Pelas 22H fomos chamados à central, onde se encontrava nada mais, nada menos que a mestre Nicole com uma cara mais trancada daquilo que me lembro.
Como habitual, prestámos a continência e logo a seguir ela disse friamente:
"Soldados! Esta noite irão finalmente pôr em prática tudo aquilo que aprenderam durante estes últimos 7 meses e como tal, nada melhor que uma simulação final num campo de batalha." Arregalei os olhos pois não me encontrava quer fisicamente, quer psicologicamente preparada para uma prova desta dimensão.
"Há uma equipa de terroristas profissionais no interior do campo que estão a manter 15 reféns algemados enquanto mantém o perímetro vigiado e o vosso objetivo é abate-los um a um até ás 23:15. Caso não concluam a missão até a essa hora, amanhã irão a uma prova eliminatória onde de 30 apenas sairão 25 soldados aprovados, por isso se querem assegurar a vossa posição aconselho-vos a trabalhar em equipa até ao fim.". * ☆ '' * . + . ' ✰ . . ✮ . *
[1 hora mais tarde]Tudo aquilo que mais temíamos tornou-se realidade e o mais frustrante nesta situação toda é que nos faltava apenas abater dois terroristas para alcançarmos a vitória, mas o tempo claramente não esteve do nosso lado.
Após ouvir-mos um sermão de quase 2 horas por parte da mestre Nicole, cada um foi para o seu canto pois como devem imaginar ninguém estava com disposição para conversas.
Enquanto me encaminhava para os balneários, ouvi atrás de mim alguém a dirigir-se a outra pessoa:
"Se a Malia não estiver entre os 5 eliminados amanhã, eu vou processar esta base por tratamento privilegiado." A voz dela era-me estranha, mas um coisa era certa, ela fez de tudo para que eu ouvisse palavra por palavra em alto e bom som.
"Mas é claro que ela não vai ser eliminada. Pelo que eu ouvi, o comandante é um amigo de longa data do presidente, portanto é óbvio que deve haver um contrato entre ambos." Desta vez era uma segunda voz e eu juro que tentei, mas não me consegui conter.
"Desculpem interromper, mas se querem falar sobre mim ao menos tenham a decência de me falar na cara!" Atirei secamente.
"A princesinha afinal tem garras ou é só impressão minha?" Disse a ruiva, a tal que iniciou a conversa.
"Malia, tu bem sabes que aqui dentro estás num pedestal em que ninguém te pode tocar." Disse a morena olhando-me com arrogância.
"Ao contrário do que pensam, eu tive exatamente as mesmas oportunidades, escolhas e tentativas que vocês ao longo desta jornada, por isso não falem do que não sabem." Ambas soltaram um riso carregado de sarcasmo.
"Tu por acaso sabes quantas vezes concorri para entrar aqui?! 5 vezes! Por isso nao me venhas com merdas de igualdade porque tu apenas tentaste uma vez e foste logo aceite. Depois disso infringiste não sei quantas leis, mas nem isso foi o suficiente para te expulsarem e como se não bastasse, desapareceste e ao fim de um mês voltas como se nada se passasse!" A minha vontade de puxar aqueles cabelos ruivos era imensa, porque na verdade ela não fazia ideia da quantidade de merdas que já passei e o quanto lutei para estar onde estou hoje, longe da casa branca.
"Primeiro que tudo, não te dirijas a mim como se me conhecesses, porque tu não tens sequer a minima noção daquilo que sofri e abdiquei. Segundo, tal como qualquer outro soldado, sempre fui penalizada pelas minhas ações, terceiro, aprende a fechar a boca e a não falares do que não sabes e quarto, se sabes que és boa naquilo que fazes, não percebo o porquê de te sentires tão ameaçada." Elas apenas me encararam como se não acreditassem nas palavras que acabara de proferir.
"Muito boa noite ás duas." Disse apenas o mais friamente que pude e virei costas, saindo daquele corredor.
Depois do banho, vesti umas leggings e um casaco quentinho e dirigi-me lá para fora, pois precisava de refletir e tirar a minha mente do ambiente pesado que pairava sob a base...
Andei durante ao que pareceram horas e sem reparar, já avistava aquela casa ao longe. Sim, a mesma em que tive o melhor jantar da minha vida, a mesma em que ele se abriu inteiramente comigo, a mesma em que perdi a minha virgindade e a mesma em que proferi o seu nome vezes sem conta após atingir um orgasmo...
As memórias que este simples espaço irradiava eram tão dolorosas, que o meu estômago se contorceu num nó tão apertado, que era capaz de vomitar aqui mesmo.
Eu sabia que não devia, mas ao aproximar-me da mesma, reparei que as luzes estavam acesas e congelei quando avistei a sua figura, enquanto ele escrevia algo no seu seu portátil e não pude evitar de suster a respiração.
O meu subconsciente alertava-me para me afastar e voltar para onde acabara de vir, mas a vontade de o continuar a contemplar era transcendente e sem conseguir evitar, aproximei-me da janela.
No mesmo segundo, os seus olhos encontraram os meus, como se a minha presença tivesse irradiado um choque elétrico por todo o seu corpo.
Ficámos uns breves segundos a olhar um para o outro e sem grandes demoras, ele levantou-se, abrindo a porta em seguida.
"Malia?" Perguntou ele num tom de surpresa ou de alívio. Para ser honesta, não conseguia distinguir qual das duas.
Demorei algum tempo a pensar numa boa justificação para o facto de parecer uma psicopata a observa-lo pela sua janela, mas rapidamente disse:
"Estava de passagem, mas não esperava encontrar-te por aqui."
"Está um gelo aqui fora, entra." Disse ele simplesmente, afastando-se em seguida, como sinal para que eu entrasse.
Ainda que a minha mente continuasse a gritar para que eu não o fizesse, mais uma vez o meu corpo foi incapaz de obedecer e o mais provável era eu acabar por me arrepender por entrar na toca do lobo, mas neste momento tudo o que havia de racional em mim, desvaneceu como névoa...╭──────────── ༚༌༄༉
Olá minhas lindas!
Não sei se leram o meu aviso, que
publiquei a 26 de setembro no meu
perfil, mas basicamente, tirei um
tempo para finalizar esta história
e dar-lhe o seu devido desfecho.
A ideia inicial era publicar tudo de
uma vez, porém achei por bem
publicar um capítulo diariamente até
ao final do ano.
Mais uma vez, desculpem e espero
que gostem!
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A Filha do Presidente
RomanceJá pararam para pensar como deve ser a vida da filha do presidente dos Estados Unidos? Como é que é ter a vida exposta desde o momento em que vieram ao mundo? Ou mesmo como é que é possível compatibilizar a adolescência com o facto do teu pai ser o...