~ Capítulo 01 ~

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Era manhã e as ruas de Londres estavam vazias por conta do feriado prolongado naquela semana. As pessoas, que outrora passeavam pelas ruas de um belo condomínio, dando "bom dia, boa tarde ou Boa noite" a todos que ali passavam, não estavam ali pois quase todos haviam viajado com suas famílias.
As ruas estariam completamente vazias se naquele mesmo condomínio não houvesse um jovem medibruxo,  que não tinha uma família para viajar e curtir qualquer que fosso o feriado, mais especificamente a familia que ele tinha, terminou quando seu pai recebeu o Beijo de um dementador e sua mãe passou a viver em negação, sem aceitar o ocorrido com o marido, com a irmã e com cada pessoa que ela amava e havia perdido naquela maldita guerra, sozinha na mansão que um dia guardou boas lembranças, mas que agora era apenas um lugar tenebroso e horripilante que em suas paredes carregava mortes, torturas e trevas. Draco balança sua cabeça tentando em vão, expulsar de sua mente aqueles pensamentos e acelera os seus passos até a passagem secreta para o ministério, onde iria resolver alguns problemas e depois seu destino seria St. Mungus pois uma coruja logo cedo bateu em sua janela, levando uma carta que explicava um grave atentado que deixou uma jovem gravemente ferida e desacordada e nem uma poção a fazia reagir, sendo assim, precisariam da ajuda dele. Embora aquele não fosse o seu dia de trabalho, preferia ir e ocupar sua mente, que ficar em sua casa sozinho, assistindo pela janela aquele condomínio vazio e lembrando ainda mais de como sua vida poderia ter sido perfeita se Voldemort nunca tivesse retornado ou se seu pai não fosse tão mente fraca.

Estava frio, o que fazia as ruas ficarem ainda mais desertas. Sem se preocupar em ser visto, foi até um "banheiro público" que havia ali e entrando em um dos vasos sanitários, deu descarga e de repente saiu por um local que dava no ministério

'Eles poderiam ter inventado um transporte menos nojento' pensou com certa raiva e nojo de sempre passar por ali. Foi em direção a uma mesinha, onde havia uma senhora com cara de poucos amigos e respirou fundo. Sabia que não poderia destratar ninguém ali, pois apesar de não ter ido para Azkaban, tinha sofrido uma pena de fazer trabalhos comunitários e se saísse da linha pelo menos um pouco, iria para a pior prisão de todas.

- Bom dia senhora Collins. Sou Draco Malfoy e vim assinar a papelada para o último serviço comunitário que devo cumprir - disse ele aliviado por lembrar que após 5 anos de serviços, esse seria finalmente o último

- Eu sei quem você é garoto. Aguarde aí - disse a mulher quase rosnando para ele, logo depois levantou e saiu sem dar explicações.

'Okay, eu realmente deveria estar acostumado com isso' pensou. Toda semana aquela mulher o tratava da mesma forma em 5 anos e ela não era a única. Agora ele sentia na pele o que era preconceito e o quão terrível era. Respirou pesaroso com a demora da mulher e logo observou o jornal que estava aberto em sua mesa e embora não quisesse mexer nas coisas alheias, uma matéria chamava muito a sua atenção, fazendo com que ele pegasse o Jornal e começasse a ler.

Rebeldes atacam ao vilarejo de Hogsmead deixando vários bruxos  feridos e uma jovem inconsciente

Nessa segunda feira, vários rebeldes que se diziam filhos e parentes de Comensais atacaram o pequeno vilarejo de Hogsmead como forma de retaliação ao ministro, que condenou cada comensal ao beijo dos dementadores a cinco anos atrás. O motivo dessa manifestação ter sido tanto tempo depois da condenação continua sem explicações.
Uma senhora que estava passeando pelo vilarejo afirma que o único motivo de não terem matado a todos no local, foi uma bela jovem que todos conhecemos bem: a senhorita Hermione Jean Granger, que conseguiu deter o pequeno grupo, mas que antes de dete-los, foi torturada pela maldição Cruciatus.
Os criminosos foram levados a Azkaban e não temos notícia da senhorita Granger.

Draco engoliu em seco. Nunca havia sido amigo de Hermione em sua vida, mas sabia o que era sentir a dor da maldição imperdoável Cruciatus pois seu pai já havia usado nele e um pequeno segundo o fez quase morrer de dor. Deixou o jornal em seu devido lugar mesmo sem terminar de ler a matéria assim que observou aquele ser de pernas curtas e rancinza vindo em sua direção

- Assine esses papéis e assim que fizer o serviço dessa semana volte aqui para assinar o decreto de liberdade oficial - disse a senhora Collins como sempre sem sorrir.

Assim que Draco assinou os papéis, desaparatou em St. Mungus e pôde perceber a loucura daquele lugar, que nunca estivera tão cheio desde que começou a trabalhar ali, o que já tinha meses inclusive. Isso o fez lembrar como foi difícil voltar a Hogwarts e ser temido e odiado por todos, mas a sua sorte foi que o ano passou rápido e logo ele ingressou no seu curso de medicina bruxa e entre as matérias e os serviços comunitários, conseguiu terminar a sua faculdade e graças a ajuda de uma amiga de sua mãe, conseguiu um emprego no St. Mungus.

Fez um esforço enorme ao passar pelas pessoas presentes ali e jurava que eram todos do ministério da magia. Conseguiu chegar até o corredor que dava no consultório e avistou as duas únicas pessoas que ele não queria ver naquele momento, mas apesar de tudo, a ética profissional falava mais alto, o fazendo cumprimentar os dois aurores ali presentes

- Bom dia Potter, Weasley - disse sério

- Dia - responderam os dois não tão contentes.

Apesar de curioso por não ter recebido o olhar de ódio que sempre era direcionado a ele quando encontrava os dois nos ministério, continuou andando até seu consultório.

Entrou ali e observou os papéis atirados na mesa:

'Senhora Forbes sempre eficiente' pensou, lembrando de sua auxiliar. Uma senhora Alegre e sorridente, que era uma das únicas ali a realmente respeitar ele, porque as pessoas respeitavam seu cargo e a sua dedicação, mas fora dali elas sempre tinham um comentário a fazer sobre ele, que mais uma vez balançava a cabeça tentando afastar os pensamentos. Como ele odiava ser discriminado por um erro do passado! Antes que começasse mais uma crise existencial, pegou os papéis com dados da paciente que havia dado entrada no dia anterior e começou a ler sua ficha

Graves ferimentos devido a ser atingida por uma maldição imperdoável

》 Desacordada a mais de 18h

》 Sem reação a poções

》 pequenas oscilações na pressão

Ainda lendo a ficha, mais uma vez Draco engoliu em seco.

'Como não pensei nisso antes'

A paciente que havia dado entrada no hospital era nada mais, nada menos que Hermione Granger. Por isso haviam tantas pessoas do ministério da magia e por isso Harry e Ronald estavam ali, cabisbaixos

'Sempre tão amada por todos' pensou com uma ponta de inveja. Mesmo tendo humilhado Hermione por anos, ele sabia que ela era venerada pelos amigos e passou a ser por todos depois da Guerra e de começar a trabalhar no ministério da Magia. Seu coração apertou ao lembrar que teria que cuidar dela pois, apesar de ela não ter culpa de nada, ela tinha exatamente o que ele queria ter: amigos, amor, carinho...
Saiu de seu consultório,  voltando a lembrar que ali ele era o Doutor Malfoy e não simplesmente o Draco Malfoy e foi até a sala em que Hermione estava.
Assim qe chegou ao seu destino uma onda estranha percorreu por seu corpo ao ver aquela linda mulher deitada, imóvel a sua frente, tão vulnerável e completamente machucada. Seus lábios estavam cortados e o contorno de um dos seus olhos estava roxo e mesmo assim, era linda. Ele lembrou de tamanha beleza que ela já possuía nos tempos de escola, mas após 4 anos sem vê-la, ela estava ainda mais bela

A examinou tentando esquecer as diferenças e tudo o que já havia acontecido de ruim entre eles e anotou tudo em seu caderno. Virou as costas e foi em direção a porta, mas ele ouviu um gemido,  que o fez virar e encarar os olhos da Castanha que pareciam ter sido abertos com dificuldade

- M.. Malf...

A morena se esforçou para falar em vão e acabou desmaiando novamente, deixando um Draco Malfoy totalmente aflito com o fato da moça não ter recobrado os sentidos totalmente.

I Will Always Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora