Capítulo 6

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     Coragem Tamy

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     Coragem Tamy. Você consegue fazer isso.

Era o que eu repetia para mim mesma enquanto balançava a perna freneticamente em um tique nervoso. Meus pais me olhavam ansiosos e Tom, meu gêmeo, estava jogado no sofá completamente indiferente ao que acontecia a sua volta. Eu sabia que tanto ele quanto nossos pais ficariam loucos quando eu contasse sobre a gravidez mas eu já não podia esconder mais. Boa parte das minhas calças não queriam mais fechar e já se podia notar uma pequena protuberância na minha barriga. Logo ficaria impossível de esconder que eu carregava uma criança na barriga. Só esperava que meus pais fossem compreensivos e entendessem meus motivos. E para o caso de eles não entenderem, eu já tinha mandado mensagem para a minha prima. Ela seria a minha cavalaria.

-Já chega Tamires! -Meu pai falou quando o silêncio entre nós se tornou insuportável. -O que você tem para nos falar?

Engoli em seco e torci a barra da camisa nervosa e apreensiva.

-Eu... E-eu... estou grávida. -Minha voz mal saiu ao pronunciar as últimas palavras.

-O quê? -Papai perguntou franzindo a testa.

Olhei para a minha mãe e vi seus olhos arregalados. Então me perguntei se meu pai tinha escutado ou se apenas fingiu não escutar. Para todos os casos eu fechei os olhos e repeti com a voz trêmula:

-Eu estou grávida.

Tom sentou no sofá rapidamente e sua expressão estava semelhante à do nosso pai.

-O QUÊ?! -Gritaram em uníssono.

Encolhi os ombros. Eles estavam fora de si, e eu precisava de todos calmos para contar o resto. Não acho que conseguiria repetir aquela história em voz alta mais que uma vez antes de sucumbir às lágrimas e ao desespero.

-Fiquem calmos por favor... -Pedi erguendo as mãos mas fui bruscamente interrompida.

-COMO VOCÊ QUER QUE A GENTE FIQUE CALMO?! QUE CARALHO TAMIRES! -Tom gritou levantando do sofá e vindo até nós.

Papai começou a andar de um lado para o outro como um leão enjaulado enquanto minha mãe caiu aos prantos no sofá.

-Mas isso não vai ficar assim. Não mesmo. - Ele falou parando de andar e se virando apontando o dedo acusatoriamente para mim. -Se você acha que eu vou sustentar filho de marmanjo então pode ir tirando o cavalinho da chuva. Eu quero o nome e o endereço do filho da puta irresponsável que fez isso!

Senti como se uma faca atravessasse o meu peito. Eles achavam que eu era uma vadia barata. Podiam até não ter dito aquilo em voz alta mas era o que estavam pensando. Eles estavam decepcionados e eu engoli em seco tomando uma decisão.

-Eu não sei o nome dele. - Falei baixando a cabeça.

Resolvi não contar nada sobre o que tinha acontecido naquela noite dos infernos. Eles tinham inventado suas histórias e não seria eu a desmentir. Estava muito magoada para contradizê-los.

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