Capítulo 4

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     Ali, sentada na tampa do vaso eu olhava fixamente para o teste nas minhas mãos. Já sentia meu lábio inferior sangrar pela força com a qual eu o mordia. Já não aguentava mais tanta demora. A ansiedade me comendo por dentro.

Meio hora depois e eu continuava encarando o teste e a ansiedade tinha virado covardia. Não conseguia olhar o resultado.

-Coragem. -Murmurei para mim mesma.

Com os olhos fechados eu contei até três e virei o teste. No momento que o fiz senti todo o sangue fugir do meu rosto e lágrimas quentes começaram a escorrer pelas minhas bochechas. Era o meu pior medo.

Eu estava grávida.

***********

Naquela noite eu cheguei mais cedo na academia por conta de um inspetor ter aparecido de surpresa na lanchonete. Xavier expulsou todos dizendo que não queria nossos "piolhos carrapatos" infestando seu estabelecimento.

Assim que cheguei vi que a porta estava aberta. Claro, eu não tinha chegado horas antes do horário, apenas vinte minutos. Abri a porta e dei de cara com Alex de costas para mim socando um saco com força. Aquela era uma cena pingando testosterona, e no meio de tudo eu só conseguia olhar para o bumbum dele.

 Aquela era uma cena pingando testosterona, e no meio de tudo eu só conseguia olhar para o bumbum dele

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     Não que eu fosse uma mulher tarada por bundas mas a dele era grande. Tipo, bem grande. Maior até que o meu! Ok, eu nunca fui uma Nicki Minaj da vida mas eu sempre achei um absurdo que alguns homens tivessem o bumbum maior que as mulheres. Assim como achava homens que tinham cílios enormes e cabelos lindos e cumpridos. A menos que eles fossem gays ou drag queens, pra que eles usariam tais atributos físicos?

Ergui o olhar lentamente do seu bumbum avantajado para as suas costas largas e suadas por debaixo da camisa e observei o modo como seus músculos se contraíam a cada golpe que ele desceria no pobre saco. Queria eu ter toda aquela força.

-Você vai me ensinar a fazer isso? -Perguntei entrando e fechando a porta atrás de mim.

Na minha avaliação das qualidades físicas de Alex eu nem tinha me dado conta que o ar condicionado estava indo embora.

Alex se virou para mim ofegante e sorriu secando o suor da testa.

- Se você quiser. -Pegou uma toalha sob uma mesa e jogou por cima do ombro. -Chegou cedo.

-Saudades do ar condicionado. -Deixei a bolsa cair em um canto e sentei no chão ao lado dela.

Ele ficou me olhando com o rosto sem expressão até que pareceu sair de um transe e olhou para o relógio na parede.

- Eu vou tomar um banho mas você pode ir se alongando. Daqui a pouco os outros chegam.

Murmurei um "ok" e comecei a me alongar. Com o passar dos minutos as pessoas iam chegando e me encaravam de uma forma estranha antes de se concentrarem no seu preparo físico. Deviam estar achando que eu era uma maluca e se perguntando o que eu ainda fazia ali. Estava acostumada com aquele tipo de julgamento. As pessoas me julgavam pelo meu comportamento arisco e pelo fato de eu ser mãe solteira, o que apesar de estarmos em pleno século XXI, ainda era visto com maus olhos pela sociedade. Mas que se foda a sociedade. Eu era uma guerreira e estufava o peito quando as pessoas me perguntavam sobre o pai de Gabe e eu respondia que eu era mãe solteira.

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