Sua voz estava presa e suas mãos suadas. Ainda não tinha pronunciado nenhuma palavra sequer, mas sabia que se tentasse iria falhar. Não sabia nem mesmo o que sentir na frente daquele homem que outrora era o seu pequeno, tão amado. Levantou-se com dificuldade por conta do nervosismo e deu uns passos à frente
- D-Draco? M-Meu filho? - disse já sentindo a emoção tomar conta de sí.
- Sim mãe, sou eu - respondeu com igual emoção.
Sem esperar mais um segundo, um correu em direção ao outro, até que finalmente se encontraram em um abraço doce e cheio de saudade, amor e carinho. Naquele momento nada mais importava e Narcisa abraçava seu filho como se a qualquer momento o mundo fosse acabar, tamanha era a sua saudade. Draco retribuía da mesma forma, até que carregou sua mãe pela cintura e a girou sem parar em meio aos sorrisos e lágrimas que ela soltava simultaneamente, lembrando de quando ela fazia isso com ele, vendo que realmente seu filho havia crescido. Alguns segundos passam até que se soltam e sentam-se no sofá grande que há naquele local.
- Ah, meu filho, eu só posso estar sonhando. Você não sabe a dor que senti e o vazio que você deixou. - disse acariciando o rosto de Draco - saiu daqui de casa um jovem e hoje você já está um homem lindo. Quanto eu perdi de você, meu amor? - perguntou retornando o choro.
Draco segurou as mãos de sua mãe e depositou um beijo carinhoso e delicado em cada uma delas.
- Precisamos conversar sobre tanto, mãe. Como foi que nos perdemos? Por que foi que nos perdemos? - perguntou sincero.
- Eu não sei, Draco. Grande parte disso é culpa minha, sabe?! Era difícil demais acreditar que eu desperdicei uma vida inteira ao lado de uma pessoa louca, obsessiva por poder, dinheiro e sangue. Então eu preferi me apegar à imagem de seu pai como o homem que me deu o meu bem mais precioso; o meu filho. A partir desse momento, comecei a tratá-lo com adoração, devoção. Tudo era pra ele e por ele, desde o modo como eu me vestia, sempre de preto porque era a cor que ele mais gostava, até as comidas que eu comia. Passei a ser submissa, acatar todas as ordens dele e quando eu o contrariava em algo, mesmo que pequeno, eu sofria as consequências de meus atos e foi aí que Bella entrou na história. Éramos irmãs, mas nem tão apegadas assim, só que na primeira Guerra Bruxa, quando você tinha acabado de nascer, muitos comensais ficaram hospedados em nossa casa juntamente com o Lord das Trevas. Sempre estavam fazendo algazarra e barulhos e você era só um bebê e ficava nervoso, chorava. Eu sempre pedia para que os convidados falassem, rissem e tramassem as coisas sem fazer barulho e por isso, Lucius sempre me batia. Até que sua tia começou a perceber os hematomas e disse a Lucius que ela o mataria com as próprias mãos se mais uma vez eu aparecesse com qualquer hematoma que fosse. Seu pai quis denunciar a ameaça ao Lord, mas ele disse que ele mesmo tinha vontade de matar Lucius com as mãos e por muito menos. Foi a partir desse momento que minha adoração voltou-se para a Bella. Imagina você meu filho, como se sentiria se dedicasse a sua vida toda a outras pessoas e saber que de uma hora para a outra, elas morreram? Elas foram embora, não existem mais, não vão mais voltar. Aí você vê a sua vida e nota que tudo que fez foi em vão. Eu fiquei em negação, meu filho. Esqueci de prestar atenção em você, que precisava de mim. Esqueci até de mim mesma e de viver um pouco, mas com sua ausência eu acordei meu filho. Quanta falta eu senti de você Draco! E-eu.... - disse em meio ao choro enquanto Draco novamente a envolvia.
- Mãe eu é quem tenho que pedir desculpas por nunca ter me colocado em seu lugar, mas era difícil entender você. Você sempre havia sido uma mulher centrada e discreta e jamais havia perdido sua classe nem elegância, então em questão de dias você está completamente histérica. Gritava com os Elfos e comigo porque sempre queria ver a casa impecável, como se ele ainda estivesse vivo e conosco. Você sempre foi o que me deu forças para enfrentar todas aquelas ordens estúpidas e todo aquele inferno que vivíamos e eu não aguentei lhe ver daquele jeito, menos ainda saber que você recusava fazer o tratamento. Eu não queria admitir, mas estava assustado e com medo de perder você, a única pessoa que eu tinha. Por esse motivo eu propus que você fizesse o tratamento ou eu iria embora...
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I Will Always Love You
Fiksi PenggemarEle? Após a guerra, seguiu sua vida basicamente fazendo apenas o que sua profissão pedia. Com o coração partido, não sabia o que era amar e nem queria aprender nada sobre isso, achando que sua solidão era realmente do que precisava Ela? Era doce e s...