Capítulo 2

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Fui colocada entre dois brutamontes que prenderam os meus braços e me amordaçaram

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Fui colocada entre dois brutamontes que prenderam os meus braços e me amordaçaram. Meu coração esmurrava a minha caixa torácica com tanta força que eu temia ter uma parada cardíaca a qualquer momento. Erick dirigia tranquilamente pelas ruas vazias enquanto eu lutava do jeito que podia contra as duas jamantas que me mantinham imobilizada.

Quando o carro parou em um lugar que eu não reconhecia, Rick virou para o banco de trás e atirou nos dois. Fiquei paralisada, horrorizada, apavorada e todos os outros "ada" que vocês imaginarem. Tinha sangue no meu rosto e na minha roupa, e o meu primeiro pensamento foi: CORRE! Mas pensar é uma coisa, fazer é outra, ainda mais com uma arma apontada para a minha cabeça. Erick tinha um olhar insano, ele sorria enquanto lágrimas corriam livremente pelo meu rosto. Eu sabia o que aconteceria comigo.

-Não chora amor. Você vai gostar. -Ele falou indo até o banco de trás e destrancando as portas, empurrando os corpos sem vida para fora do carro.

Naquele momento eu só quis me juntar a eles....

*****

Dias atuais...

Acordei na manhã seguinte com pequenas mãozinhas abaixando a minha blusa e sorri com os olhos fechados. Gabe ainda não tinha se conformado que o meu leite tinha secado, e vez ou outra ele tentava tirar alguma coisinha. Naquelas horas eu pensava que devia ter escutado quando Sindy me aconselhou a tirar ele do peito quando ele fez um ano, mas eu não consegui fazer na época. Aquele era um momento só nosso, eu e Gabe na nossa bolha.

-Filho, não tem mais nada aqui. - Falei abrindo os olhos e encontrei meu anjinho com um biquinho diante da minha afirmação. Seus cabelos loiros apontavam para todos os lados e o rosto marcado pelo travesseiro ainda estava um pouco inchado.

Sentei na cama esfregando os olhos e ele imitou o gesto soltando um bocejo. Dei um beijinho na sua testa e o levei para o banheiro. Ali, enquanto banhava o meu filho eu pensava no quanto eu o amava e o quanto eu queria protegê-lo. Mas era fraca. Fui fraca na noite passada ao sair correndo da academia daquele jeito, e fui fraca quando tomei a decisão de nunca mais voltar lá. Não podia pedir outro favor a minha prima então teria que dar os meus pulinhos.

Quando desci as escadas encontrei Lin preparando o café. Sorri para ela e ela retribuiu acenando com a espátula que usava para mexer o bacon.

Lin era uma asiática de cinquenta e sete anos que me ajudava com o meu menino. Ela que tinha perdido seu único filho na guerra, sentiu compaixão por mim e por Gabe quando mais precisávamos de amparo. Ela cuidou dele mesmo quando eu não tive dinheiro para paga-la e agora tinha virado minha babá e também minha única amiga próxima. Minhas primas estavam em Miami e me visitavam vez ou outra, mas estava fora de cogitação eu voltar para aquela cidade.

Coloquei Gabe no chão e ele correu até a babá que o pegou no colo e lhe deu um beijo estalado na bochecha.

- Bom dia meu menino de outro. Com fome?

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