirou ele mas eu ignorei saltando para o seu colo e prendendo-me nos seus lábios.
Desta vez não sei explicar como aconteceu mas de repente já me encontrava sem absolutamente peças de roupa nenhumas e ele encontrava-se posicionado sobre o meu corpo.
Ambos estávamos quietos apenas encarando um ao outro durante o que pareceu um dia e sem evitar derramei umas lágrimas.
"Shh, eu estou aqui." Disse ele entrando dentro de mim em seguida e eu gemi como nunca antes o tinha feito assustando-me inclusive com o barulho que emiti.
Assim que ambos atingimos o clímax, pus-me em cima do seu corpo nu descansando a minha cabeça no seu tronco enquanto ele traçava linhas imaginárias nas minhas costas como sempre fazia quando nos encontrávamos nesta posição.
"Promete-me que nada te vai acontecer e não hesites em ligar se estiveres em apuros." Disse olhando-o nos olhos.
"Fica descansada." Respondeu ele e eu sentia-me hipnotizada pelo seu sedutor perfume.
"E tu promete-me que vais cuidar de ti e não vais cometer nenhuma loucura como costumas fazer." Eu sorri e de seguida beijei o seu tronco e para ser sincera não me importava de passar aqui o resto da noite mas sabia que tinha que me vestir pois não tarda o Taylor já estaria aqui.
Levantei-me vestindo-me apressadamente e por fim dei-lhe um último beijo.
"Amo-te." Disse ele e eu sorri antes de fechar a porta.

A Filha do PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora