Fui colocada entre dois brutamontes que prenderam os meus braços e me amordaçaram. Meu coração esmurrava a minha caixa torácica com tanta força que eu temia ter uma parada cardíaca a qualquer momento. Erick dirigia tranquilamente pelas ruas vazias enquanto eu lutava do jeito que podia contra as duas jamantas que me mantinham imobilizada.
Quando o carro parou em um lugar que eu não reconhecia, Rick virou para o banco de trás e atirou nos dois. Fiquei paralisada, horrorizada, apavorada e todos os outros "ada" que vocês imaginarem. Tinha sangue no meu rosto e na minha roupa, e o meu primeiro pensamento foi: CORRE! Mas pensar é uma coisa, fazer é outra, ainda mais com uma arma apontada para a minha cabeça. Erick tinha um olhar insano, ele sorria enquanto lágrimas corriam livremente pelo meu rosto. Eu sabia o que aconteceria comigo.
-Não chora amor. Você vai gostar. -Ele falou indo até o banco de trás e destrancando as portas, empurrando os corpos sem vida para fora do carro.
Naquele momento eu só quis me juntar a eles....
*****
Dias atuais...
Acordei na manhã seguinte com pequenas mãozinhas abaixando a minha blusa e sorri com os olhos fechados. Gabe ainda não tinha se conformado que o meu leite tinha secado, e vez ou outra ele tentava tirar alguma coisinha. Naquelas horas eu pensava que devia ter escutado quando Sindy me aconselhou a tirar ele do peito quando ele fez um ano, mas eu não consegui fazer na época. Aquele era um momento só nosso, eu e Gabe na nossa bolha.
-Filho, não tem mais nada aqui. - Falei abrindo os olhos e encontrei meu anjinho com um biquinho diante da minha afirmação. Seus cabelos loiros apontavam para todos os lados e o rosto marcado pelo travesseiro ainda estava um pouco inchado.
Sentei na cama esfregando os olhos e ele imitou o gesto soltando um bocejo. Dei um beijinho na sua testa e o levei para o banheiro. Ali, enquanto banhava o meu filho eu pensava no quanto eu o amava e o quanto eu queria protegê-lo. Mas era fraca. Fui fraca na noite passada ao sair correndo da academia daquele jeito, e fui fraca quando tomei a decisão de nunca mais voltar lá. Não podia pedir outro favor a minha prima então teria que dar os meus pulinhos.
Quando desci as escadas encontrei Lin preparando o café. Sorri para ela e ela retribuiu acenando com a espátula que usava para mexer o bacon.
Lin era uma asiática de cinquenta e sete anos que me ajudava com o meu menino. Ela que tinha perdido seu único filho na guerra, sentiu compaixão por mim e por Gabe quando mais precisávamos de amparo. Ela cuidou dele mesmo quando eu não tive dinheiro para paga-la e agora tinha virado minha babá e também minha única amiga próxima. Minhas primas estavam em Miami e me visitavam vez ou outra, mas estava fora de cogitação eu voltar para aquela cidade.
Coloquei Gabe no chão e ele correu até a babá que o pegou no colo e lhe deu um beijo estalado na bochecha.
- Bom dia meu menino de outro. Com fome?
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IRREPARÁVEL
Romance*Todos os direitos reservadíssimos áquela que vos fala (escreve😜) No último spin-off vemos a história de Tami, gêmea de Thomas. Existe um ditado que diz que uma única escolha errada pode mudar por completo o rumo da vida de uma pessoa. ...